Diário do Mercado na 5ª feira, 28.09.2017
Desconfianças com pacote fiscal dos EUA predominaram.
Resumo.
O panorama externo foi impositivo hoje, com recuo generalizado do dólar pelo mundo e com os Treasuries norte-americanos fechando majoritariamente em baixa. Os agentes passaram a idealizar a impossibilidade da implementação da política fiscal anunciada ontem pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Na visão de mercado, a renúncia fiscal poderá atingir quiçá US$ 3 trilhões, frente aos exorbitantes US$ 10 trilhões estimados pelo governo estadunidense, sem que fosse, até agora, divulgados maiores detalhes sobre este plano.
De outra mão, o dia também foi de arrefecimento das tensões geopolíticas, dando a sensação aos agentes que os líderes dos EUA e da Coreia estão mais interessados em marketing. Já no cenário doméstico, o resultado do governo central foi melhor que o esperado, ainda que tenha sido incrementado pelo resgate de precatórios.
Ibovespa.
Em sua sexta queda diária consecutiva, maior sequência negativa desde maio de 2016, o índice chegou a operar em terreno positivo pela manhã, apoiado em resultado deficitário menor que o esperado pelo mercado para o governo central, tentando acompanhar a pequena reação das bolsas de Nova York.
Entretanto, não teve força suficiente para manter-se em alta e já realizou no início da tarde, minimizando um pouco as perdas do meio da tarde em diante. Os setores de siderurgia, de bancos e a Vale pressionaram o índice para baixo, enquanto a Petrobras fechou com valorização.
O Ibovespa encerrou a sessão aos 73.567 pts (-0,31%), acumulando -2,42% na semana, +3,86% no mês, +22,15% no ano e +23,94% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 11,347 bilhões, sendo R$ 11,058 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa - Na 3ª feira, 26.09, último dado disponível, o investidor estrangeiro ingressou com R$ 201,703 milhões na bolsa, elevando o saldo positivo de setembro para R$ 4,28 bilhões. O acumulado do ano mostra superávit de R$ 15,265 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M (FGV) avançou +0,47% em setembro, próximo ao consenso (+0,45%), ante +0,10% em agosto. Mesmo assim, o indicador passou a acumular deflação de -2,10% em 2017 e de -1,45% nos últimos 12 meses. Os seus subíndices assim variaram: o IPA-M em +0,74%, o IPC-M em -0,09% e o INCC-M em -0,14%. Já o Tesouro Nacional divulgou déficit de R$ 9,6 bilhões no resultado primário do governo central, vindo melhor do que o déficit aguardado de R$ 15,6 bilhões pelos analistas, sendo favorecido pelo resgate de precatórios não sacados no valor de R$ 6 bilhões.
Nos EUA, o PIB 2T17 crescimento de 3,1%, acima tanto do dado preliminar anterior, como do consenso, ambos em 3,0%. O consumo pessoal permaneceu idêntico à variação prevista anteriormente, em +3,3%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) chegou a principiar ascendente, atingindo a máxima intradiária de R$ 3,2000, na maior contação do mês. Todavia, perdeu força na parte da tarde com o cenário externo e fechou cotado a R$ 3,1820 (-0,31%), passando a acumular +1,76% na semana, +1,08% no mês, -2,15% no ano e -1,27% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos teve recuou a 200 pts, ante 203 pts na véspera.
Juros. Os juros futuros chegaram ao fim da manhã em ligeira alta, mas, acompanhando a queda do dólar e o arrefecimento nas taxas dos Treasuries, encerraram a sessão próximo aos ajustes do dia anterior, com viés de baixa.
Para a sexta-feira.
Brasil: Taxa de desemprego, Resultado primário e nominal do setor público consolidado, Coeficiente % da dívida/PIB.
EUA: Renda e Gastos pessoais, PCE (núcleo), Índ. compras gerentes Chicago e Sentimento Univ. Michigan.
Alemanha: Vendas a varejo.
França: IPC.
Reino Unido: PIB. EUR: IPC.
China: PMI manuf. e PMI não manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 28.09.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, ambos do BB Investimento
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