Universalização do Modelo Econômico Brasileiro
Sob a ira do Capital Financeiro Internacional
por Wilson R Correa
A Sra. Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), fez a seguinte declaração neste 12.07.2012 em Bangcoque, na conclusão da sua visita a Tailândia:
“Em minha reunião com o Primeiro-Ministro, enfatizei a importância do engajamento contínuo do Fundo na Ásia e de cooperação com a ASEAN. A ascensão da Ásia na economia global é um desenvolvimento de definição. A resiliência da Ásia em face da crise mundial tem refletido os fundamentos econômicos da região que melhoraram muito em função da política posta em prática na última década.
“No entanto, as tensões prolongadas e riscos em outros lugares do mundo, em uma economia cada vez mais interligada globalmente, são um lembrete da fragilidade do ambiente externo.
“Neste contexto, é do interesse da Ásia reforçar as fontes internas de crescimento para reequilibrar suas economias e assegurar o crescimento mais equitativo e inclusivo.”
Nesse pronunciamento da diretora-geral do FMI fica evidente a harmonização da perspectiva do FMI com a política econômica experimentada pelo Brasil, desde a década passada. Embora dirigido junto ao público asiático, o teor desse discurso, nos dois últimos parágrafos, é o mesmo apresentado pelo Fundo a outras regiões do mundo e ao público europeu.
Essa mesma orientação acaba de tornar-se o pensamento político dos lideres de países como França, Itália e Espanha, que se contrapõem à perspectiva política da Alemanha, favorável esta ao rígido controle monetário e fiscal, sem espaços para a geração de emprego e renda.
Valorizado no Brasil desde a última década e agora pelo FMI, o princípio econômico a ser posto em prática por lá é o modelo em curso no Brasil de fortalecimento do mercado interno, de redução dos juros, de geração de emprego e renda, de redução da inflação e controle fiscal e monetário conduzido permeavelmente nessa direção.
Nada do diagnóstico maroto de esgotamento do modelo de sociedade de consumo, veiculado no Brasil pelas empresas de consultoria ligadas aos interesses dos grandes bancos, da FEBRABAN e do capital financeiro internacional, que, irados e contrariados, pelejam pela volta da alta da taxa de juros no Brasil, sob o apoio antes inconteste e agora cauteloso da grande mídia.
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