Constrangido, o governo dos EUA acusa Iraque de fluxo subterrâneo de recursos ao Irã
O jornal New York Times informa, em sua edição on line deste sábado, que um banco iraqueano pouco conhecido nos EUA, o Elaf Islamic Bank, atua como parte de uma extensa rede de instituições financeiras que tem proporcionado ao Irã um imprescindivel fluxo de dólares, a despeito das restrições financeiras impostas pela ONU e pelos EUA.
Os executivos do banco e autoridades do Iraque negam as acusações e afirmam que o banco não mantem negócios com instituições iranianas.
No governo norteamericano e no mercado bancário iraquiano é voz corrente que organizações iranianas obtiveram o controle efetivo de quatro bancos comerciais do Iraque através de intermediários iraquianos, fator que estaria viabilizando o fluxo financeiro de recursos ao Irã.
Indicativo da ocorrência desse fluxo subterrâneo de recursos é o grande crescimento das exportações iraquianas de petróleo e derivados, simultâneamente à redução em 40% das receitas congêneres do Irã, derivada das sanções econômicas impostas a esse país.
Enquanto as investigações continuam, sob as negativas iraqueanas, o banco central iraquiano mantém reservas em divisas estrageiras no Federal Reserve Bank de Nova Iorque no valor de US$60 bilhões, que poderiam eventualmente ser alvo de retaliações do governo norteamericano contra o governo do Iraque, por meio de expropiações e congelamento.
Paralelamente, em razão das sanções econômicas sobre o Irã, as classes médias iranianas buscam no mercado cambial do Afganistão trocar seus recursos por moedas internacionais para enviá-los a bancos em outros países do golfo pérsico, em um grande movimento de expatriação de recursos financeiros do Irã, piorando ainda mais a situação financeira do país.
Duas leituras são possíveis para esse movimento da classe média iraniana: a primeira diz respeito a tentativa de evitar perdas futuras por simples desvalorização monetária de seus recursos em moeda nacional do Irã, a qual já teria se desvalorizado cerca de 50%, desde que as sanções foram impostas. A segunda leitura refere-se à perda dos recursos em função de uma eventual guerra contra o Irã, promovida por Israel e EUA.