Diário do Mercado na 5ª feira, 27.07.2017
Mercado se ajusta ao comunicado expansionista do Copom
Resumo.
A reação ao Copom deveria ser modesta, mas o comunicado da autoridade monetária na noite da véspera deixou poucas dúvidas quanto ao espaço para mais cortes no horizonte, o que movimentou o mercado de juros futuros.
Já o dólar e a bolsa em pouco se alteraram, e mantiveram uma sessão bastante morna e sem volume.
Ibovespa.
A ausência de notícias capazes de imprimir viés mais firme no mercado acionário perdurou ao longo da sessão.
A Natura marcou a maior alta entre os papéis do índice em resposta à divulgação de seu balanço do 2T, que embora considerado neutro isoladamente mostrou evolução ao longo do primeiro semestre, de acordo com nossos analistas.
Já a Vale embora tenha registrado novo recorde de produção, foi afetada pela queda do preço do minério e aumento de custos, que prejudicaram a margem.
Ao fim do pregão, o Ibovespa findou aos 65.283 pts (+0,42%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 5,94 bilhões, sendo R$ 5,75 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo para a bolsa, com o ingresso de R$ 349,54 milhões em 25 de julho, passou a somar saldo positivo de R$ 2,826 bilhões no mês. Em 2017, a entrada líquida acumulada situa-se agora em R$ 7,718 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, dados do mercado de crédito divulgados pelo Bacen relativos à passagem de maio para junho mostraram dados considerados mistos por nossos analistas.
Enquanto a carteira de crédito total do sistema cresceu 0,4%, revertendo a leitura do mês anterior de queda (-0,2%), os spreads mantiveram a tendência de desaceleração, e caíram 50 pontos-base, chegando a 21%.
Ainda a inadimplência, cujo ciclo parece estar chegando ao pico arrefeceu, com recuo a 5,8% (de 5,9% no mês anterior) considerando todas apenas o crédito pessoal, e melhorando ainda mais significativamente consideradas todas as modalidades, chegando a 3,7% (de 4,0% em maio).
Câmbio e CDS.
O mercado cambial não acompanhou a queda dos juros futuros internamente, e aderiu-se ao comportamento do dólar ante outros pares no mercado global. Ante o real a divisa norte-americana findou os negócios a R$ 3,1555 (+0,49%).
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o movimento e subiu a 215 pontos, ante o fechamento de 214 da véspera.
Juros.
Embora a magnitude do corte na Selic anunciado pelo Copom na noite anterior tenha vindo em linha com as apostas dos agentes em 100 pontos-base, o comunicado que acompanhou a reunião foi interpretado como dovish (brando), deixando a porta aberta para um novo corte de igual magnitude no próximo encontro do comitê em setembro.
Por conta disso, houve retração ao longo de todos os vencimentos ao longo da curva dos juros futuros, refletindo os posicionamentos dos investidores de acordo com a percepção de espaço para mais cortes do que previamente antecipado.
Para a 6ª feira.
A semana encerrará com agenda pesada. Destacadamente no Brasil serão conhecidos o IGP-M de julho, a taxa de desemprego, e o resultado do setor público consolidado.
No exterior, haverá relevância com confiança do consumidor na zona do Euro, inflação ao consumidor na Alemanha e PIB na França, mas quem deve direcionar os negócios são os EUA, que divulgarão a prévia do PIB, consumo e gastos pessoais, assim como a prévia final do sentimento econômico da Universidade de Michigan.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 27.07.2017, preparado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos da equipe do BB Investimento.