Diário do Mercado na 2ª feira, 18.04.2017
Arrefecimento da tensão geopolítica e dados econômicos favoráveis da China permitem sessão no azul
Resumo.
Após o exacerbamento na semana anterior os ânimos geopolíticos no exterior melhoraram, permitindo um pregão positivo na 2ª feira – dia de vencimento do exercício de opções sobre ações de abril.
O bom humor se elevou ainda na madrugada com dados positivos da agenda econômica chinesa e, depois, com a subsequente queda do dólar frente a outras divisas no mercado internacional de moedas consolidando uma benéfica atmosfera nas bolsas de Nova York.
Internamente, os agentes prosseguem aguardando novos capítulos do desenrolar da aprovação da reforma da previdência e vão digerindo os números de hoje com viés favorável da economia brasileira.
Ibovespa.
Acompanhando seus pares, especialmente dos mercados norte-americanos, o setor financeiro foi o principal responsável pela performance positiva do índice na segundafeira.
A semana iniciou mais leve com a dissipação de parte das tensões geopolíticas que pautaram a semana anterior, e os ganhos inicialmente modestos da parte da manhã aceleraram-se após o exercício de opções sobre ações na Bovespa ao meio dia.
O Ibovespa terminou o pregão aos 64.334 pontos (+2,40%), com o giro financeiro preliminar da bolsa em R$ 10,106 bilhões, sendo R$ 6,994 bilhões no mercado à vista e R$ 2,786 bilhões relativos ao exercício de opções.
O fluxo de capital para a Bovespa, que acumulava R$ 940 milhões até o dia 11, foi invertido totalmente no dia 12. Com uma evasão líquida de R$ 1,23 bi neste dia, o montante líquido acumulado passou a negativos R$ 288,8 milhões no mês. Em 2017, no entanto, o saldo ainda é positivo em R$ 3,5 bi.
Agenda Econômica.
Recheadíssima, a agenda econômica já trouxe na madrugada dados animadores da economia chinesa. Afastando parte dos temores quanto a uma abrupta desaceleração econômica, a segunda maior economia mundial divulgou favoráveis dados em março (A/A): vendas no varejo em 10,9% e produção industrial em 7,6%.
Ademais, o PIB relativo ao 1T17 (A/A) subiu a 6,9%, acima do 6,7% anterior e superando o consenso de mercado, em 6,8%.
No Brasil, a inflação ao atacado medida pelo IGP-10 (FGV) de abril marcou uma deflação de 0,76%, não apenas invertendo a ligeira aceleração medida em março (+0,05%), mas, vindo abaixo da média das estimativas dos agentes, em -0,61%.
Também internamente, a atividade econômica medida pelo IBC-Br mostrou, após revisão metodológica, um avanço de 1,31% em fevereiro ante janeiro, marcando o segundo avanço mensal (janeiro revisto para +0,62%).
O IBC-Br é considerado pelo mercado como uma proxy do PIB. Vale lembrar que no Relatório Trimestral de inflação (RTI), publicado no final de março, o Banco Central revisou o PIB esperado para +0,5% neste ano.
Juros.
Refletindo novos recuos da inflação ao consumidor antecipados pelo relatório Focus do Bacen e a deflação do IGP-10, que reforça a tendência desinflacionária atual, de ancoragem plenamente disseminada, os juros operaram em majoritária queda ao longo da curva de estrutura a termo. Também, a significativa queda do dólar favoreceu o movimento.
Câmbio e CDS.
Especialmente influenciado pela melhora externa, embasada no arrefecimento das tensões geopolíticas e também à sinalização do Bacen quanto à rolagem total dos contratos de swap cambial vincendos em maio, o dólar comercial (interbancário) cedeu firme frente ao real, fechando cotado a R$ 3,1053 (-1,22%) na sessão.
Na leitura do momento, o CDS Brazil 5 anos (CBIN) oscilava aos 227 pts ante a 226 pts da sexta-feira.
Para a terça-feira.
Noticiários especulam elevação da pressão pelo avanço da reforma da previdência, assunto que continuará a ser monitorada de perto pelos investidores, retornando aos holofotes domésticos e dividindo a atenção com possíveis novas ameaças entre a Casa Branca e a Coréia do Norte.
A agenda econômica traz destacadamente a Ata do Copom relativa à reunião findada no último dia 12 de abril.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 18.04.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T Analista Sênior, e RAFAEL REIS, CNPI-P Analista. ambos do BB Investimentos
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