Diário de Mercado na 4ª feira, 14.03.2018
Ibovespa não teve forças para se desvincular de temores externos
Resumo
O Ibovespa, em dia de agenda esvaziada, operou vinculado ao comportamento do mercado externo. Em verdade, o índice brasileiro oscilou seguindo de perto a trajetória de tendência baixista no pregão do índice S&P500.
No mercado internacional, os temores dos agentes ainda estão voltados para uma possível guerra comercial global, visto que o o governo norte-americano, do presidente Donald Trump, divulgou que pretende diminuir seu déficit comercial com a China em US$ 100 bilhões, além de manter firmes, sem maiores concessões, as sobretaxas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio.
Ibovespa.
Mais uma sessão em que o índice principiou em alta. Todavia, após a abertura dos mercados acionários em Nova York, “colou” sua trajetória no negativo índice S&P500, com leve deslocamento superior na hora final, provavelmente advinda da “zeragem” das operações “day trade” (intradiára).
O setor de bancos pesou e contribuiu para o fechamento negativo. Já os papéis de Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3), com rumores ainda sobre possível fusão entre as empresas, foram os destaques positivos. Depois, além do setor de educação continuar a ter desempenho positivo, as ações Vale ON (VALE3) e Petrobras PN (PETR4) terminaram em alta.
O Ibovespa findou aos 86.050 pontos (-0,39%), acumulando agora -0,37% na semana, +0,82% no mês, +12,63% no ano e +33,00% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,713 bilhões, sendo R$ 9,172 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 2ª feira, 12.03, a retirada líquida de capital estrangeiro da bolsa foi de R$ 267,565 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 2,716 bilhões em março.
Em 2018, a Bovespa apura entrada líquida de R$ 2,601 bilhões. Vale ressaltar que ocorreu saída líquida nos últimos onze pregões, que somaram R$ 4,314 bilhões.
Agenda Econômica
Nos EUA, as vendas a varejo variaram -0,1% em fevereiro, versus baixa de -0,1% (revisto de -0,3%) em janeiro – consenso em +0,3%. Enfim, pela revisão ocorrida, a oscilação foi considerada neutra. Os estoques de empresas em janeiro permaneceram estáveis, em +0,6%, em linha com o consenso de mercado.
Na Alemanha, o dado final do núcleo de inflação, tanto mensal, como ano contra ano, se mantiveram em +0,5% e em +1,2%, respectivamente.
Na zona do euro, a produção industrial variou -1,0% em janeiro, ante +0,4% em dezembro – consenso em -0,5%. Já na comparação ante janeiro de 2017, o indicador oscilou +2,7%, frente a +5,3% em dezembro – consenso em +4,4%.
Câmbio e CDS
O dólar comercial (interbancário) abriu em baixa, mas, foi reagindo pela manhã e manteve trajetória lateral com curtas variações na parte da tarde. Basicamente, no dia, teve comportamento inverso ao mercado de risco (bolsa).
A moeda fechou cotada a R$ 3,2630 (+0,06%), acumulando +0,37% na semana, +0,68% no mês, -1,57% no ano e +2,80% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou em 145 pts, idêntico a ontem.
Juros
As taxas mais curtas subiram, dando continuidade aos ajustes de posicionamentos que vem ocorrendo de uma semana para cá, antes da decisão do Copom. Os contratos médios também ascenderam. Já os mais longos se mantiveram estáveis, após recente baixa.
Para a semana
Brasil: IGP-10, IPC-S / FGV, Volume do setor de serviços IBGE;
EUA: Índice Empire State, manufatura em Nova York, Índice de preços de importação, Índice do preço de exportação, Construção de casas novas, Licenças p/construção, Produção industrial, Sentimento Univ de Michigan;
França: IPC,
Zona do euro: IPC;
Japão: Produção industrial;
China: Investimento estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 14.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos.
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