Diário de Mercado na 3ª feira, 20.12.2016
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Com boa performance do setor financeiro após anúncio de medidas pelo Bacen, Ibovespa tem sessão positiva.
Domesticamente, em meio à escassez de indicadores e à crescente morosidade devida ao recesso de final de ano que já se instala, o Bacen encontrou agenda para, através de seu presidente, promover um anúncio de medidas.
Nele, a autoridade monetária buscou expressar suas ações através de um comunicado aos mercados, abrangendo esforços para melhorias de eficiência do sistema financeiro e consequente redução do custo de crédito aos agentes, além de uma maior aproximação com o público em geral, através do uso de novas tecnologias entre outras medidas qualitativas.
O comunicado foi visto como positivo, ao complementar o discurso do ministro da Fazenda na semana passada e denotar esforço por parte da instituição na construção de um ambiente bancário mais salutar no longo prazo.
Ibovespa
No âmbito do mercado de ações o dia foi de reduzida liquidez e volatilidade, já esperados após o último exercício de opções do ano na data de ontem não apenas no mercado brasileiro mas mundial por ocasião das festividades de natal e final de ano.
O índice Bovespa (IBOV) operou próximo à estabilidade praticamente ao longo de toda a sessão, com uma ligeira melhora no ânimo vista na hora final do pregão.
O comunicado do Bacen aparentemente trouxe algum alento ao setor financeiro, que responsabilizou-se pelas maiores contribuições à performance do índice, que findou aos 57.582 pts (+0,82%).
No último dado disponível, em 16 de dezembro, a bolsa brasileira registrou ingresso líquido de capital externo de R$ 149,55 milhões, reduzindo o acumulando negativo no mês a R$ 787,48 milhões. Em 2016, o fluxo estrangeiro é positivo em R$ 14,20 bilhões no ano.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, a arrecadação de impostos do governo federal no mês de novembro atingiu R$ 102,245 bilhões, dado ligeiramente superior à mediana das estimativas do mercado, em R$ 99,7 bilhões.
A comparação com outubro fica prejudicada por conta das atípicas receitas oriundas do programa de repatriação, que levou o total daquele mês a R$ 149 bilhões. Em comparação com novembro de 2015 no entanto, o avanço real (já descontada a inflação) foi de 0,11%.
O resultado das transações correntes em novembro foi negativo em US$ 878 milhões, pior do que a mediana das projeções dos agentes (-US$ 160 bilhões) mas significativamente melhor do que os US$ 3,34 bilhões negativos medidos no mês de outubro.
Finalmente, os investimentos diretos no País em novembro atingiram US$ 8,752 bilhões, superando as projeções do mercado, que orbitavam em volta dos US$ 6,50 bilhões, mas desacelerando ante os investimentos diretos de outubro, que foram da ordem de US$ 8,40 bilhões.
Externamente, no Japão, o BOJ (Bank of Japan) manteve inalterada sua política monetária com taxa de juros negativa em 0,1%
Juros
No mercado de juros, em uma sessão de reduzido volume, e sem maiores direcionadores capazes de influenciar nova dinâmica na Selic, os vencimentos curtos praticamente não se alteraram. Curiosamente, em um movimento tido como técnico, os vencimentos médios elevaramse enquanto os longos recuaram, com pouca influência dos U.S. Treasuries norte-americanos, que movimentaram-se parcamente hoje.
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,3460 (-0,77%), acumulando agora -1,24% no mês, -15,53% no ano e -15,53% em 12 meses. A moeda norte-americana perdeu força perante a maioria dos pares no mercado cambial global nesta sessão, não sendo diferente com o Real.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 284 pts, ante 291 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 20.12.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Rafael Reis, CNPI-P, do BB Investimentos
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