Diário do Mercado na 4ª feira, 31.01.2018
Ibovespa avança e fecha no melhor mês (+11,14%) desde out/2016
Resumo.
O índice doméstico deu continuidade ao rali de alta que caracterizou o mês de janeiro e renovou sua máxima histórica intradiária (valorização superior a 2%), mas, depois desacelerou, renunciando no final a boa parte dos ganhos da sessão.
O avanço de 0,51% hoje garantiu o melhor desempenho mensal desde outubro de 2016. Performance esta alicerçada por firme valorização dos ativos internacionais, percepção pelo mercado de mudança no quadro eleitoral e o maior otimismo em relação aos resultados futuros das companhias brasileiras.
A desaceleração dos ganhos do Ibovespa se intensificou enquanto o mercado digeria a decisão do Fomc - última capitaneada por Janet Yellen, que manteve a taxa de juros inalterada. O tom levemente menos ameno de seu comunicado, sacramentou a alta dos juros em março próximo, uma das três elevações sugeridas pelo órgão para este ano, que contará a partir de agora com o comando do chairman Jerome Powell.
Ibovespa.
Após dois dias de realizações, o índice principiou a sessão com firme alta, chegando a ultrapassar a marca dos 86 mil pts ainda pela manhã e tocando em sua máxima histórica intradiária em 86.212 pts(2,05%), no início da tarde. A partir daí, o movimento sofreu leve arrefecimento em direção ao fechamento do pregão. O setor de bancos e a Petrobras puxaram a alta do índice, enquanto BRF e Fibria recuaram.
O índice encerrou aos 84.912 pts (+0,51%), acumulando -0,72% na semana, +11,14% no mês (e no ano) e +31,30% em 12 meses. O forte volume preliminar da Bovespa foi de R$ 12,673 bilhões, sendo R$ 12,289 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
Na 2ª feira, 29.01, os investidores estrangeiros ingressaram com 344,191 milhões na bolsa. Em 2018, a entrada líquida já acumula R$ 9,527 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a média móvel da taxa de desemprego pelo PNAD desceu a 11,8% no quarto trimestre, ante 12,0% em novembro – abaixo da projeção de 11,9% e de 12,0% no 4T16.
Já o setor público registrou déficit primário de R$ 32,3 bilhões em dezembro, abaixo do consenso de negativos R$ 30,8 bilhões. Em 2017, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$ 110,583 bilhões (+1,69% do PIB), sendo o menor déficit anual desde 2014.
Nos EUA, o setor privado registrou a criação de 234 mil vagas de emprego em janeiro, frente a 242 mil (revisado de 250 mil) em dezembro – superior ao consenso de 185 mil empregos. Como esperado, o Fomc (comitê do Fed) decidiu pela manutenção da taxa de juros na banda de 1,25% a 1,50%, com viés de alta para a próxima reunião de março.
Câmbio e CDS.
Embora tenha navegado em terreno negativo até o meio da tarde, o dólar comercial (interbancário) recuperou as perdas e passou a operar em alta até o fim do pregão. A moeda encerrou na máxima do dia e o real apresentou um dos piores desempenhos frente aos pares emergentes.
A divisa encerrou cotada a R$ 3,1910 (+0,35%), acumulando +1,69% na semana, -3,74% no mês (e no ano) e +1,30% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos desceu a 144 pts, ante 146 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros operaram em baixa em grande parte da sessão, entretanto, zerando a queda ao fim da sessão, encerrando próximos à estabilidade. O mercado de juros seguiu também o comportamento do dólar no mercado doméstico, que também teve uma reversão de tendência a caminho do fim do pregão, encerrando na máxima.
Para a quinta-feira.
Brasil: IPC-S (FGV), produção industrial, PMI manufatura, vendas de veículos Fenabrave e balança comercial mensal;
EUA: produtividade de produtos não-agrícolas, custo da mão-de-obra, novos pedidos seguro-desemprego, PMI manufatura e manufaturados ISM;
Zona do Euro: PMI manufatura da região, Alemanha e França; Reino Unido: PMI manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 31.01.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos.
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