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Investimentos

Quinta-Feira, Dia 18 de Fevereiro de 2016 as 20:02:54



INVESTIMENTOS - NATURA - Resultados do 4º trimestre/2015


NATURA - Resultados no 4º trimestre/2015
 
18 de fevereiro de 2016
 
Resultado 4T15: sem expectativas positivas no curto prazo
 
 
Na nossa opinião, o resultado do 4T15 da Natura teve pontos positivos e negativos. A geração de caixa foi uma surpresa positiva (+R$ 818 mi em 2015 versus +R$ 207 mi em 2014), refletindo as iniciativas focadas em melhorias de capital de giro que foram feitas no ano passado (a implementação do sistema SAP, por exemplo, aprimorou a previsibilidade de demanda e, consequentemente, a gestão dos estoques). 
 
O desempenho de vendas no Brasil e a rentabilidade, no entanto, vieram um pouco abaixo do que esperávamos (apesar das nossas já pessimistas estimativas). A operação nacional, que é responsável por mais de 70% da receita total e mais de 80% da geração de EBITDA, seguiu pressionando os resultados consolidados da companhia.
 
No início de 2015, não se esperava que o cenário macroeconômico difícil fosse pesar tanto sobre o segmento de beleza. No entanto, o mercado nacional de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal acabou registrando a primeira contração dos últimos 23 anos, com as vendas caindo cerca de 6% A/A no período.
 
Além do ambiente macro desfavorável, a Natura teve também que enfrentar desafios internos relacionados à sua estrutura de negócios, mas finalmente reconheceu que uma estratégia comercial baseada quase que exclusivamente em vendas através de consultoras tinha que ser revisada e diversificada.
 
Neste sentido, foi lançado um projeto piloto para a venda de produtos da linha SOU na rede de farmácias da Raia Drogasil, com resultados iniciais positivos, que deverá ser expandido durante 2016.
 
Investimentos focados em reformas de lojas pertencentes às consultoras também foram feitos. Novos quiosques dentro de shoppings foram abertos. 
 
Lojas Físicas
 
E, ao final de 2015, o management finalmente anunciou que a abertura de lojas físicas passaria a fazer parte da estratégia futura da companhia já a partir de 2016.
 
Não foi dado um guidance oficial de abertura de lojas, mas acreditamos que cerca de 30 unidades poderão ser lançadas este ano. De 2017 em diante, na nossa visão, este número deve aumentar para 50-60 lojas por ano.
 
Acreditamos que a geração de caixa e o menor percentual de pagamento de dividendos (70% em 2015 versus uma média histórica de 90%-100%) são essenciais para financiar estes investimentos.
 
Não há dúvidas de que os esforços do management estão no rumo correto. As iniciativas em andamento são indispensáveis para garantir um crescimento sustentável da companhia no futuro.
 
Entretanto, resultados palpáveis efetivos só devem ser percebidos no longo prazo. Até lá, o desempenho da Natura deve continuar pressionado tanto pelo cenário macroeconômico desfavorável quanto pelo ambiente cada vez mais competitivo.
 
Sendo assim, por ora, continuamos pessimistas em relação ao case de investimento da empresa.
 
Dito isto, nossas projeções para os próximos trimestre seguem inalteradas, com uma recomendação de Market Perform para a ação da companhia. NATU3 está sendo negociada a 14,7x P/E e 7,8x EV/EBITDA para 2016, com um devido desconto em comparação à média dos seus pares de mercado de 17,6x e 13,2x, respectivamente. 
 
Top line.
 
No Brasil, a receita bruta retraiu 5,0% A/A no 4T15, pressionada pelo cenário macroeconômico desfavorável e pelas vendas abaixo das expectativas no Natal. O número médio de consultoras expandiu 3,2% no período (atingindo 1,37 mi), mas a produtividade caiu 7,9% A/A. O volume de itens vendidos, em consequência, declinou 6,7% do 4T14 para o 4T15, para 109,7 mil.
 
Nas operações internacionais, por outro lado, a performance de vendas continuou robusta. 
 
Na Latam, a receita bruta aumentou 64,5% no trimestre (ou 26,9% A/A em moeda local), refletindo o crescimento de 19,6% A/A no número de consultoras (para 505 mil) e um incremento de 37,2% na produtividade.
 
Na Aesop, a receita bruta expandiu impressionantes 95,6% A/A no 4T15 (ou 76,9% em moeda local), impulsionada por uma forte performance de vendas em mesmas lojas (mais de 20% no período, de acordo com a companhia) e pela abertura de novas unidades (37 nos últimos 12 meses).
 
A receita líquida consolidada cresceu em um ritmo mais lento que a receita bruta (+6,9% A/A frente a +9,2% A/A), impactada principalmente pela maior carga tributária na operação nacional (nova incidência de IPI sobre cosméticos para distribuidores desde maio/2015).
 
Margens Operacionais.
 
A margem bruta aumentou 0,5 p.p. do 4T14 para o 4T15, para 69,4%. Nas operações internacionais, a rentabilidade bruta continuou crescendo (+0,4 p.p. na Latam e +2,2 p.p. na Aesop), o que compensou a perda de margem bruta no Brasil (-0,5 p.p.), onde houve impacto negativo da desvalorização cambial, menor nível de atividade, maior carga tributária e maior pressão inflacionária sobre os custos de produção. A margem EBITDA, por outro lado, diluiu 3,1 p.p. no trimestre. 
 
No mercado internacional, as despesas operacionais aumentaram em um ritmo menor que as vendas, mas, no Brasil, apesar dos fortes esforços de racionalização, a desaceleração na performance de vendas acabou prejudicando a base de diluição dos custos fixos.
 
A margem líquida caiu ainda mais, cerca de 4,1 p.p. no 4T15 em comparação ao 4T14, devido a:
 
(i) dívida bruta e despesas financeiras maiores;
(ii) provisões não recorrentes relacionadas ao pagamento residual pela aquisição da Aesop (R$ 11,1 mi);
(iii) imposto de renda mais alto (+36.3% A/A) e
(iv) aumento na participação de não controladores (+19.7% A/A).
 
No 4T15, efeitos não caixa de marcação a mercado de instrumentos derivativos tiveram um efeito positivo de R$ 31,7 mi e, caso excluído este efeito, o lucro líquido teria retraído 53,5% A/A (ao invés de 35,4% A/A).
 
Fluxo de Caixa e Endividamento.
 
A dívida bruta aumentou 32,6% nos últimos 12 meses, atingindo R$ 4,47 bi, mas o nível de endividamento ficou praticamente estável em 1,13x o EBITDA, devido a uma melhora na posição de caixa. Em 2015 como um todo, o fluxo de caixa livre gerado foi positivo em R$ 818 mi frente a R$ 209 mi no mesmo período do ano anterior.
 
Melhorias em capital de giro e redução do Capex foram os principais direcionadores do aumento da geração de caixa. Em relação ao capital de giro, o aprimoramento da gestão de estoques foi o principal destaque positivo, o que foi possível graças à implementação do sistema SAP, o qual aumentou a previsibilidade de demanda. 
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento da NATURA no 4º trimestre/2015, elaborado por MARIA PAULA CANTUSIO, CNPI Senior Analyst, VITOR PENNA, CNPI Chief-Analyst, integrantes da equipe do BB INVESTIMENTOS

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: MARIA PAULA CANTUSIO, CNPI Senior Analyst, VITOR PENNA, CNPI Chief-Analyst, integrantes da equipe do BB INVESTIMENTOS





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