Diário do Mercado na 5ª feira, 27.09.2017
Ecos do discurso do Fed seguiram derrubando bolsa brasileira.
Resumo.
O duro discurso da chairwoman do Fed, Janet Yellen, inferindo sobre política monetária ontem, prosseguiu repercutindo ecos no mercado. Com efeito, a probabilidade de elevação de juros em dezembro próximo ascendeu para 70% pelos agentes, conforme precificado pelos fed funds.
Também, os agentes permaneceram atentos aos desdobramentos da política fiscal norte-americana. O presidente Trump deu novos detalhes sobre o plano de readequação tributária, anunciando cortes nos impostos para empresas, reduzindo o imposto para empresas de 35% para 20% e aumentando a faixa de isenção para pessoas físicas. Caso implementado, o plano corrobora com as futuras ações de elevação das taxas de juros dos títulos pelo Fed, tendo em vista o temor com a possibilidade de reação da inflação norte-americana.
No cenário doméstico, o governo arrecadou mais do que o esperado no leilão das usinas da Cemig, mas, trouxe alguma insatisfação para parlamentares mineiros, de acordo com o mercado.
Ibovespa.
O índice chegou a principiar ascendente, dando a impressão de reação as recentes quedas. Todavia, questões externas levaram logo a uma perda de fôlego, decaindo rapidamente pouco depois de meia hora de negócios, batendo na mínima do dia às 13:33h, aos 73.125 pts (-1,61%). Ao longo da tarde, recuperou parte das perdas, encerrando aos 73.796 (-0,70%)
Petrobras, B3, Bradesco e o setor de siderurgia puxaram o índice para baixo, enquanto a Vale fechou em alta, seguindo resgate de prejuízos acumulados no mês. Este foi o quinto recuo consecutivo do índice, maior sequência negativa desde maio de 2016.
O Ibovespa encerrou o pregão aos 73.796 pts (-0,70%), acumulando -3,11% na semana, +4,18% no mês, +22,53% no ano e +26,40% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,457 bilhões, sendo R$ 9,186 bilhões no mercado à vista. Na segunda-feira (25), último dado disponível, o investidor estrangeiro retirou R$ 87,060 milhões da bolsa, diminuindo o saldo positivo de setembro para R$ 4,078 bilhões. O acumulado do ano apresenta superávit de R$ 15,63 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-Fipe mostrou deflação de -0,02% na terceira quadrissemana de setembro, ligeiramente acima do consenso, em -0,07%, ante -0,04% na segunda quadrissemana do mês. Já a taxa de inadimplência para a pessoa física repetiu em agosto o resultado de julho, seguindo em 5,7%.
Nos EUA, a prévia dos pedidos de bens duráveis para agosto subiu 1,7%, melhor que a previsão dos analistas (1,0%), contra queda (-6,8%) na prévia do mês de julho.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu a sessão em forte alta superando as máximas do mês. A moeda manteve o patamar de abertura e fechou cotada a R$ 3,1920 (+0,82%), passando a acumular agora +2,08% na semana, +1,40% no mês, -1,85% no ano e -1,24% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos teve ligeiro recuo a 203 pts, ante 204 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros operaram atrelados ao dólar nesta quarta-feira, em dia de ajustes, fechando em ligeira alta em toda a curva da estrutura a termo da taxa de juros.
Para a quinta-feira. Brasil:
Brasil: IGPM inflação (FGV), Resultado primário do gov. central e TJLP. EUA: PIB anualizado, Consumo pessoal, Pedidos seguro-desemprego, Balança com. de bens avançados, Estoques no atacado, Estoques de varejo e Ativ. de fab. pelo Fed de Kansas City.
Alemanha: Confiança do consumidor e IPC EU harmonizado.
EUR: Confiança do consumidor.
Japão: Taxa de desemprego, IPC nacional, Comércio varejista e Produção industrial.
China: Caixin PMI Manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 28.09.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, ambos do BB Investimento.
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