Diário de Mercado na 4ª feira, 30.05.2018
Mesmo com avanço, Ibovespa encerra maio com recuo de quase 11%
Resumo.
O índice doméstico deu prosseguimento aos ganhos da véspera e fechou em alta de 0,90% no último dia útil de mês. O avanço, todavia, não aliviou a forte queda do índice em maio (-10,87%), maior perda mensal em mais de três anos.
O mês ruim praticamente apagou os ganhos do Ibovespa no ano – que chegou a avançar quase 15% até fevereiro. Mesmo em meio a um cenário conturbado, os investidores aproveitaram para recompor carteiras, diante de preços mais atrativos.
Ademais, o exterior também ajudou com certo alívio das tensões na Itália e com avanços firmes dos principais mercados acionários pelo mundo.
No mercado de câmbio, o dólar perdeu força no exterior e encerrou estável ante o real. Já os juros encerraram com sinais mistos, mas longe das máximas da sessão.
Ibovespa.
Mesmo voltando a operar abaixo dos 76 mil pts pela manhã, o índice ganhou força durante a tarde e encerrou em seu segundo avanço seguido após as fortes quedas iniciadas na semana passada. Banco do Brasil, Ambev, B3 e Vale capitanearam a alta. Na outra ponta, Usiminas, Bradesco e Gerdau recuaram.
O índice encerrou aos 76.753 pts (+0,90%), fechando o mês de maio com recuo de 10,87% no mês, ligeira alta de 0,46% no ano e avanço de 20,00% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 21,52 bilhões, sendo R$ 20,03 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na segunda-feira (28), último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 782,386 milhões da bolsa, oitava sessão negativa consecutiva. O saldo negativo de maio se intensificou para R$ 6,455 bilhões e o saldo no ano segue deficitário em R$ 2,033 bilhão.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IBGE divulgou crescimento de 0,4% do PIB no 1T18, ante o 4T17, com ajuste sazonal, ressalte-se que este foi o quinto resultado positivo seguido depois de oito quedas. Do lado da oferta, a Agropecuária teve elevação de 1,4%, ao passo que Indústria e Serviços tiveram variação de +0,1%.
Na comparação com o 1T17, houve avanço de 1,2%. Agropecuária recuou 2,6%, já Indústria e Serviços cresceram 1,6% e 1,5% respectivamente. Conforme dados do BC, o a relação entre Dívida Líquida do Setor Público e o PIB se caiu a 51,9% em abril, frente a 53,3% em março – em linha o consenso.
Nos EUA, a ADP informou a criação de 178 mil vagas de trabalho no setor privado norte-americano em maio, ante geração de 163 mil (revisado de 204 mil) postos – abaixo da projeção de 190 mil vagas. Já o PIB cresceu à taxa anualizada de 2,2% no 1T18 na segunda estimativa, frente a 2,3% na leitura anterior e ligeiramente abaixo do consenso de 2,3%.
Câmbio e CDS.
Em sessão volátil, o dólar comercial (interbancário) chegou a valer R$ 3,76 na máxima, mas apagou ganhos durante a tarde, encerrando estável. No exterior, a divisa norte-americana perdeu força de forma generalizada ante as principais moedas e também ante as emergentes.
A divisa fechou cotada a R$ 3,7320 (+0,05%), e acumula alta de 6,51% no mês, 12,58% no ano e 14,51% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos disparou aos 217 pts, ante 211 pts na véspera.
Juros.
Apesar da firme alta apontada pelos juros futuros durante a maior parte do pregão, houve arrefecimento em toda a curva diante do anúncio do Tesouro sobre o prosseguimento dos leilões de recompra da NTN-F. As seções curta e longa encerraram com alta moderada, ao passo que os contratos intermediários registraram ajustes de baixa.
Para a quinta-feira.
Nos EUA, destaque para a Renda Pessoal, Gastos Pessoais, PCE (inflação ao consumidor) e seu núcleo, e, por fim, o índice de compras de Chicago.
Na zona do euro, atenção para a taxa de desemprego e para o núcleo do IPC (preços ao consumidor).
Para a sexta-feira.
No Brasil, PMI Manufatura e Balança comercial.
Nos EUA, grande destaque parra os dados do mercado de trabalho com o payroll.
Na zona do euro, PMIs Manufatura de Alemanha, França, Reino Unido e do agregado.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 30.05.3018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, ambos do BB Investimentos.
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