Diário do Mercado na 4º feira, 31.08.2016
Ibovespa realizou no mesmo dia em que o impeachment efetivamente se materializou.
HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T
e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P
Entre altas e baixas, o Ibovespa findou o pregão em queda (-1,15%), aos 57.901 pts. Assim, o índice fechou o mês de agosto com variação de +1,03% passando a acumular +0,32% na semana, +33,57% no ano e +24,18% em 12 meses.
Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 8,62 bilhões, sendo R$ 8,29 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 26 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo de R$ 146 milhões na bolsa, computando saldo negativo de R$ 1,455 bilhões em agosto, mas, somando R$ 15,8 bilhões no ano.
"Sobe no boato, realiza no fato"
O mercado seguiu seu jargão, “sobe no boato, realiza no fato”. A sessão desta quarta-feira foi marcada pelas tensões vivenciadas na capital federal com a votação final pelos senadores no processo que aprovou, por 61 votos a 20, o impeachment da presidente afastada, Dilma Roussef, e pela a posse do novo presidente, Michel Temer, que estava interino e assumiu hoje a Presidência da República.
Agenda Econômia
Na agenda econômica (pg.3), o PIB 2T16 registrou contração de 0,6% (com ajuste sazonal), quase em linha com o -0,5% projetado pelo mercado e consumou o sexto trimestre consecutivo de queda. O consumo das famílias - maior peso no indicador, retraiu-se 0,7% e o gasto do governo cedeu a -0,5%, de +1,0% no 1T15.
O dado que trouxe alento aos agentes foi a contração de 3,8% no comparativo do 2T16 ante 2T15, melhorando em relação ao -5,8% apurado no 1T16 ante 1T15. Já no comparativo do acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB denotou queda 4,9%.
Já o resultado primário do setor público mostrou déficit de R$ 12,8 bilhões em julho, resultado mais fraco do que o déficit de R$ 10,8 bilhões de junho, mas, melhor que o consenso de mercado, em -R$ 17,7 bilhões. Ao final da tarde,
Copom
O Banco Central decidiu em sua antepenúltima reunião do Copom manter mais uma vez inalterada a taxa básica de juros (Selic). No comunicado que acompanhou a resolução, o comitê sinalizou quanto aos riscos existentes sobre a dinâmica inflacionária, citando “por um lado,
(i) a inflação acima do esperado no curto prazo, em boa medida decorrente de preços de alimentos, pode se mostrar persistente;
(ii) incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia permanecem; e
(iii) um período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação; por outro lado,
(iv) índices de preços no atacado indicam possível arrefecimento do choque de preços de alimentos e um eventual efeito favorável sobre o IPCA;
(v) os ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere, o que permitiria ganhos de confiança e reduziria as expectativas de inflação; e
(vi) o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom” .
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar terminou o dia em baixa de 0,37%, cotado a R$ 3,2260, fechando o mês de agosto com variação de -0,49%, bem como, passou a acumular -1,29% na semana, -18,56% no mês e 11,20% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, os contratos com vencimento mais curtos operaram próximos à estabilidade, com os agentes no aguardo da definição da taxa de juros pelo Copom até o fechamento deste mercado.
Enquanto isso a ponta longa recuou, talvez refletindo uma a percepção de risco de longo prazo após a finalização do processo de impeachment. Já o CDS brasileiro de 5 anos subiu ligeiramente, indo a 260 pts hoje, contra 259 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatóriod de análise do comportamento do mercado nesta 4ª feira, 31.08.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T , RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analistas de investimento sdo BB Investimentos