Relatório Focus de 05.09.2016
2017: PIB prosseguiu ascendente e juros tornaram a retrair
No relatório semanal Focus do Banco Central, que traz a mediana das projeções de mercado, não houve alterações significativas nas principais variáveis para 2016.
Já para 2017, os destaques ficaram por conta da continuidade da ascensão do PIB, pela terceira semana consecutiva, atingindo +1,30%, versus +1,23% da semana anterior, bem como, o retorno da taxa Selic para 11,00% a.a., após a pontual elevação da semana passada a 11,25% a.a.
Depois, podem ser citados:
(i) o IPCA (inflação ao consumidor) com ligeira retração a +5,12% (5,14% antes); e
(ii) a taxa de câmbio (fim de período) permanecendo em R$3,45.
As estimativas parecem ter respondido, em um primeiro momento, ao comunicado do Copom da semana passada, bem como, os agentes agora aguardam a ata da decisão da taxa Selic de 31 de agosto, a ser divulgada amanhã (6/set), para adicionais ajustes em seus modelos
Inflação ao consumidor oscila ao redor de 5,1% para 2017. Ainda que em tendência declinante, a mediana dos agentes denotou uma pequena pausa na convergência esperada da inflação já ao término do próximo ano à meta de 4,5%, muito em parte pela resiliência da pressão inflacionária dos preços dos alimentos.
A serem divulgados, a ata do Copom (6/set) e o dado do IPCA (9/set) deverão trazer reapreciações por parte dos agentes, especialmente se o segundo confirnar o arrefecimento dos alimentos no varejo, de modo condizente ao antecipado pelo IPA (Índice de Preços no Atacado) nas recentes medições dos IGPs (Índice Geral de Preços - atacado) ao longo de julho e agosto.
PIB em gradual e lenta ascensão para 2017. A mediana das estimativas prosseguiu em ascensão (vide gráfico lateral), denotando pequeno avanço, mas, marcando a terceira semana seguida de melhoria, indo a +1,30% (+1,23% e +1,20% nas semana anteriores). Já em relação ao dado da produção industrial, que esteve dissonante recentemente, os agentes revelaram uma preferência pela cautela, aguardando que a tendência de recuperação se solidifique.
Taxa de juros. O comunicado que sucedeu a resolução do Copom de manter a taxa Selic em 14,25% a.a. trouxe um novo ingrediente ao cenário atual.
Os agentes interpretaram a postura do Banco Central como dovish (amena), pois este suprimiu um trecho constante na versão anterior - no qual admitia não vislumbrar espaço para flexibilização de política monetária.
Assim, o mercado elevou suas apostas um provável início do ciclo de afrouxo monetário a partir da próxima decisão, em 21 de setembro de 2016. A redução da projeção da Selic a 11,00% a.a. (11,25% a.a. antes) para 2017 corroborou esta visão.
Síntese
- O PIB subiu a +1,30% (+1,23% antes) para 2017, mas, retraiu-se marginalmente a -3,20% (-3,16% antes) para 2016.
- O IPCA para 2017 teve leve arrefeimento a +5,12% (+5,14% antes), porém, manteve-se estável em 7,34% para 2016.
- A Selic retornou a 11,00% a.a., ante 11,25% a.a. na semana anterior, para 2017, e conservou-se estacionada em 13,75% para 2016.
- A taxa de câmbio cedeu a R$3,26 para 2016 (R$3,29 antes) e ficou em R$3,45 para 2017.
- O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil encerrou em 258 pts na sexta-feira (2/set), contra 261 pts da sexta-feira anterior (26/ago).
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