Diário do Mercado na 6ª feira, 10.11.2017
Ibovespa segue com viés de baixa diante de incertezas
Resumo.
O Ibovespa passou por novas realizações nesta sexta-feira, com recuo de -1,05%. Segundo os agentes, alguns fatores compuseram o panorama de baixa nesta sessão, a saber.
O cenário político – em razão das incertezas em relação à aprovação da reforma da previdência ainda no presente ano. Do mesmo modo, o viés negativo imposto pela agência de classificação de risco Fitch ao manter do rating do Brasil em BB.
Ademais, as negativas bolsas americanas continuaram a pesar sobre o índice doméstico. Por outro lado, a leitura do IPCA abaixo da expectativa para o mês de outubro aumentou as chances de continuidade do ciclo de afrouxamento monetário em 2018, o que poderá favorecer o setor produtivo do país no médio prazo.
Nos EUA, o governo Trump tem demonstrado grandes dificuldades para angariar o apoio necessário para a aprovação da reforma tributária pelas casas legisladoras estadunidenses – trazendo mau humor ao mercado norte-americano.
Ibovespa.
O índice esteve em baixa durante todo o pregão, chegando a vir abaixo dos 72 mil pts e atingiu os 71.919 pts (-1,40%) na mínima do dia, ainda no fim da manhã. Um agregado de fatores derrubaram a bolsa pela segunda sessão consecutiva, dentre eles - ambiente político e mau humor no mercado externo.
As quedas mais relevantes para o índice foram dos papéis da Rumo, Ultrapar e BRF. Na outra ponta, Bradesco, Itaú e Ambev tiveram valorizações e evitaram queda maior do índice.
O Ibovespa fechou aos 72.165 pts (-1,05%), fechando a semana em -2,37%, acumulando -2,88% no mês, +19,82% no ano e +17,92% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 9,043 bilhões, sendo R$ 8,741 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa. Na 4ª feira, 08.11, a entrada líquida de capital estrangeiro foi de R$ 15,226 milhões, mas, o saldo acumulado em novembro permanece negativo em R$ 1,762 bilhão. No ano, a entrada líquida atingiu R$ 11,186 bilhões em 2017.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA registrou variação de +0,42% em outubro, ante avanço de +0,16% em setembro – abaixo da projeção de +0,49%. O índice acumula agora +2,21% no ano e +2,70% nos últimos 12 meses (+2,54% na leitura de setembro). A primeira prévia do IGP-M mostrou deflação de -0,02% em novembro, frente a avanço de +0,32% na leitura de outubro – menor que o consenso de +0,14%.
Nos EUA, a leitura prévia do indice de confiança da Univ. de Michigan apurou 97,8 pts em novembro, ante 100,7 pts em outubro – abaixo da projeção de 100,8 pts.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) iniciou a sessão em baixa, mas, a tendência ascendente predominou até fim do pregão, chegando a atingir os R$ 3,2820 na máxima do dia.
A divisa encerrou cotada a R$ 3,2780 (+0,58%), acumulando -0,82% na semana, +0,21% no mês, +0,80% no ano e -2,50% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu aos 180 pts, ante 178 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com relevante alta nas taxas de médio e longo prazos, enquanto os vértices de curto prazo fecharam estáveis depois de queda durante boa parte da sessão.
O cenário político continua pressionando os juros de médio e longo prazos, assim como a elevação nos rendimentos dos Treasuries. Por outro lado, a variação do IPCA para outubro - abaixo da projeção - aliviou as taxas de curto prazo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 10.11.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, ambos do BB Investimentos.