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Economia e Finanças

01 de Março de 2018 as 23:03:06



INVESTIMENTOS - VALE Resultados no 4º trimestre/2017: Depois da tempestade, bonança


VALE - Resultado do 4º Trimestre/2017  e Revisão de Preço
 
Depois da tempestade, a bonança
 
A Vale divulgou os resultados do 4T17 ontem à noite, com números positivos, mais uma vez, consolidando o forte momento para a empresa. Após um período tempestuoso de preços de MF reduzidos, altos níveis de investimentos e, consequentemente, dividendos reduzidos ou até mesmo ausentes, a Vale finalmente chegou à bonança. 
 
O EBITDA Ajustado no período ficou em USD 4.109 mi, 6,3% acima das nossas estimativas e 3,2% sobre o consenso do mercado. A Vale trouxe receitas crescentes, apesar da queda dos preços de MF no trimestre, os quais ficaram em média USD 64,5/t contra USD 71,2/t no 3T17.
 
As contribuições positivas vieram não só do segmento de minerais ferrosos, mas também de metais básicos e carvão, os quais trouxeram forte e crescente EBITDA, após um longo período de dificuldades.
 
A Vale continua como nossa Top Picks, pois acreditamos que a empresa possa desempenhar bem durante o ano, respondendo a:
 
(i) Crescente demanda por produtos de alta-qualidade na China, num movimento conhecido como ‘busca pela qualidade’. O prêmio pago ao MF extraído de Carajás já gira em torno de USD 14/t e USD 15/t acima do Platts 62%, contribuindo para receitas mais altas mesmo em um cenário de preços de MF mais baixos;
(ii) O ramp up de S11D que deve melhorar a diluição de custos traduzidos em redução no Custo Caixa C1 na planta de USD 0,60/t.
(iii) O compromisso da empresa em aumentar a participação dos negócios de metais básicos para 30% do resultado total da companhia (atualmente em 16%);
(iv) O ramp up do corredor Nacala que deve impulsionar os resultados do segmento de carvão;
(v) O objetivo da companhia de reduzir sua dívida líquida para USD 10 bi até o fim do ano, que, em nossa opinião, deve ser facilmente alcançado.
 
Por estas razões, decidimos revisar nosso preço-alvo 2018 para VALE3 de USD 12,7 para USD 16,5 por ação (BRL 43,00 para BRL 56,00), enquanto mantivemos nossa recomendação de compra. Dadas as atuais dinâmicas do mercado, aumentamos nossas projeções para o preço do MF este ano e agora consideramos um MF Platts IODEX médio para 2018 de USD 69/t e USD 55/t no longo-prazo.
 
Minerais Ferrosos: EBITDA forte, apesar da queda nos preços do Platts IODEX. 
 
No trimestre, os volumes vendidos chegaram a 79,9 mt, 4,1% acima do 3T17, principalmente em razão do ramp up de S11D. AS vendas de Carajás representaram 42% do total vendido no trimestre, ante 37% no 3T17.
 
O preço realizado CFR/FOB caiu para USD 63,1/t no período, espelhando a queda nos preços internacionais, porém parcialmente compensados pelos volumes crescentes do sistema Norte, onde os produtos extraídos são comercializados com um prêmio devido a qualidade de Fe superior. 
 
Consequentemente, as receitas no segmento somaram USD 6.698 mi, -2,7% t/t e -6,6% a/a. Os custos foram afetados por maiores custos de logísticas e pessoal no trimestre. O Custo caixa C1 ficou em USD 14,6/t no período, em linha t/t. Como resultado, o EBITDA ficou em USD 3.320 mi, caindo 9,6% t/t e 20,5% a/a (apesar de em linha com as estimativas do BB-BI). Já no ano, 2017 fechou com  EBITDA no segmento de USD 13.193 mi, 25,8% maior que 2016.
 
Metais Básicos: hora da retomada.
 
As receitas de níquel totalizaram USD 941 mi, USD 189 mi maior t/t impactado por maiores volumes vendidos e preços realizados. O volume de vendas somou 80 kt, 9kt acima do trimestre anterior. Já para o cobre, as receitas totalizaram USD 744 mi, USD 61 mi acima do 3T17. 
 
Os volumes vendidos ficaram em 111 kt, mesmo nível t/t. Em geral, os COGS diminuíram USD 56 mn, para USD 1.130 mi, devido aos maiores volumes vendidos e à variação cambial. Por fim, o segmente apresentou um impressionante EBITDA de USD 782 mi (15,8% acima das estimativas do BB-BI e 41% maior t/t), resultado de 
 
(i) maiores preços de níquel e de cobre, 
(ii) menores custos como percentual da receita e
(iii) maiores volumes vendidos, parcialmente amenizados pela taxa de câmbio.
 
Carvão: preços internacionais elevados. 
 
No 4T17, as receitas somaram USD 402 mi, comparado aos USD 360 mi do trimestre anterior, impactada por maiores preços, apesar de em partes ser mitigado por volumes vendidos menores. As vendas de carvão metalúrgico ficaram em 1.715 mt, 8% abaixo t/t. Já o carvão térmico teve vendas de 1.228 mt, queda de 4% t/t.
 
Os preços no período foram afetados por aumento de demanda anormal e deve voltar aos patamares anteriores nos próximos meses. Assim, o EBITDA do segmento somou USD 66 mi, 6,5% acima das nossas estimativas, 46,4% mais alto t/t, mas 57,4% abaixo a/a.
 
Endividamento e Lucro Líquido. 
 
No período, a dívida bruta ficou em USD 22.489 bi, USD 3.301 bi abaixo de Set/17. A dívida líquida reduziu USD 2.923 bi, somando USD 18.143 bi.Já esperamos que a dívida líquida fique em USD 10.695 bi até o fim de 2018, resultado de uma geração de caixa forte ao longo do ano.
 
A dívida líquida/EBITDA reduziu para 1,2x de 1,6x em Set/17 e 2,1x em Dez/16. O lucro líquido, por sua vez, fechou em USD 771 mi no trimestre e USD 5.507 mi em 2017 (ante USD 3,982 mi em 2016).
 
 
 
 
Como mencionamos no nosso último relatório de revisão de preço (Out/17), mantemo-nos otimistas com relação a tese de investimentos da Vale, considerando que a empresa deva continuar a apresentar desempenho positivo nos períodos vindouros, entregando forte geração de caixa e a possibilidade de pagar altos dividendos. 
 
A empresa anunciou ontem a aprovação da distribuição de dividendos de BRL 2,5 bi a serem pagos em março, e deixou a possibilidade de dividendos extras, dependendo da geração de caixa ao longo do ano e da entrada de USD 3,7 bi da venda dos negócios de Fertilizantes. A demanda por MF na China deve manter sua ascendência crescente como resultado de 
 
(i) a reforma da siderurgia que requer produtos de maior qualidade, 
(ii) melhores indicadores em termos de infraestrutura e crescimento econômico. 
 
Além disso, o MF extraído de Carajás e S11D está sendo negociado com prêmio de USD 14/t a USD 15/t, contribuindo para receitas mais altas a partir de agora. Ainda, esperamos números positivos vindos das operação de carvão com volumes crescentes após os investimentos feitos no corredor Nacala.
 
Para os metais básicos, a empresa espera que esta linha de negócios represente 30% do resultado da companhia num futuro próximo, não só impactado por maiores preços realizados, mas também resultando das reestruturações internas endereçadas este ano que devem trazer resultados a partir de 2019.
 
Os principais riscos relacionados à companhia ficam em 
 
(i)  preços de MF, que têm oscilado fortemente e 
(ii) os altos níveis de estoques nos portos Chineses que podem iniciar um arrefecimento da demanda para ajustes nos níveis dos estoques, pressionando preços para baixo.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da VALE no 4º trimestre/2017, elaborado por GABRIELA E. CORTEZ, CNPI, Analista Senior, do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: GABRIELA E. CORTEZ, CNPI, Analista Senior, do BB Investimentos





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