Renda Fixa Mercado Secundário de Debêntures
Papéis mais curtos e posições prefixadas ganham preferência
Em uma semana de ajustes, os investidores assimilaram gradativamente as crescentes expectativas de redução da taxa Selic, que acabaram se confirmando no corte de 0,75 p.p. na decisão de ontem do Copom.
Neste contexto, no mercado de DI futuro, os agentes já vinham embutindo sucessivos recuos dos yieds, mas mostraram-se divididos quanto à proporção do corte – distribuída entre 0,5 e 0,75 p.p. na expectativa implícita da estrutura a termo.
Em linha com esta tendência, o mercado de títulos públicos federais se destacou pelas consequentes posições prefixadas, não apenas com a aceitação total dos leilões de NTN-F e LTN realizados pelo Tesouro, mas também, na montagem de posições. Particularmente no segmento da NTN-B, foi possível observar a venda de títulos longos e compra de papéis mais curtos, o que se traduziu no recuo dos rendimentos de até dois anos e na elevação dos demais, em quase toda a extensão.
Como resultado, as debêntures monitoradas repercutiram este mesmo movimento, apresentando altas de preço, entre os ativos com vencimentos no mesmo horizonte de dois anos, e recuo nos preços das séries mais longas. Graficamente, a análise revela que os ativos em alta passaram a apresentar um perfil de mais fragilidade, sugerindo um acompanhamento mais detido das movimentações das principais curvas de referência.
Volumes negociados
Janeiro.
O início do ano prossegue com volume financeiro de R$ 1.748.054,3 mil, em 155 séries, entre 5.288 transações, representando R$ 1.561,00 mil por unidade negociada e R$ 330.570 mil por negócio. Entre os maiores volumes, destacam-se: Andrade Gutierrez S.A.(AGUT14), com 35,07% do total; Andrade Gutierrez Concessões S.A. (ANDG11), com 14,91%; Santo Antonio Energia S.A. (STEN23), com 8,58%; Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA MG (CSMGA0), com 7,20%; TCP Terminal de Contêineres de Paranaguá S.A. (TCPA31), com 2,09%; e Copel Geração e Transmissão S.A. (CPGT12), com 2,06%.
Dezembro.
O mês acumulou R$ 4.123.643,9 mil em volume financeiro, em 211 séries, entre 11.423 transações, representando R$ 4.152,80 mil por unidade negociada e R$ 360.994,80 mil por negócio. Entre os maiores volumes, figuraram: Minerva S.A.(BEEF13), com 22,99% do total; Investimentos e Participações em Infra-estrutura S.A. - INVEPAR (IVPR13), com 9,59%; Camargo Correa Investimentos em Infra-estrutura S.A.(CCIF22), com 6,68%; Camargo Correa S.A.(CCHOA4), com 5,23%; Lojas Riachuelo S.A. (RCHL11), com 4,87%; Cia. Energética de Pernambuco-CELPE (CEPE16), com 3,73%; Cia. de Gás de São Paulo - COMGAS (GASP15), com 2,47%; Ouro Verde Locação e Serviços S.A.(OVTL14), com 2,43%; Rádio e Televisão Bandeirantes S.A. (RTBD11), com 2,06%; Centrais Elétricas do Pará S.A. - CELPA (CLPP13), com 2,04%; e Primav Infraestrutura S.A.(PMAV11), com 2,03%. Cabe destacar, entretanto, a distorção provocada por apenas 2 operações de BEEF13, com mais de 30% do volume total.
A negociação no mercado secundário sofreu declínio em volume financeiro, entre out/2014 e mar/2015, mas, nos meses seguintes, passou a apresentar volumes maiores e mais séries negociadas. Especialmente o mês de set/2015 representou incremento expressivo, já nos primeiros dez dias do mês (com R$ 3 bilhões) superando o total acumulado nos dois meses anteriores, considerados isoladamente (R$ 2,9 bilhões em julho e R$ 2,6 bilhões em agosto). Na série histórica apresentada no gráfico abaixo, destaca-se também o elevado volume de dezembro de 2015 (R$ 6,3 bilhões), especialmente se comparado com os registros do mesmo mês, nos anos anteriores.
Nos primeiros meses de 2016, porém, os volumes voltaram ao patamar inferior à média móvel de 12 meses, até atingir um novo pico em jun/2016, quando o volume se mostrou maior, tanto em número de negócios quanto em volume financeiro. Contudo, cabe registrar que apenas 6 operações de RUMO11 responderam por 28% do volume total naquele mês.
Da mesma forma, a série histórica também apresentou outras distorções em 2016: em out/2016, 8 operações de NCFP12 abrangeram 79,9% do volume do mês; em nov/2016, 2 operações de CCCP11 responderam por 19,73%; e, em dez/2016, a série BEEF13 compreendeu 23% do total, com apenas 2 transações.
Os dois picos registrados em out/2013 e set/2014 constituíram movimentos mensais atípicos e pontuais, não se tratando de sazonalidade, apesar da similaridade de datas. Em set/2014, houve forte negociação de títulos da Embratel (EBTE12, com 49,56% do volume do mês, e EBTE14, com 26,32%), ao passo que em out/2013, o mercado registrou aumento pontual no volume financeiro entre diversos títulos, como os de Rio Iaco Participações S.A., Votorantim Cimentos S.A. e Ultrapar Participações S.A., entre outros.
Confira no anexo a íntegra do relatório Renda Fixa Mercado Secundário de Debêntures, elaborado por Renato Odo, CNPI-P, e José Roberto dos Anjos, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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