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Internacional

07 de Abril de 2017 as 03:04:02



ATAQUE QUÍMICO NA SÍRIA - A versão russa e a análise


Ataque químico na Síria pode brecar processo de paz
 
 
O ataque químico ocorrido em 4 de abril no reduto rebelde de Khan Shaykhun, no norte da Síria, deixou 72 mortos, incluindo 20 crianças.
 
“Um dos bairros da cidade de Khan Shaykhun foi bombardeado com material que acredita-se ser gases que causam asfixia”,
 
diz um balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o primeiro órgão a relatar sobre o incidente.
 
 
Gás Sarin
 
Imagens de vídeo que mostram civis, entre eles crianças, sufocadas pelo gás foram, na sequência, divulgadas pela imprensa internacional. Segundo a agência TASS, que cita um comunicado de imprensa divulgado por Médicos Sem Fronteiras, suspeita-se do uso do agente tóxico sarin “ou compostos semelhantes”.
 
 
Damasco sob críticas
 
A cidade de Khan Shaykhun, assim como a província de Idlib em geral, estão sob o controle da oposição síria. A oposição e os países ocidentais, como Estados Unidos e nações da União Europeia, culparam o regime de Assad pelo ataque.
 
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, descreveu o ocorrido como “uma brutalidade e uma barbárie descaradas”, apelando para que os governos russo e iraniano, ambos pró-Assad, exerçam influência sobre o aliado.
 
Posição semelhante foi apresentada pelo governo do Reino Unido. “Estou muito certa de que não pode haver futuro para Assad em uma Síria estável, que seja representativa para todo o povo sírio”, declarou a primeira-ministra britânica Theresa May.
 
O governo turco também culpou Damasco pelo ataque, alertando a Rússia de que tais incidentes ameaçam frustrar as negociações de paz em Genebra e Astana.
 
 
Versão de Moscou
 
O governo sírio prontamente negou qualquer relação com o ataque a Khan Shaykhun. “Mesmo nos piores dias, os militares sírios jamais usaram tais armas”, lê-se em uma publicação na página oficial do Exército Árabe Sírio no Facebook. Damasco insiste que o ataque teria sido forjado como uma provocação encenada pela oposição.
 
A porta-voz oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakhárova, acusou os meios de comunicação de parcialidade, ao sugerir que o governo sírio está por trás do ataque, e condenou as tentativas de lançar culpa também à Rússia.
 
Segundo o Kremlin, a Força Aérea Síria teria perpetrado ataques a Khan Shaykhun em 4 de abril, mas, segundo a versão russa, os aviões de combate estariam apontados para instalações de produção de gás tóxico da oposição, e não bairros residenciais.
 
A ONU Organização das Nações Unidas e a Organização para a Proibição de Armas Químicas lançaram um inquérito sobre o incidente. De acordo com a TASS, os detalhes sobre o ataque e suas conclusões ainda permanecem desconhecidos.
 
 
Quem se beneficiará?
 
Especialistas russos se dividem sobre a possibilidade de o Exército sírio ter, de fato, realizado os ataques contra áreas residenciais de Khan Shaykhun.
 
Para Serguêi Balmasov, analista sênior do Centro de Estudos da Sociedade em Crise, o ocorrido foi tramado, uma vez que não traria benefícios para a reputação de Assad. “Podemos encarar Assad como um tirano, mas ele não é tolo. Ele não teria bombardeado [a oposição] com armas químicas agora, sem esperar qualquer ganho militar”, disse Balmasov, citado pelo portal de notícias Yenicag.ru.
 
O diretor do Centro de Estudos Islâmicos do Instituto de Desenvolvimento Inovador, Kirill Semenov, acredita, porém, que Damasco poderia ter atacado a oposição sem o conhecimento da Rússia.
 
Segundo o especialista, o líder sírio, ao contrário de Moscou, estaria interessado na continuação da guerra. “O ataque pode ter sido encenado para frustrar o processo de paz da Síria, para que o governo possa culpar a oposição por romper as negociações.”
 
 
Trégua frustrada
 
Independentemente de quem estiver por trás do ataque, parece que o processo de paz na Síria foi encerrado, sugere Vladímir Akhmedov, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências.
 
“Está claro, nesse momento, que a oposição vai acusar o regime, e o regime vai negar todas as acusações e descrever o incidente como uma provocação dos rebeldes”,
 
disse Akhmedov à Gazeta Russa.
 
“Seja qual for o caso, a oportunidade de se chegar a um compromisso irá por água abaixo”,
 
completou.
 
De acordo com a analista, o cessar-fogo oficialmente anunciado em 30 de dezembro de 2016 não saiu do papel: o número de violações do cessar-fogo continua crescendo a cada semana semana, assim como a intensidade das hostilidades.
 
“As negociações de Genebra, cuja última rodada aconteceu de 23 a 31 de março, podem ser completamente descartadas após o ataque químico”,
 
afirmou o especialista.
 
A mesma opinião foi apontada por Grigôri Kosatch, professor do departamento de Oriente Contemporâneo na Universidade Estatal de Humanidades da Rússia.
 
“Até agora, as conversações de Genebra não conseguiram unir as posições do regime [sírio] e seus oponentes. Agora que as hostilidades foram retomadas, sobretudo depois do uso de armas químicas, a própria viabilidade das negociações é questionável”,
 
diz.
 
 


Fonte: GAZETA RUSSA, sob autorização mencionada a fonte.





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