SUZANO
Maior Geração de Caixa; Novos Investimentos Anunciados.
Apesar de ter reportado um prejuízo líquido de BRL 2,6 bilhões no período, consideramos o resultado da Suzano positivo, destacando
(i) o menor nível de endividamento (3,0x Dívida Líquida/EBITDA em Reais),
(ii) o crescimento considerável nas receitas (+9,7% T/T) e,
(iii) a forte geração de caixa com um EBITDA Ajustado chegando a BRL 1,5 bilhão (+54.0% T/T).
O ponto negativo ficou por conta da variação cambial, que acabou impactando negativamente em BRL 1,8 bilhão o resultado financeiro. Além do mais, o fraco cenário doméstico mais uma vez pontuou contra a empresa, afetando o volume vendido no segmento de papeis.
CELULOSE: de Vento em Polpa.
No 3T15, o volume de vendas de celulose subiu 10,4% T/T chegando a 888,9 mil toneladas. A produção cresceu 15,5% T/T e 15,6% A/A devido ao ramp up da planta de Imperatriz, a qual opera agora em plena capacidade. Além das maiores produção e volume vendido, o preço médio em dólar aumentou 3,4% T/T e 11,9% A/A que, somado à apreciação do dólar frente ao real, resultou no preço líquido da celulose em BRL 2.223/tonelada, um acréscimo de 19,4% T/T e 74,5% A/A. Com isso, as receitas no período somaram BRL 1,9 bilhões, um crescimento de 31,8% comparado ao 2T15.
PAPEL: Mercado Doméstico Impacta Negativamente.
Mesmo com as vendas no mercado doméstico sendo afetadas pela desaceleração da economia brasileira, a Suzano vendeu 335,0 mil de toneladas de papel no período.
Tal volume representou uma leve queda de 1,6% T/T, mas um aumento de 7,9% A/A, principalmente em razão da elevação de 7,9% T/T no volume de papel vendido no mercado internacional que mais do que compensou a queda de 10,9% A/A no brasileiro.
Além do maior volume, os preços de papel exportado se mantiveram altos, colaborando para um aumento de 14,4% T/T e 14,3% A/A nas receitas, que totalizaram BRL 1,0 bilhão no período.
Resultados operacionais e custos.
O custo caixa da celulose subiu 6,7% T/T, para BRL 668/ton em razão de
(i) menores receitas advindas da venda de energia,
(ii) variação cambial no preço da matéria prima e,
(iii) maiores custos com madeira na planta de Mucuri devido a um maior percentual de madeira de terceiros e maior distância média de fornecedores.
Com relação às despesas operacionais, esta linha melhorou 1,4 p.p. em relação à receita no trimestre sobre o 2T15, sendo reportada em BRL 220,9 milhões.
Os pontos positivos acima mencionados acerca de volume vendido, preços mais altos e menores despesas, somados à depreciação do Real frente ao dólar, levaram a um EBITDA ajustado de BRL 1,5 bilhão no 3T15, 54% acima do 2T15 e 140% A/A, um novo recorde para a companhia.
Endividamento e resultado financeiro.
Como referido no primeiro parágrafo, a alavancagem mais uma vez caiu, representando 3,0x Dívida Líquida/EBITDA (ante 3,3x no 2T15) em BRL e 2,3X (2,9x anteriormente) em USD.
A dívida bruta ficou em BRL 15,1 bilhões, 66% dos quais denominados em moeda estrangeira e 89,1% em longo-prazo.
O resultado financeiro foi fortemente afetado pela variação cambial e por fim impactou o resultado final da Suzano em BRL 1,8 bilhão. Sendo assim, o prejuízo líquido ficou em BRL 2,6 bilhões no período.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da SUZANO, elaborado por VICTOR PENNA, CNPI Analista Chefe, e GABRIEL CORTEZ, CNPI Analista Senior, ambos do BB INVESTIMENTOS
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