Diário do Mercado na 4ª feira, 29.03.2016
Ibovespa em leve alta com Vale e siderúrgicas
Nesta 4ª feira, persistiu nos mercados externos uma demanda por ativos de maior risco.
Ontem, a presidente do FED Federal Reserve, Janet Yellen, afirmou que o banco central norte-americano deve adotar cautela para elevar os juros, dado que a inflação nos EUA ainda não alcançou níveis sustentáveis em meio à incerteza sobre a economia chinesa e os preços baixos do petróleo.
Em função desse tom mais dovish de Yellen, os contratos de juros futuros negociados na Bolsa de Chicago agora apontam para uma probabilidade implícita de 40% de uma elevação de juros em junho, contra 50% na 2ª feira.
O índice do dólar contra uma cesta de cinco principais parceiros comerciais (dollar index) continua em baixa no curto prazo (94,82, -33 bps). Na Europa, os índices acionários acompanharam o bom humor global e fecharam em alta. Em Londres, o índice FTSE 100 avançou 1,59%, enquanto na Alemanha, o índice DAX subiu 1,60%. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou XX%. Entre os indicadores divulgados hoje, o relatório privado de empregos (da agência ADP) mostrou geração de 200 mil vagas em março, acima da média das estimativas de mercado, de 195 mil vagas.
Petróleo
Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira, com o Brent próximo de 40 dólares o barril, após a fraqueza do dólar elevar o apetite de investidores por ativos de maior risco.
O contrato do petróleo BRENT para junho (Ice, em Londres) fechou em alta 0,50%, a US$ 40,05 o barril, depois de subir mais de 2% no início da sessão.
Bovespa
O Ibovespa abriu em alta, avançando pelo terceiro dia consecutivo, renovando, durante a manhã, máximas desde julho de 2015. Mais tarde, como os preços do petróleo foram perdendo o ímpeto nas bolsas de Londres e Nova Iorque, a força vendedora predominou e forçou uma realização de lucros, mas deixando o índice positivo no balanço final.
As principais altas hoje foram de vale e siderúrgicas, na esteira do enfraquecimento do dólar no exterior (que é um cenário favorável para commodities):
GGBR4 (R$ 6,72; 10,53%);
GOAU4 (R$ 2,41; 7,59%);
VALE3 (R$ 15,61; 3,45%);
VALE5 (R$ 11,58; 2,39%);
BRAP4 (R$ 6,31; 2,27%);
USIM5 (R$ 1,85; 1,65%) e
CSNA3 (R$ 7,5; 1,35%).
Majoritariamente em baixa estiveram as exportadores de celulose, fortemente correlacionadas com o dólar:
FIBR3 (R$ 31,45; -2,3%);
SUZB5 (R$ 12,93; -3,15%) e
KLBN11 (R$ 20,56; -3,84%).
No final, o índice fechou em leve alta de 0,18%, a 51.248 pontos. No último dado disponível, a Bovespa teve saída de capital externo de R$ 44,66 milhões no dia 28, quando o índice registrou alta de 2,38%.
O saldo acumulado de recursos externos em março é positivo em R$ 7,266 bilhões e, no ano, o saldo é positivo em R$ 9,431 bilhões.
Inflação
Entre os indicadores, inflação medida pelo IGP-M caiu de 1,29% em fevereiro para 0,51% em março. O resultado consolidado do setor público (Governo Central, Estados, municípios), apresentou déficit primário de R$ 23,040 bilhões em fevereiro.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o dólar teve outro dia de queda, seguindo o comportamento da moeda americana no exterior.
No mercado de juros futuros da BM&F, houve uma correção altista depois da recente tendência de queda, quanto o vértice da estrutura a termo inverteu o seu formato e passou a ser côncava de cima para baixo, consequência os prêmios de risco maiores no curto prazo.
Ao término da negociação regular, o contrato de DI para janeiro de 2017 terminou em 13,77%, de 13,74% no ajuste anterior (+0,22%). O DI para janeiro de 2021 fechou em 13,68%, de 13,52% (1,18%).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado nesta 4ª feira, 30.03.2016, elaborado por Fábio Cesar Cardoso, CNPI-P, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS.
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