LOJAS AMERICANAS - Resultados no 3º trimestre/2017 e Atualização de Preço (de projeção de preço de ações em bolsa)
Trimestre fraco; reduzindo nossas estimativas
Os resultados da Lojas Americanas vieram negativos no 3T17, bem abaixo das nossas estimativas, desde a linha superior até a linha inferior. Aparentemente, o desempenho da empresa foi impactado por problemas de estoque que duraram desde o final do 2T17 até o início do 3T17.
Em nossa opinião, a aceleração no ritmo de abertura das lojas nos 9M17 (82 novas unidades contra 29 em 9M16) acabou por desordenar o processo geral de fornecimento de lojas. Uma linha superior fraca foi convertida em margens operacionais também abaixo das nossas expectativas, embora reconheçamos que a manutenção de um nível de margem EBITDA ajustada de quase 19% em 9M17 é uma boa conquista.
Ainda acreditamos que a empresa poderia se beneficiar mais da recuperação do macro ambiente e dos ganhos internos de eficiência em 2017. Além disso, o ritmo acelerado das lojas - o gerenciamento afirmou que 124 novas unidades serão lançadas durante o 4T17 - podem representar uma pressão adicional sobre as margens operacionais até o final do ano.
No lado positivo, destacamos que a empresa vem se beneficiando de um menor nível de endividamento, enquanto a geração de fluxo de caixa operacional também vem melhorando.
Assim, para incorporar as figuras abaixo esperadas durante o 9M17, revisamos nossos números em relação aos próximos trimestres e rolamos em nosso modelo até 2018.
Nosso novo preço-alvo YE18 é de R$23,80 (do anterior R$21,50 do ano anterior). Nossa recomendação, no entanto, permaneceu como Outperform, uma vez que a participação da empresa se depreciou excessivamente nas últimas semanas. LAME4 está sendo negociado em 13,5x EV/EBITDA e 62,3x P/E YE18, de acordo com nossas estimativas, em relação à sua média histórica (últimos 5 anos) de 12,0x e 56,7x, respectivamente. Nossos destaques referem-se à Controladora.
A linha superior afetou os estoques, mas a rentabilidade permaneceu plana. As vendas aumentaram apenas 2,8% a / y no 3T17, para R $ 2,676 mn (-3,3% A / E), na parte de trás de um desempenho de vendas fraco da mesma loja de + 2,5% (-180 pb de A/E).
No final do 2T17, a Lojas Americanas teve problemas de estoque que duraram até o início do 3T17, prejudicando o desempenho das vendas. Quanto à rentabilidade, esperamos que a Margem Bruta aumente cerca de 30 bps por ano no trimestre, beneficiando de iniciativas relacionadas a melhorias na logística, sortimento de produtos e marcas de marcas privadas, o que, no entanto, não aconteceu.
A margem bruta manteve-se estável em 34,9% no trimestre. Para a margem EBITDA Ajustada, por sua vez, estimamos um crescimento adicional de 50 bps a / a, para 20,6%, mas atingiu 20,1%, impactado pela menor alavancagem operacional no trimestre.
A menor pressão das despesas financeiras continuou a beneficiar a linha de fundo. As despesas financeiras líquidas, por sua vez, foram uma surpresa positiva, 3,3% abaixo das nossas previsões, em R $ 232 milhões, levando a um aumento de 410 bps ano/ano na margem líquida, para 1,0% (-170 pb de A/E).
Embora a Dívida Bruta tenha crescido 29,8% a / o no LTM, para R $ 9,2 bilhões, a Dívida Líquida diminuiu 16,9% a / a, na parte de trás de uma posição de caixa maior (+ 107,6% aa). Como resultado, o nível de endividamento diminuiu para 1.7x Dívida Líquida / EBITDA, de 2.1x anteriores.
O fluxo de caixa operacional manteve uma tendência melhor. A queima de caixa nas atividades operacionais foi de R $ 508 milhões em 9M17, contra uma queima de caixa de R$871 milhões no mesmo período do ano passado, refletindo principalmente melhorias em recebíveis e fornecedores.
A geração de fluxo de caixa livre, no entanto, veio positiva em R$ 1.054 mn, principalmente como resultado do aumento de capital de R$ 2.300 milhões concluído em março, contra uma queima de caixa de R$ 546 milhões no 9M16.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da LOJAS AMERICANAS no 3º trimestre/2017, elaborado por MARIA PAULA CANTUSIO, CNPI, Analista senior da equipe do BB Investimentos.
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