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Economia e Finanças

19 de Março de 2018 as 00:03:23



ÁGUA - Atividades Econômicas consumiram 3,2 Trilhões de m³ de água em 2015


Atividades econômicas consumiram 3,2 trilhões de metros cúbicos de água em 2015
 
 
A pesquisa CEAA Contas Econômicas Ambientais da Água, divulgada em 16.03, no Rio de Janeiro, pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, revela que 3,2 milhões de hectômetros cúbicos (hm³) de água, o equivalente a 3,2 trilhões de metros cúbicos, foram retirados do meio ambiente pelas atividades econômicas e famílias para distribuição e uso próprio em 2015.
 
Um hectômetro cúbico corresponde a um milhão de metros cúbicos, enquanto um metro cúbico representa mil litros.
 
O estudo inédito foi feito em conjunto pelo IBGE, Ministério do Meio Ambiente e ANA Agência Nacional de Águas, contou com apoio da Agência Internacional de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável e segue metodologia da ONU Organização das Nações Unidas.
 
O levantamento mescla informações de fluxo físico e monetário do setor de água. O pesquisador responsável pelo levantamento no IBGE, economista Michel Lapip, ressaltou que as informações obtidas são fundamentais para a sociedade e para a elaboração de políticas públicas pelos governos. Salientou que poucos países, além do Brasil, já elaboraram suas contas econômicas da água.
 
O total de recursos hídricos renováveis no Brasil, isto é, toda a água disponível na superfície do território, era de 6,2 trilhões de metros cúbicos em 2015. Por habitante, isso equivale a 30,3 mil caixas d'água de mil litros. Em 2013, o total de recursos hídricos era de 7,4 trilhões de m³ e, em 2014, de 7,6 trilhões de m³.
 
A atividade econômica que mais contribuiu em 2015 para o volume total de água retirada foi eletricidade e gás, com participação de 97,3%, em função da operação das hidrelétricas brasileiras.
 
Michel Lapip destacou, entretanto, que esse setor se caracteriza pelo uso não consuntivo, em que a água é retirada de um rio e retorna na mesma qualidade e quantidade. “O consumo dele é ínfimo”, afirmou à Agência Brasil.
 
Excluindo a atividade de eletricidade e gás e as águas das chuvas que passam pelas redes pluviais, o retorno global de água para o meio ambiente alcançou 27 mil hm³, sendo que 25,6% desse retorno ocorreram por meio dos sistemas de esgoto e 74,4% foram lançados diretamente no meio ambiente.
 
 
Consumo de água atinge 30,6 bilhões de metros cúbicos em 2015
 
Já o consumo total de água, correspondente ao volume de água utilizada menos a água que volta para o meio ambiente, somou 30,6 bilhões de metros cúbicos em 2015, o que significa que empresas e famílias consomem apenas 0,5% dos recursos hídricos.
 
As atividades econômicas que apresentaram maior consumo de água foram agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (77,6%); indústrias de transformação e construção (11,3%); água e esgoto (7,4%).
 
O uso de água das famílias per capita, isto é, por pessoa, em 2015, foi de 108,4 litros por dia. Em 2013, atingiu 111 litros/dia e, em 2014, 114 litros diários.
 
A pesquisa revela, ainda, que 68% da água do abastecimento correspondem às famílias e 32% a atividades econômicas. As famílias pagaram 58,7% dessa água de distribuição em 2015, ficando os restantes 41,3% de gastos para as atividades econômicas.
 
Lapip destacou que a maior parte da água que chega na atividade econômica não vem do setor de abastecimento.
 
“Ela capta direto. Então, ela não é paga para o setor de abastecimento”.
 
Em relação à vazão de esgoto enviado, 78,6% são destinados às famílias e 21,4% às atividades econômicas. Do mesmo modo que ocorre com os gastos com a água de distribuição, as famílias ficam com o maior percentual de gastos com serviços de esgoto (58,8%), enquanto as atividades econômicas arcam com 41,2%.
 
Valor da produção de água de distribuição e serviços de esgoto atinge R$ 42,5 bilhões
 
O valor da produção de água de distribuição e serviços de esgoto somou R$ 42,5 bilhões em 2015, sendo que a água de distribuição respondeu por 67,2% do total. O custo médio por volume de água e esgoto da economia foi de R$ 2,49 por metro cúbico.
 
O custo de água de abastecimento por volume de uso de água tratada fornecida foi maior para as atividades econômicas (R$ 3,52 por metro cúbico) em 2015 do que para as famílias (R$ 2,35 o metro cúbico).
 
O pesquisador do IBGE explicou, também, que o custo é menor para as famílias porque a estrutura tarifária do país beneficia mais o uso da água para abastecimento humano do que para meios produtivos, devido a questões como sobrevivência.
 
Em relação ao custo com serviços de esgoto por volume de águas residuais fornecidas à rede de esgoto, a diferença é ainda mais acentuada. Enquanto o custo para as atividades econômicas alcança R$ 4,01 por metro cúbico, para as famílias é de R$ 1,56 por metro cúbico.
 
Segundo a pesquisa do IBGE, em 2015 a atividade econômica água e esgoto correspondeu a 0,5% do valor adicionado bruto total da economia. Lapip observou que, quanto menor for esse indicador,
 
“melhor para o setor, para a economia, para a sociedade, para nós todos. Quer dizer que preciso de menos litros de água para gerar R$ 1 de valor adicionado ou de riqueza agregada”.
 
Para a atividade de agricultura, pecuária, pesca, aqüicultura e produção florestal, o indicador de intensidade hídrica de consumo foi de 91,58 litros para gerar R$ 1 de valor adicionado; para as indústrias de transformação, 3,72 litros por real; para indústrias extrativas, 2,54 litros por R$ 1; e o indicador de eletricidade e gás foi 1,18 litro por real. Para a economia como um todo, foi necessário gastar seis litros de água para cada R$ 1 de valor adicionado bruto.
 
Já o indicador de eficiência hídrica, que mostra quanta riqueza foi gerada para cada metro cúbico de água consumido pela economia, apresentou média de R$ 169 por metro cúbico.
 
Segundo o IBGE, isso quer dizer que para cada mil litros de água que consome, a economia brasileira gera R$ 169. Entre as atividades, para cada mil litros de água consumidos pela agricultura, foram gerados R$ 11 de riqueza em 2015. O setor de eletricidade e gás gerou R$ 846 para cada metro cúbico consumido; as indústrias de transformação, R$ 269 por m³, e as extrativas, R$ 393.
 
 
Crise hídrica afeta resultados
 
O economista Michel Lapip salientou que o período abordado no estudo – de 2013 a 2015 - foi influenciado pela crise hídrica e pela redução da produção em diversas atividades econômicas.
 
“Isso impacta a demanda de água e seu valor adicionado gerado pela atividade”,
 
disse. O período foi marcado por queda de 3,8% no volume de água retirada para distribuição, o que fez com que as famílias e demais atividades, que são os maiores usuários da água para distribuição, reduzissem também o volume de água usado em 4,3% e 3,4%, respectivamente.
 
Quanto aos gastos, o estudo mostra que o consumo final de água de distribuição das famílias subiu 8,8% e o consumo intermediário do grupo demais atividades evoluiu 10,4% entre 2013 e 2015.


Fonte: AGENCIA BRASIL





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