Diário do Mercado na 3ª feira, 27.06.2017
Influência exterior sobrepõe-se ao noticiário político
Resumo.
Apesar do noticiário político agitado, a tônica do mercado foi comandada pelos eventos internacionais. A denúncia apresentada ontem à noite pela PGR já era esperada e, de certo modo, precificada, enquanto os agentes sabem que a resolução da questão política ainda deve consumir tempo relevante.
Porém na Europa, o presidente do Banco Central Europeu, apresentou discurso desfavorável à manutenção dos estímulos à economia, uma vez que os resultados do combate à inflação na zona do Euro têm sido efetivos.
Efeito contínuo, o Euro se desvalorizou frente ao dólar enquanto os bônus soberanos tiveram seus rendimentos valorizados com consequente queda no preço.
Ibovespa.
O índice abriu subindo, carregado pela valorização das ações de commodities, resultado da valorização do minério de ferro na China e do petróleo. Entre oscilações em torno do fechamento de ontem, o índice assumiu tendência declinante a partir das 13 horas.
Tal tendência foi na direção das bolsas americanas que sofreram com queda no setor de tecnologia, após Google receber uma multa de 2,42 bilhões de euros da autoridade antitruste da União Europeia, e do setor de saúde, que refletiram o adiamento da votação no senado da lei que substitui o sistema de saúde norte-americano.
O Ibovespa fechou aos 61.675 pts (-0,82%), acumulando -1,65% no mês, +2,40% no ano e +25,24% em 12 meses. Em termos de relevância, o setor financeiro foi determinante para o resultado negativo do dia. Com participação ponderada no índice de -0,12% para o Banco do Brasil, -0.10% para Itaú Unibanco e -0,09% para Banco Bradesco.
No lado oposto, as ações ligadas às commodities impediram que a queda fosse maior, destacando o impacto de +0,09% para Vale5 e +0,06% para Vale3. O giro da Bovespa foi de R$ 7,586 bilhões, sendo R$ 7,1878 bilhões no mercado à vista.
Agenda Econômica.
Na agenda, o destaque ficou para a divulgação do Banco Central que o país registrou superávit em transações correntes de US$ 2,9 bilhões em maio, maior número positivo da balança de transações correntes para um mês de maio desde 1995. Este resultado foi fortemente influenciado pelo superávit comercial de US$ 7,4 bilhões, valor também recorde.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), depois da abertura relutante, navegou em campo positivo ao longo de todo o dia. A moeda fechou cotada a R$ 3,319 (+0,55%), acumulando +2,57% no mês, +1,98% no ano e -2,35% em 12 meses.
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos situava-se em 241 pts, ante 237 pts do dia anterior.
Juros.
Para o mercado de juros o dia foi calmo. A curva praticamente não se alterou em relação a ontem, as taxas de juros futuros (DIs) tiveram pequena elevação na ponta longa, refletindo possivelmente, as dúvidas com relação às reformas em pauta.
Eventos da semana.
- No Brasil, dados do setor de crédito, IGP-M, TJLP, taxa de desemprego e resultados primário e nominal.
- Nos EUA, PIB, consumo pessoal, PCE (núcleo), índice de gerentes de compra de Chicago e índice de confiança do consumidor da Univ. Michigan.
- Na Europa, taxas de inflação.
- Na China, PMI manufatura e PMI não manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 27.06.2017, elaborado por JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, e WESLEY BERNEBÉ, CNPI, ambos do BB Investimentos
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