Diário do Mercado na 4ª feira, 06.07.2016
Bolsa estável reiterou cautela dos agentes; dados do setor automobilístico local e ata do Fed foram os destaques
Ainda que no intraday tenha operado no campo negativo (-2% pela manhã), o Ibovespa acompanhou uma melhora no humor do mercado norte-americano e fechou próximo à estabilidade (+0,11%, aos 51.901 pts), acumulando agora 0,73% no mês, e +19,73% no ano.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,37 bilhões. No dia 02 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 104 milhões na Bolsa, elevando o acumulado líquido do mês a R$ 737 milhões e do ano a R$ 13,38 bilhões.
Produção de automóveis
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, a Anfavea divulgou dados do setor automobilístico (automóveis e comerciais leves, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas) relativos a junho e o 1S16 fechado.
A produção das montadoras brasileiras apresentou no primeiro semestre o menor nível desde 2004, com 1.016.680 veículos produzidos, uma queda de 21,2% em relação a igual período de 2015.
Somente em junho, embora tenha acelerado 4% ante maio, o total de veículos produzidos é 3,2% menor dos que junho de 2015. Já as vendas no 1S totalizaram 983.536 unidades, 21,2% menor do que o 1S15.
Somente em junho, embora 2,6% maior que em maio, o número representou uma queda de 19,2% em relação ao ano passado. Já as exportações, em volume, totalizaram US$ 4,848 bilhões no 1S16, uma queda de 12,5% relativa ao 1S15. Somente em junho houve baixa ante maio da ordem de 5,5% e também ante junho de 2015, de 12,5%.
Ata do Fed
Externamente, nos EUA, a Ata do Fed, trouxe o posicionamento dos membros da autoridade norte-americana quanto à definição da taxa de juros ocorrida na última reunião, em 15/06. Ficou evidente que a prudência com o mercado de trabalho e também com o referendo do Brexit norteou a decisão. Destacou-se no documento a divisão entre os próprios membros quanto à decisão, o que reforça ainda mais as incertezas quanto à dinâmica das próximas definições quanto aos juros por parte da autoridade.
O mercado considera remotas elevações nas reuniões do Fed de julho, setembro e novembro, mas, após a ata de hoje elevou marginalmente as apostas para um aumento na reunião de dezembro.
Câmbio e Juros Futuros no Brasil
No mercado de câmbio, o Bacen entrou, pelo quarto dia consecutivo, à carga nos leilões de swap cambial reverso de dólar, mantendo a pressão compradora sobre a divisa, que se valorizou perante o real e fechou cotada a R$ 3,3400 (+1,09%).
No mercado de juros futuros na BM&F, houve avanço em toda a estrutura a termo da curva de juros, acompanhando o tom do dia, de aumento das incertezas com a divulgação da ata do Fed, e no aguardo de dados de emprego nos EUA. Já o CDS brasileiro de 5 anos permaneceu praticamente estável em 319 pontos ante 320 na sessão anterior.
Bolsas no Exterior
Nos mercados estrangeiros, a prudência foi a tônica. Enquanto no oriente e Europa a maior parte das bolsas observaram desvalorização, nas américas, beneficiadas pela virada do mercado norte-americano, que chegou a abrir em queda refletindo temores quanto à magnitude dos impactos do Brexit, mas inverteu a direção ao longo do pregão, as bolsas, em sua maioria, valorizaram-se.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 06.07.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS
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