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Economia e Finanças

18 de Janeiro de 2016 as 15:01:40



ARTIGO - 2016 traz ajustes ao Varejo de Moda. 2015 é “Coleção Passada” - por Haroldo Monteiro


Varejo de moda faz ajustes para 2016.
O ano de  2015 é  “coleção passada”
 
Dr. Haroldo Monteiro
 
 
O que acontenceu lá atrás ficou no passado,  o momento é de se reinventar.  Empresários do setor de varejo de moda já não tem mais esperanças de ventos bons em 2016.  
 
A idéia é de introduzir uma gestão moderna e inovadora, levando em consideração o momento difícil da economia Brasileira e também o movimento de mudanças no comportamento do consumidor que está ocorrendo no varejo a nível global.
 
Muitas empresas aprenderam com  erros cometidos nos últimos anos  de bonanza, e agora a hora é de ajustes mais profundos.  As notícias que chegam são desanimadoras. No front interno  no dia 13 o Sindicato das Indústrias de Vestuário e Confecção do Estado de São Paulo (Sindivestuário) soltou nota dando o panorama do setor de vestuário: fecharam no ano passado 60 mil postos de trabalho no país, reduzindo o número de vagas disponíveis em 4,3% em relação a 2014, para 1,34 milhão de pessoas empregadas.  
 
“Não temos ainda o dado fechado, mas a estimativa é que as vendas de Natal tenham caído por volta dos 10%. O cenário indica que as indústrias tendem a fazer fortes demissões também no primeiro semestre de 2016”,
 
disse o executivo Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário. 
 
O cenário é relmente desafiador,  até nos EUA,  em recente reportagem no site da revista Americana  FORBES saiu uma reportagem que trazia uma estimativa das vendas pela Internet: um  aumento de cerca de 23% em 2015 e são susceptíveis de aumentar no mesmo ritmo  em 2016. Ou seja,  as vendas on line já se constituem em  51 centavos de cada US$ 1 gasto pelos  norte-americanos.
 
Outro ponto são os millenials, que ainda segundo a Forbes não são consumidores fiéis. Eles estão com medo de uma recessão ou a falta de emprego, ou ainda querem possuir menos e arrendar mais (incluindo ternos e vestidos). São os consumidores mudando seus hábitos de compra.
 
Neste ambienteas varejistas de vestuário listadas  em bolsa, recentemente divulgaram relatórios com um overview de seus planos para 2016.  Desta forma, vamos fazer uma análise do que foi dito, e quais os impactos esperados nos próximos meses resultante desta ações. 
 
Marisa (AMAR3)
 
Em outubro encerra operações de venda direta,  avalia plano de fidelidade ( este deverá ter maior retorno), estuda fechamento de mais  lojas , ajusta a política de concessão de crédito para reduzir inadimplencia, segundo o diretor financeiro estimativas de redução de despesas da ordem de R$ 120 milhões a.a. (fonte: site Isto é Dinheiro).  
 
As medidas são de certa forma bem vindas, porém me parece seguir uma receita de bolo de um livro de finanças. Não vi nenhuma mudança real a nível de business. Desta forma me parece que a empresa continuará patinando, ou seja melhora a performance mas não é visto no horizonte nenhuma perspectiva de crescimento.  A não ser a esperança de uma melhora da economia, que levaria junto o crescimento da empresa.
 
Renner (LREN3)
 
Um pouco de mais do mesmo.  Elogio a estratégia da empresa há  algum tempo, escrevi  artigos a respeito do case Renner. Estes relatorios podem ser conferidos aqui:
 
Se for para comprar, compre Renner
http://www.sidneyrezende.com/noticia/208017+se+for+para+comprar+compre+renner
Renner: A queridinha do mercado, ganha cada vez mais recomendação dos analistas
Renner, Marisa e Hering: destaques nas notícias do varejo de vestuário
http://www.sidneyrezende.com/noticia/234945+renner+marisa+e+hering+destaques+nas+noticias+do+varejo+de+vestuario
Renner passa a liderar varejo de moda no País
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/05/renner-passa-a-liderar-varejo-de-moda-no-pais-4497053.html
 
Em 29/12/2015 uma reportagem da revista Isto é Dinheiro a empresa fala um pouco de sua estratégia:
 
O tempo dedicado aos estudos de seus colaboradores é três vezes maior do que as 40 horas médias das empresas brasileiras
A Renner busca transformar o cliente em fã da loja, com uma experiência emocional, e quer resolver o problema dele, independente de estar ligado à marca.
A repaginação das lojas: antes um ambiente   fechado, escuro e amontoado hoje os corredores passaram a ter mais espaço de circulação, as roupas ficaram dispostas como se estivessem no armário do consumidor, sugerindo combinações e tendências. A comunicação ficou mais suave e passou a destacar as seis marcas de lifestyle,  o provador também ganhou uma iluminação mais adequada.
Para que gerasse  efeito a repaginação , foi preciso mudar a maneira de desenhar as coleções. Pelo velho modelo, as ideias vinham dos desfiles internacionais, que ditavam o que seria vendido no Brasil, porém  a agilidade da informação não permite mais viver desse longo ciclo. Ao captar essa mudança, a Renner desenvolveu uma inteligência artificial própria para cruzar dados de redes sociais, blogs, desfiles e festivais.
 
Estes foram alguns pontos que me chamaram atenção, a empresa continua se modernizando rapidamente, o  que gera uma vantagem competitiva, assim continuo com a mesma tese de que é a melhor do setor !!!
 
Riachuelo (GUAR3)
 
A empresa continua em seu processo de revitalização da marca, apostando na estratégia de moda fast fashion.  Criação de equipe de estilo “fast” , reforma de lojas antigas e abertura de novas lojas com um novo style, dando bastante enfase ao visual merchandising,  fazendo com que seu cliente tenha uma experiência de compra diferenciada. Consequentemente, está conseguindo reverter a percepção do consumidor para uma marca de roupa mais fashion.  Tem investido também em modernização de seus processos internos de gestão e no seu parque industrial.  
 
A empresa desta forma se torna mais resiliente ao momento atual, e também cria um alicerce para uma retomada mais firme em um momento de melhora da economia.
 
Restoque (LLIS3)
 
Segundo o relatório do Credit Suisse, ocorrido no Investor’s Day  o novo CEO da empresa Paulo Soares fala das novas estratégias da empresa .  Consistente em seu discurso, os pontos abordados chamam atenção.
 
Devemos acompanhar de perto a empresa para verificar como estão sendo conduzidas estas mudanças e quais são os resultados que vem sendo obtidos. Claro que o ambiente economico não é favorável, mas me parece que a empresa esta em um ponto de inflexão em sua estratégia macro.  Fui crítico de sua gestão no passado, mas agora é ver para crer. Segue abaixo um release dos pontos que me chamaram atenção:
 
Foco num grupo menor de clientes com maior poder de compra que hoje representa 30% faturamento da empresa, como forma de acelerar o processo de recuperação.
Criação de “full closet”para a coleção Dudalina, e foco no atacado.
Fortalecimento do visual merchandising 
Focus nas estratégias de marketing que visem os clientes
Melhora na qualidade dos produtos e na inovação
Diminuição do capex em relação a 2015
Melhorar as sinergias entre Restoque e Dudalina com redução de R$ 30 Milhões/ano de despesas
 
Neste relatório a empresa apresenta um plano sólido no qual que criar os alicerces para melhorar sua performance,  olhando para dentro de sua operação, com foco na melhora da experiência de compra de seus clientes. Vale acompanhar!!! Não esquecendo um detalhe importante o novo CEO  Paulo Soares é um ex- Renner !!!!!
 
Hering  (HGTX3)
 
A chegada  Pedro Moreira Salles (Cambuhy Investimentos), e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga (Gávea Investimentos), são as unicas notícias recentes que geram alguma esperança de mudanças.  Na minha visão a marca continua em sua luta de crise identidade,  apesar de uma aposta maior na DZARM.
 
Além do problema de sua identidade, vejo como um grande desafio uma mudança de rumo como vem fazendo a Renner em suas lojas, ou o plano da Restoque. Não podemos esquecer que a empresa possui uma grande rede de franquias, e mudanças de layout de lojas envolvem custos,  se pensarmos que o ambiente economico não é dos melhores seus franquedos dificilmente pensarão em fazer investimentos.
 
Outro ponto é com relação ao mix de produtos nas lojas franqueadas, serão que são o ideal ????? Assim, não espero um bom 2016 para a empresa, ainda que a entrada de gestores de peso possam trazer surpresas!!!!
 
Vamos acompanhar e boas apostas!!!!!!!!!!
 
 
 
HAROLDO MONTEIRO
Sócio da  Planning & Management Consultoria
Especializada em Gestão e Tendencias Economicas para o Varejo e
Consultoria em Finanças e Franchising
O autor é graduado em Administração de Empresas e Engenharia Econômica pela UERJ, além do MBA Business Administration pela Ohio University.
É professor convidado da COPPEAD para a disciplina Administração Financeira de Curto Prazo. 
 
Artigo enviado pelo autor em 18.01.2016
 


Fonte: Dr. HAROLDO MONTEIRO





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