Diário do Mercado, na 3ª feira, 05.12.2017
Ibovespa cai no final, embalada pelo exterior e pela previdência
Resumo.
Entre idas e vindas, o Ibovespa interrompeu dois pregões consecutivos positivos e encerrou próximo a sua mínima intradiária, aos 75.546 pts (-0,74%), mesmo tendo operado em campo positivo na maior parte do dia. No exterior, grande parte das bolsas fecharam em queda, com os índices das bolsas de Nova York findando não distantes de suas menores pontuações no fim do dia, contaminando as perdas do Ibovespa.
Também, domesticamente, o foco permanece sendo a reforma da previdência. Pela manhã, com a notícia que a base governista estaria articulando o fechamento de questão da proposta atual do governo em torno dos partidos integrantes, o índice avançou e chegou a superar os 74 mil pts.
Entretanto, a parte da tarde foi marcada pelas especulações em relação à insuficiência de votos para sua aprovação, contribuindo para a reversão baixista do índice brasileiro.
Ibovespa.
Em um dia marcado pela volatilidade, o índice principiou a sessão com firme alta, chegando a atingir os 74.166 pts (+1,47%) ainda pela manhã. Durante a tarde, o índice passou a devolver os ganhos de forma gradual até uma realização mais intensa na última hora de pregão.
O mercado enxergou uma influência positiva das articulações da base governista em direção à reforma da previdência na primeira parte do pregão, enquanto a piora nas bolsas de Nova York contribuiu para empurrar o índice para baixo. Petrobras, Vale, o setor financeiro e o de siderurgia recuaram. Na outra ponta, Hypermarcas e papéis de empresas ligadas ao câmbio se valorizaram.
O Ibovespa encerrou aos 72.546 pts (-0,74%), acumulando +0,39% na semana, +0,80% no mês, +20,45% no ano e +21,25% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,005 bilhões, sendo R$ 7,625 bilhões no mercado à vista.
Na 6ª feira, 01.12, os investidores estrangeiros retiraram R$ 176,581 milhões da bolsa. No ano, o saldo acumula ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 9,585 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção industrial cresceu +0,2% em outubro, ante elevação de +0,3% em setembro – igual ao consenso de +0,2%. Na comparação anual, o índice subiu +5,3% em outubro, ante +2,5% na leitura anterior – também em linha com a projeção de +5,3%.
O dado ainda mais positivo adveio da categoria de Bens de Capital, que propicia incremento na formação bruta de capital fixo (FBCF). O indicador apresentou alta mensal +1,1% e elevação de 14,6% versus outubro de 2016, acumulando agora 5,6% em 2017 e 6,0% nos últimos 12 meses.
Nos EUA, a balança comercial registrou déficit de US$ 48,7 bi em outubro, frente a resultado negativo de US$44,9 bi em setembro – o consenso de mercado era déficit de US$ 47,5 bi.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou durante toda a sessão em campo negativo, atingindo R$ 3,2200 na mínima intradiária. O divisa encerrou cotada a R$ 3,2350 (-0,31%), acumulando -0,58% na semana, -1,07% no mês, -0,52% no ano e -5,55% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos desceu a 162 pts, ante 167 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa (antes do término do mercado acionário), ainda que distante das mínimas do dia. Os ajustes foram mais significativos nas taxas de médio e longo prazos.
Para a quarta-feira.
Brasil: Produção, Vendas e Exportações de veículos / Anfavea e COPOM – decisão Taxa Selic;
EUA: ADP/variação setor empregos privados, Produtividade de produtos não-agrícolas e Custo da mão-de-obra;
China: Reservas estrangeiras.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento mercado na 3ª feira, 05.12.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIETES, CNPI, ambos do BB Investimentos
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