WEG - Resultado no 3º trimestre de 2017
Mercado Externo surpreendeu positivamente
A WEG reportou um bom resultado no 3T17, com crescimento nas receitas e margens. A Receita Líquida atingiu R$ 2.435 milhões, 8,8% maior a/a, com destaque para as receitas no mercado externo, que aumentaram para US$ 451 milhões (+ 17,6% a.a.).
Ajustando os efeitos da aquisição da CG Power, que teve faturamento de USD 128 milhões no ano fiscal 2016/2017, o crescimento das receitas foi de 6% a/a. A margem Ebitda aumentou 0,9 p.p. na comparação anual, para 16,0%. O lucro líquido foi de R$ 312,3 milhões corresponde a uma margem líquida de 12,8% (+1,3 p.p. a/a).
Receita. O desempenho do mercado externo foi o destaque positivo, em nossa opinião, com as receitas crescendo 17,6% a/a, para USD 451,4 milhões. No comparativo do acumulado de 12 meses, a receita foi de US$ 1.618,8 milhões, 3% maior a/a.
No mercado interno, onde observamos a recuperação gradual da indústria, a receita alcançou R$ 1.008,1 milhões, (+1,7% a/a).
O segmento de motores para eletrodomésticos aumentou 8% a/a, enquanto equipamentos eletroeletrônicos mostraram forte alta de +23,4%. Este resultado confirma um melhor ambiente doméstico para segmentos relacionados ao consumo não discricionário e ao agronegócio.
CPV e Despesas. O custo dos produtos vendidos teve aumento de 5,1% a/a, para R$ 1.701 milhão. O aumento dos preços das matérias-primas durante o trimestre em relação ao mesmo período de 2016 (32,9% a/a para o cobre e 20,3% a/a para o aço) foi parcialmente compensado pela variação do Real no período. A margem bruta atingiu 30,1%, +2,4 p.p. a/a e 0,2 p.p. m/m.
As despesas comerciais aumentaram 7,2% a/a, portanto em linha com o crescimento total da Receita. As despesas administrativas permaneceram constantes em 5% da ROL.
Resultado Financeiro e Lucro Líquido. O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 26,7 milhões no 3T17, 24,3% menor a/a, principalmente devido ao impacto de uma menor taxa de juros sobre os investimentos financeiros. O lucro líquido atingiu R$ 312 milhões, 21,4% maior a/a, com margem líquida de 12,8%, 1,3 p.p. maior a/a.
Fluxo de Caixa. A geração de caixa operacional foi menor em R$ 614 milhões nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período de 2016, devido a com maior necessidade de financiamento do capital de giro em função do aumento nas vendas. No entanto, destacamos que a menor geração de caixa operacional foi parcialmente compensada pelo menor fluxo de caixa das atividades de investimento (-R$ 312,7 milhões). Em resumo, a companhia apresenta uma queima de caixa de R$ 117,4 milhões no período, ou 3,3% da sua posição inicial no ano, de R$ 3.390 milhões.
Perspectivas. Como resultado da diversificação de seus mercados e produtos, juntamente com sua estratégia de internacionalização (59% da receita líquida no 3T17), a companhia continua apresentando resultados sólidos.
O segmento GTD (Geração, Distribuição e Transmissão) continua a ser um ponto de atenção, dada a baixa dinâmica de investimentos neste setor nos últimos anos. Neste trimestre, as receitas desse segmento diminuíram 17,7% a/a para R$ 340,9 milhões.
No entanto, espera-se que novos projetos de energia renovável entrem no backlog nos próximos trimestres e que, juntamente com a entrega de projetos de energia solar existentes, ajudem a mitigar atual ambiente desafiador no segmento e tornar ainda melhores os números da companhia.
Do lado positivo, continuamos confiantes em relação à recuperação gradual da economia. Também vemos com alívio a continuidade da redução da taxa Selic, uma vez o custo de oportunidade do capital é de suma importância para tornar novos projetos brownfield e greenfield atraentes e aumentar a demanda por produtos de ciclo longo. Por enquanto, estamos colocando nosso preço-alvo para WEGE3 em revisão para incorporar as perspectivas atuais (e melhores) para a companhia em nosso modelo de avaliação.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do desempenho da WEG no 3º trimestre de 2017, elabordo por FÁBIO C CARDOSO, da equipe do BB Investimentos.
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