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Investimentos

24 de Agosto de 2015 as 22:08:26



INVESTIMENTOS - RENDA FIXA - Análise de Mercado


RENDA FIXA - Análise de Mercado
 
Prêmios retomam força, seguindo a apreciação do dólar e do CDS Brasil
 
O momentâneo arrefecimento observado na análise anterior cedeu espaço, ao longo dos últimos dias, para uma retomada das tendências gerais de maior demanda por prêmios e recomposição de spreads, que se observam entre as principais referências do mercado de renda fixa doméstico. 
 
Globalmente, a divulgação de dados da economia chinesa (como o PMI, indicando desaceleração, e o próprio comportamento de queda das bolsas locais) reforçou um movimento de aversão ao risco, valorizando os US treasuries e demandando maiores yields em países emergentes.
 
No Brasil, os agentes repercutiram o movimento, elevando acentuadamente a ponta longa da estrutura a termo dos contratos DI, bem como os retornos do FRA Cambial em todos os vencimentos. Enquanto o yield do T-bond de 10 anos busca novas mínimas, o CDS Brasil de 5 anos atinge novas máximas, adicionando vetores de alta sobre os juros domésticos, que se reforçam com a retomada da alta do dólar frente ao real no mercado spot. Neste momento, portanto, elevam-se de forma consistente tanto as curvas DI e NTN-B quanto o retorno do bond soberano brasileiro de 2025.
 
US Treasuries. O retorno do T-bond de 10 anos confirmou a reversão para baixa, após ter deixado as oscilações de curto prazo entre as bandas de 2,300% e 2,100%, e, especialmente, após ter perdido ofundo em 2,085% e a cotação média de 200 dias. Também os indicadores gráficos e a convergência de médias reforçam esta tendência, no atual contexto de aversão a risco observada nos mercado globais, que influenciam um movimento de flight to quality aos títulos do Tesouro norte-americano, elevando sistematicamente seus preços e derrubando os yields.
 
 
Risco Brasil. Em configuração de forte alta, a cotação do CDS brasileiro de 5 anos vem registrando topos sucessivamente mais altos e, no dia de hoje, superou a referência de atenção, destacada no último estudo, em 328 pontos. Com este movimento, cabe observar que a alta iniciada em set/2014 ganha novo reforço, ao romper os referenciais praticados apenas por ocasião da crise subprime. Neste momento, portanto, as repetidas valorizações de curto prazo se alinham à tendência primária de alta, abrindo espaço para o CDS percorrer as cotações situadas entre os atuais 364 pontos e o máximo de 586 pontos, registrado em 24/10/2008. Entre um patamar e outro, a negociação do derivativo poderá desenvolver breves correções de curto prazo, em torno dos níveis de 385 e 462 pontos. s. Por outro lado, uma hipotética reversão para baixa só seria possível se o CDS perder os 306 pontos.
 
Juros Brasileiros. A curva da estrutura a termo dos contratos DI elevou-se acentuadamente entre os contratos longos e recuou entre os curtos, com pouca liquidez nos primeiros dias da semana, e continuidade da inclinação negativa. Contudo, o formato da estrutura apresentou expressiva alteração, levando os rendimentos longos, posteriores a jan/2021, a níveis mais altos e situando os derivativos intermediários em um arranjo relativamente plano, entre abr/2017 e jan/2021. Na ponta curta, porém, os retornos continuam em nível mais alto que o observado nas porções média e longa, mas  apresentaram recuo na semana.
 
Estes movimentos de baixa nos contratos curtos acompanharam a divulgação de dados do Caged (com redução líquida de 157.905 mil empregos formais em julho) e do índice de atividade econômica do Banco Central, IBC-Br, abaixo das expectativas de mercado. Este cenário também se confirma pela expectativa de mercado, compilada no relatório Focus publicado hoje, apontando menor projeção de crescimento do PIB, não apenas para 2015 (-2,06%), mas também para 2016 (-0,24%), em relação à semana anterior. Ademais, também a estimativa de produção industrial voltou a recuar na pesquisa do Focus desta semana, reduzindo-se de -5% para -5,2%.
 
Entre os contratos médios e longos, a elevação de yields acompanhou o agravamento da aversão global ao risco, observada na semana. A divulgação do índice dos gerentes de compras chinês (PMI), pelo instituto Markit, apontou para desaceleração da economia da China, em proporção pior que a esperada pelo mercado e no nível mais baixo em 77 meses (reduzido de 47,8 para 47,1 entre julho-agosto). Além disso, pesaram também declarações da Fitch sobre o rating soberano brasileiro, contribuindo para o aumento de prêmios. Tais movimentos, em seu conjunto, culminaram na alta do CDS Brasil  de 5 anos e na elevação da ponta longa.
 
De fato, após dezessete semanas seguidas de alta e uma de estabilidade, a pesquisa Focus publicada hoje revela que a expectativa para o IPCA de 2015 começou a ceder (recuando de 9,32% para 9,29%), juntamente com a menor projeção de alta dos preços administrados (em 15,15%), ao passo que a expectativa para 2016 continua em alta (elevada de 5,44% para 5,50%).
 
Os volumes iniciaram a semana bastante fracos (entre 615 e 704 milhões de negócios) e terminaram o período com certa recuperação, performando um total semanal relativamente baixo (com registro de média diária de 1.050,9 mil negociações, contra 1.577,1 mil na semana anterior).
 
 
O diferencial entre os contratos de vencimentos médios e longos (jan/2017 e jan/2021, de maior liquidez) reduziuse de forma menos volátil durante a última semana e registrou, novamente, uma maior influência do derivativo de jan/2021. A inclinação da curva continua negativa, mas vem apresentando, há várias semanas, diferenciais cada vez menores.
 
(Observando os contratos de vencimentos médios e longos, é possível notar que os retornos se mostram menores entre os vencimentos mais longos, o que leva o desenho da curva a se inclinar para baixo, gradativamente, acompanhando a projeção do tempo. O tamanho dessa inclinação pode ser medido, comparando-se a taxa do contrato de médio prazo com a taxa de um contrato longo.)
 
Paralelamente, o FRA Cambial acompanhou não apenas a acentuada alta dos contratos DI mais longos, mas também a valorização do dólar spot em maior proporção que a alta do dólar futuro. Como resultado, houve incremento em toda a curva do FRA Cambial, com maiores valorizações a partir dos contratos de abr/2016.
 
 
 
Dólar comercial interbancário. O padrão triangular citado na análise anterior foi efetivamente rompido e a cotação do dólar continua alinhada à sua tendência primária de alta. Na negociação de hoje, houve um forte gap já na abertura, que pode ser fechado nos próximos dias, mas ainda não há sinais consistentes de reversão para baixa. A moeda cumpriu os dois objetivos de curto prazo da atual tendência (R$ 3,20 e R$ 3,31) e, neste momento, permanece em campo de alta, direcionada aos níveis de R$ 3,55 e R$ 3,65.
 
Após o rompimento da linha de tendência de baixa, em junho, o dólar segue em tendência de alta, em meio a volatilidades de curto prazo situadas em campo altista (especialmente pela superação do nível de Fibonacci de R$ 3,10 e pela consistente sustentação do preço acima da média móvel de 30 dias).
 
Por outro lado, apenas se perder o fundo em R$ 3,22, de forma consistente, a moeda pode reverter a tendência de alta e buscar os patamares de R$ 3,07 e R$ 2,88 – o que se torna cada vez menos provável no momento.
 
 
De janeiro a março, a cotação do dólar no mercado spot apresentou forte valorização, rompendo níveis importantes, como o topo em R$ 2,90, e vem se mantendo acima desse referencial até o momento. Ao longo do período, porém, o mês de maio foi marcado por uma particular redução da volatilidade, sob a forma de um padrão gráfico triangular – que costuma anteceder movimentos mais intensos de alta ou de baixa, quando rompido.
 
Em julho, entretanto, a oscilação foi efetivamente rompida e confirmada, rumando em direção a preços cada vez mais altos e alinhando-se à tendência primária de alta. Cabe notar que não apenas o padrão triangular foi rompido, mas também foi superado os próprios níveis de Fibonacci em R$ 3,03 e R$ 3,10, além do nível de R$ 3,22, os quais figuraram como um relevantes resistências históricas.
 
 
Entre o ápice observado em set/2002 e o fundo registrado em jul/2008, a cotação do dólar comercial (interbancário) oscilou em meio a baixas sucessivas, partindo de R$ 3,74 e chegando a R$ 1,55 (nos fechamentos mensais). Contudo, o comportamento posterior merece especial destaque, em vista da formação de um consistente movimento de alta, pouco comum, identificado pelo rompimento de sequências baixistas de prazos menores e pela acumulação e convergência de médias.
 
Paralelamente, também o fundo formado em R$ 1,55 – que foi tocado em dois momentos e respeitado como um limite à força de baixa – reforça a cotação para níveis sucessivamente maiores, em harmonia com os níveis de preço referenciados pela série de Fibonacci. Esta força altista, por fim, ganhou um novo e forte impulso no mês de março, que ultrapassou o canal de alta formado desde o final de 2011, levando a cotação do dólar a níveis cada vez maiores.
 
 
 
Confira no anexo a análise do mercado de renda fixa, elaborado por Renato Odo, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS
 

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Fonte: Renato Odo, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS





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