Com grandes bancadas, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram determinantes para a vitória do Sim à instauração de processo de impeachment da presidente Dilma
BAHIA
A bancada da Bahia, quarta maior na Câmara dos Deputados, foi a segunda a ter maioria de votos contra a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Dos 39 representantes da Bahia, 20 votaram contra o impeachment, 17 a favor e dois se abstiveram. Até o momento, 329 votaram pela admissibilidade do afastamento de Dilma, 123 contra, seis se abstiveram e dois se ausentaram.
MINAS GERAIS
Terceira maior bancada da Câmara, Minas Gerais tem 53 deputados, dos quais 41 votaram a favor da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e 12 se manifestaram contrários ao impedimento. Foram 77,36% a favor do processo e 22,64 % contra.
Dois ex-ministros do governo Dilma votaram contra o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável à abertura do processo de impedimento da presidenta, e um votou a favor.
O ex-ministro e deputado Patrus Ananias, que se afastou temporariamente do ministério, votou contra a abertura do processo. Também ficou contra o relatório o deputado George Hilton (PROS), ex-ministro dos Esportes, que deixou recentemente o governo. O deputado Mauro Lopes (PMDB), que ocupou o Ministério da Aviação Civil até quinta-feira (14) e se afastou do ministério para votar contra o processo, mudou de ideia e votou a favor da abertura do processo.
RIO DE JANEIRO
Maioria da bancada do Rio vota pela admissibilidade do impeachment
Terceira maior bancada da Câmara, com 46 deputados, o estado do Rio de Janeiro ficou dividido, mas com vantagem de votos favoráveis à admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao todos, 34 votaram pelo afastamento da presidente e 11 contra.
Em licença-maternidade, a deputada Clarissa Garotinho (PR) foi a única ausência entre os fluminenses. No fim da votação do estado, o placar marcava 252 votos a favor, 81 contra, quatro abstenções e duas ausências.
A declaração de votos dos deputados do Rio de Janeiro foi marcada por críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Eduardo Cunha você é um gangster. O que dá sustentação ao senhor nessa cadeira cheira a enxofre”, disse o deputado Clauber Braga (PSOL).
Já o depuatdo Jean Wyllys, também do PSOL, manifestou-se constrangido por participar do processo de impeachment. “Estou constrangido de participar dessa farsa, conduzida por um ladrão e apoiada por torturadores. Durmam com essa, canalhas”, concluiu.
Ao votar, Cunha pediu “misericórdia” divina para o Brasil. O deputado Jair Bolsonaro elogiou Eduardo Cunha e o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi, um dos órgãos de tortura da ditadura militar.
“Em memória do coronel Bilhante Ustra, voto sim”,
disse.
A deputada Cristiane Brasil (PTB) homenageou o pai, o ex-deputado Roberto Jefferson, cassado há 11 anos.