Pesquisadores criam substância a partir do extrato da henna para combater tumor
Professores e pesquisadores da UFF Universidade Federal Fluminense, da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Fiocruz-BA) e da UFAM Universidade Federal do Amazonas desenvolveram uma substância a partir da folha de henna, que inibe o crescimento de tumores, especialmente o câncer de mama, um dos que mais matam no Brasil e no mundo, de acordo com o INCA Instituto Nacional do Câncer.
O extrato da folha de henna, usado na pintura de cabelos, pele e unhas tem conseguido melhorar o quadro clínico e a qualidade de vida dos pacientes.
A pesquisa que gerou a nova substância, denominada CNFD, começou em 2013. Além dos testes em células tumorais, foram feitos testes em camundongos, que revelaram redução significativa do crescimento e do peso do tumor sem efeitos aparentes de toxicidade nos animais.
O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFF, Vitor Francisco Ferreira, explicou que o novo fármaco pode substituir ou complementar os medicamentos que se tornaram resistentes à doença.
“O trabalho conjunto dos professores e pesquisadores traz mais do que uma nova substância. É a esperança de muitas mulheres”,
disse.
O fármaco está sendo patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e, caso seja aprovado nos testes subsequentes e haja interesse da indústria no seu desenvolvimento, poderá chegar ao mercado em larga escala daqui a cinco anos.
"Combater células cancerígenas não é uma tarefa fácil, pois elas se parecem muito com as células sadias”,
disse um dos integrantes da pesquisa, o professor da UFF Fernando de Carvalho da Silva.
“Esta descoberta, além dos benefícios em si, pode representar o primeiro medicamento sintético genuinamente brasileiro nas prateleiras das farmácias."
Os testes comprovaram que o CNFD foi mais eficaz em células tumorais, preservando as normais, diminuindo os efeitos adversos decorrentes da terapia.
Baixo Custo
O pesquisador da Ufam Emerson Silva Lima lembrou que, se comparado com o que há hoje no mercado, a nova droga tem baixo custo de produção e pode ser alternativa acessível para muitos pacientes.
“Esperamos que o governo e/ou empresas privadas tenham interesse na tecnologia, para que um dia ela possa chegar ao mercado”,
ressaltou.
De acordo com o Inca, a cada ano, o câncer de mama corresponde a 28% de novos casos da doença em mulheres.