Diário do Mercado na 4ª feira, 28.02.2018
Ibovespa cai com exterior e não mantém fôlego na reta final do mês
Resumo.
O último dia do mês de fevereiro reservou mais movimentos de ajustes técnicos na bolsa doméstica, que acompanhou o comportamento da trajetória do índice S&P500, mas, com deslocamento mais negativo.
No dia, sem indicadores de peso vindos do exterior, a agenda doméstica teve espaço com dados de arrecadação de impostos, considerada positiva, mesmo que influenciada por efeitos sazonais.
O Ibovespa mensal terminou positivo, embora tenha realizado nos dois últimos pregões deste mês - que ficou marcado pelo evento da abrupta queda do dia 5, quando o índice Dow Jones atingiu seu recorde de retração no intradiário em mais de 7%. Já os mercados de câmbio e juros futuros foram influenciados pela também pelos vencimentos de contratos no primeiro dia útil de março.
Ibovespa.
Em queda branda ao longo de praticamente todo o dia, a bolsa brasileira na hora e meia final pregão passou a realizar com maior ímpeto – incrementando baixa maior do que o mercado norte-americano – que foi influenciado pelo crescimento da apreensão com o dado da inflação pelo PCE (monitorado pelo Fed), a ser divulgado amanhã. Praticamente todos os setores recuaram, mas o destaque negativo ficou por conta da Vale.
O Ibovespa fechou aos 85.353 (-1,82%), acumulando -2,22% na semana, +0,52% no mês, +11,72% no ano e 28,04% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 15,696 milhões, sendo R$ 15,078 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 2ª feira, 26.02, houve saída líquida de R$ 111,63 milhões da bolsa por conta dos investidores estrangeiros, elevando o saldo negativo em fevereiro para R$ 2,745 bilhões. Em 2018, a Bovespa acumula entrada líquida de R$ 6,804 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de desemprego medida pela Pnad contínua (IBGE) relativa ao trimestre encerrado em janeiro ficou em 12,2%. Apesar de acima da mediana das expectativas, o dado veio dentro do intervalo e é contaminado por fatores sazonais dos elevados contratos e distratos de janeiro, não mostrando ser uma interrupção da tendência declinante da taxa de desemprego a longo prazo, que foi iniciada no ano passado. No mesmo período de 2017, o dado estava em 12,6% e o rendimento médio do trabalhador, que atingiu R$ 2.169 também representa uma melhora de 1,6% em relação ao ano anterior.
Também relativo a janeiro, o setor público brasileiro apresentou superávits primário em R$ 46,9 bilhões e nominal em R$ 18,6 bilhões. Apesar de fatores sazonais, como receitas extras no início do ano, o superávit primário também foi impactado por uma melhora do cenário econômico. O saldo primário, aliás, foi o melhor de qualquer mês da série histórica desde 2001, e também o nominal foi o melhor de sua série, ambos surpreendendo positivamente.
Nos EUA, a prévia anualizada do PIB do 4T veio predominantemente dentro do esperado, em 2,5% no comparativo trimestre a trimestre, e não fez preço nos negócios na sessão.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), passada a volatilidade no período da manhã por conta da formação da PTAX, enfim acomodou-se à tarde e findou o dia com ligeira desvalorização ante o real.
A divisa terminou cotada a R$ 3,2410 (-0,25%), acumulando +0,03% na semana, +1,57% no mês, -2,23% no ano e +4,25% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 157 pts ante 153 na véspera.
Juros.
A agenda interna predominou no direcionamento dos negócios nos juros futuros, no dia anterior ao vencimento do DI de março de 2018. A divulgação de resultados primário e nominal melhores do que os previstos acabou por influenciar positivamente o ânimo dos agentes, denotando melhoria nos fundamentos no âmbito fiscal.
Por conta disso, os juros que já operavam em queda pela manhã, navegando em um noticiário externo brando, acentuaram os recuos de maneira generalizada pela tarde, após a divulgação dos dados.
Para a quinta-feira
No Brasil, a agenda contém relevantemente a criação de vagas formais na economia (CAGED), além do destaque absoluto do dado do PIB do 4T17. Nos EUA, os investidores se debruçarão sobre o dado de inflação do PCE e seu núcleo, assim como renda e gastos pessoais.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 28.02.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos.