BOLETIM FOCUS - 30.05.2016
2016: IPCA e taxa Selic têm leves altas, com PIB “menos pior”;
2017: IPCA igual, taxa Selic cedeu e PIB subiu.
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), se sobressaíram a baixa, pela 3ª semana consecutiva, da taxa Selic, agora em 11,25% a.a. para 2017, e a gradual perspectiva de um crescimento maior para o próximo ano, indo a +0,55%, de +0,50% antes.
Já para 2016, o cenário geral sofreu tão somente “ajustes finos” pelo mercado, nas principais variáveis projetadas.
O IPCA mostrou uma leve correção para cima neste ano. A subida recente da inflação ao consumidor, com magnitude acima da esperada na “prévia” do mês de maio (IPCA-15), levou os agentes a reverem as projeções nos seus modelos, mas, ainda não indicou um posicionamento mais firme de tendência.
A interrupção da trajetória declinante da taxa de câmbio no mercado à vista parece ter influenciado revisões das expectativas da inflação futura pelos agentes.
- Veja também o Relatório BB BI de Renda Fixa (30.05.2016)
Nos EUA, a presidente do Fed, Janet Yellen, discursou na sexta-feira (27): “se a economia continuar a melhorar, será apropriado subir juros cautelosamente nos próximos meses”.
Não foi ratificada uma alta na decisão de 15 de junho próximo, com o mercado ainda “não comprando” elevação de juros no curto prazo. De outra mão, a prévia dos pedidos de bens duráveis de abril avançaram e vieram acima das expectativas; e as vendas de casas novas dispararam em abril.
Nesta semana, o destaque maior está agendado para a próxima 6ª feira (3/jun), o payroll (criação de vagas na economia).
Considerações
No Brasil, nesta semana, sairão o PIB 1T16 (1º/jun), taxa de desemprego (31/mai), resultado primário (31/mai), produção industrial (2/jun) e IGP-M (30/mai).
Na semana passada, o Congresso aprovou a elevação do déficit primário (fiscal) a R$170,5 bilhões para 2016 (cerca de -2,7% do PIB) – previsão anterior na LDO era de superávit de R$24 bilhões. Já a meta para 2017 ainda não foi definida.
O governo definiu que o teto de gastos não poderá ser maior do que a inflação anterior (não haverá aumento real). O Caged (criação de empregos formais) prosseguiu registrando perdas de postos de trabalho em abril, mas, a queda desacelerou.
Já o setor externo registrou em abril superávit em conta corrente. O Banco Central estima agora a dívida externa em US$337,8 bilhões para 2016.
- O PIB para 2016 ficou “menos pior”, a -3,81% (-3,83% antes). Já para 2017, o crescimento subiu a +0,55% (+0,50% antes).
- O IPCA subiu ligeiramente a 7,06% (7,04% antes) para 2016. Para 2017, permaneceu estável em 5,50%, pela 2ª semana.
- A taxa de juros Selic subiu a 12,88% a.a. (12,75% antes) para 2016. Já para 2017, recuou a 11,25% a.a. (11,38% antes).
- A taxa de câmbio (fim de período) baixou a R$3,65 (R$3,67 antes) para 2016 e para R$3,85 (R$3,88 antes) para 2017.
O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil fechou aos 350 pts na sexta-feira, 27 de maio – leve elevação diante dos 346 pts de 13 de maio.
Confir ano anexo a íntegra do estudo do Boletim Focus do Banco Central, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS
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