Relatório Focus de 24.04.2017
Expectativas de inflação prosseguem cadentes para 2017 e para 2018
24.04.2017
O relatório semanal Focus do Banco Central, que traz a mediana das projeções de mercado, teve como destaque a sequência das diminuições do IPCA, tanto para 2017 como para 2018, mantendo ambos abaixo do centro da meta estipulada de 4,5% (com limite inferior em 3,0% e limite superior em 6,0%) para este e para o próximo ano.
Já o PIB para 2017 mostrou elevação para 0,43% de 0,40% anterior, porém, houve influência advinda de uma mudança estrutural no procedimento técnico de apuração pelo IBGE.
De toda a sorte, vale ressaltar a gradativa melhoria da produção industrial, que subiu a +1,36% para este ano e a +2,50% para 2018, versus respectivos +1,26% e +2,50% previstos na semana passada.
IPCA vai decaindo.
O índice oficial de inflação ao consumidor prossegue declinando para ambos os períodos preditivos, sendo a sétima baixa consecutiva para 2017 e o terceiro recuo seguido para 2018.
Neste momento, dado o ainda recessivo cenário atual, que inclui cortes de vagas na economia e aumento da taxa de desemprego, sem melhoria da renda, o indicador deverá se situar abaixo de 4,0% no acumulado em 12 meses já no próximo mês de maio, bem como, cada vez mais, vai se concretizando que a tendência é terminar 2017 em patamar inferior ao supracitado.
SELIC inalterada.
Nada mudou nas estimativas de juros. A ata do Copom, divulgada na semana passada, trouxe um tom mais brando e deixou espaço para um corte maior do que os 100 pts-base, efetuados no último dia 12 de abril, na subsequente decisão do comitê, no próximo dia 31 de maio, e levará a continuidade da antecipação do ciclo de afrouxamento monetário.
Em nossa perspectiva, avaliamos que o IPCA acumulado em 12 meses prosseguirá decaindo e estará menor do que 4% em maio (divulgação agendada para 9 de junho), sendo que este dado já terá sido sinalizado pelo IPCA-15, que está marcado para ser divulgado em 23 de maio.
Assim, o Banco Central terá embasamento para efetivar uma redução maior do que a anterior – nossa visão é que a taxa Selic cairá 125 pts-base na próxima reunião, para 10,00% a.a., bem como terminará no final de 2017 em 8,25% a.a. - não surpreendendo se ocorrer um patamar ainda mais baixo do que esta previsão.
PIB praticamente estável.
O crescimento para este ano passou de 0,40% para 0,43%, mas, aparentemente, influenciado pela nova metodologia de cálculo implementada pelo IBGE, do que de fato uma perspectiva preferencialmente otimista dos agentes. Já para 2018, não houve alteração, permanecendo em 2,5% pela quinta semana seguida.