Diário do Mercado na 6ª feira, 02.06.2017
Mercado subiu com exterior em recorde, mas, proximidade de julgamento pelo TSE restringiu ganhos.
Resumo.
O mercado terminou em alta simplesmente pelo avanço dos índices acionários das bolsas de Nova York, que prosseguiram batendo recordes de pontuações. Internamente, após o comunicado mais duro do Banco Central, na noite de quarta-feira passada, sobre redução da magnitude de cortes da taxa de juros, apesar de manter o ciclo de afrouxamento monetário, o humor dos agentes piorou.
Somando a isto, o mercado está receoso quanto ao desfecho em relação ao destino da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na próxima semana.
O julgamento está agendado para ter início dia 6 e poderá ir até o dia 8, mas, caso ocorra algum pedido de vista do processo na corte, a decisão poderá ser postergada.
Ademais, um possível surgimento de novas delações premiadas trazem insegurança aos investidores. Enfim, todos os olhos se mantém focados no imbróglio político e seus desdobramentos.
Neste quadro, o índice subiu, com giro financeiro foi mais comedido no dia. Já o dólar teve pequeno avanço e as taxas de juros futuros abriram (subiram).
Ibovespa.
Externamente, a percepção dos agentes é que a criação de vagas na economia (payroll) norte-americana tendo vindo bem aquém do esperado traz uma sinalização para que o Fed eleve mais suavemente a taxa de juros nos EUA. Isto fez os mercados acionários em Wall Street escalarem novos recordes de pontuações.
Todavia, em nossa visão, existe um paradoxo, visto que a taxa de desemprego recuou ainda mais dentro do pleno emprego – ou seja, o número do payroll será revisto para cima ou não existe a necessidade neste momento de geração de tantos postos de trabalho na economia. O futuro dirá.
O avanço externo terminou por contagiar o índice brasileiro, que fechou aos 62.510 pts (+0,36%), com giro financeiro preliminar de R$ 6,2 bilhões na Bovespa.
Capitais Externos na Bolsa - O capital estrangeiro mostrou saída líquida de R$ 667 milhões em 31 de maio - último dado disponível – findando o mês com entrada líquida de R$ 2,147 bilhões. Em 2017, o saldo positivo líquido é de R$ 5,659 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção industrial registrou variação de +0,6% em abril, versus -1,3% em março (dado revisto de -1,8%) e acima do consenso de +0,1%. Já em comparação com abril de 2016, o indicador oscilou -4,5% (+1,4% em março-17 / março-16) e veio melhor do que o consenso, em -5,5%. O indicador passou a acumular -0,7% no ano e -3,6% em 12 meses. O IPC-Fipe (inflação no município de São Paulo) apresentou deflação de -0,05% em maio, ante +0,61% em abril, sendo o consenso em +0,01%.
Nos EUA, o payrrol mostrou geração de 138 mil vagas na economia em maio, versus 211 mil em abril (dado revisado de 174 mil), inferior ao consenso de 175 mil. A taxa de desemprego norte-americana cedeu para 4,3% em maio, contra 4,4% em abril – permanecendo em “pleno emprego”.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em baixa, acompanhando o comportamento da divisa norte-americana no mercado internacional de moedas. Contudo, foi recuperando terreno pela manhã e tornou-se positivo na parte da tarde, descolando-se no mercado externo.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,2530 (+0,25%). O CDS brasileiro de 5 anos oscilava em 237 pts, ante 238 pts da véspera.
Juros.
Os agentes preferiram não correr riscos diante da considerada próxima semana pesada. A incerteza permeou os negócios e os DIs subiram com firmeza ao longo de toda a curva da estrutura a termo da taxa de juros.
Para a próxima semana.
No Brasil, ata do COPOM , dados de veículos da Anfavea, IGP-DI final, IGP-M 1sª prévia e o destaque – IPCA de maio.
Nos EUA, Produtividade de produtos não agrícolas, Custo da mão de obra, Pedidos de bens duráveis, Crédito ao consumidor e Estoques no atacado.
Na China, Reservas estrangeiras, Investimento estrangeiro direto, Balança comercial - Exportações e Importações, IPC e IPP.
Na Europa, dados de produção industrial. No Japão, PIB 1T17 (final).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 02.06.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, Analista Senior, e RAFAEL REIS, CNPI-P Analista, ambos do BB Investimentos
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