Diário de Mercado na 5ª feira, 12.07.2018
Alívio no cenário comercial global impulsiona Ibovespa
Resumo.
Com alívio momentâneo no clima externo, ausente de notícias quanto à guerra comercial EUA x China, as bolsas de valores globais encontraram espaço para ganhos.
No Brasil, o Ibovespa também se viu contagiado pelo maior apetite ao risco dos investidores, e operou no azul, tendo como contraponto o dólar, que acabou se apreciando contra o real por mais uma sessão.
No âmbito dos juros futuros, não apenas a alta do dólar, mas noticiário relacionado à situação fiscal do país com andamento de pauta sensível ao tema no Congresso acabou impulsionando mais uma sessão de incremento de prêmios na estrutura a termo da curva de juros.
Ibovespa.
Em alta durante todo o pregão, a bolsa brasileira foi puxada principalmente pela melhoria do clima no mercado externo, e pela alta das bolsas norte-americanas, que viram nas ações de tecnologia expressivos ganhos.
Por aqui o destaque ficou por conta da dobradinha Petro/Vale, mas o setor financeiro também contribuiu sobremaneira para a performance do ponderado.
O Ibovespa encerrou aos 75.856 pts (+1,96%), acumulando avanço de 4,25% no mês, queda de 0,71% no ano e alta de 17,00% em 12 meses. O volume financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,69 bilhões, sendo R$ 9,38 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 10 (último dado disponível), houve ingresso de R$ 656,525 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho, que estava negativo virou, e passou a somar R$ 592,763 milhões. Em 2018 o saldo líquido é de evasão de R$ 9,354 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, as vendas no varejo relativas ao mês de maio apresentaram queda de 0,6% na passagem ante abril, demonstrando o efeito da greve dos caminhoneiros que se manifestou nos últimos dias daquele mês.
No comparativo contra maio de 2017 a variação, no entanto permaneceu positiva, em 2,7%. Ambos os números vieram ligeiramente melhores do que as projeções de mercado, respectivamente -0,8% e 2,6%. Já no conceito amplo, que inclui na amostra itens como materiais de construção e veículos a variação mensal foi de -4,9%, enquanto a anual ficou em -2,2%, ambos dados dessa vez piores do que se esperava, respectivamente -3,2% e 4,0%.
Câmbio e CDS.
Embora tenha perdido terreno ante a maioria das moedas emergentes, o dólar voltou a ganhar valor ante o real, tendo em vista a percepção de piora do quadro fiscal do país com andamento de pautas tocantes ao tema no Congresso.
O dólar fechou cotado a R$ 3,8854 (+0,14%), acumulando alta de 0,28% em julho, 17,43% no ano e de 21,17% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou a 249 pontos, contra 252 do dia anterior.
Juros.
O alívio na situação comercial global não compensou o agravamento da percepção dos investidores quanto à situação fiscal doméstica, e os juros futuros escalaram ao longo de toda a estrutura a termo da curva, em especial nos vértices longos – mais sensíveis a oscilações de cunho estrutural.
Para sexta-feira.
A agenda econômica perde força. Destacadamente, no Brasil, volume do setor de serviços (IBGE) relativo a maio, com consenso de mercado apontando para queda de 4% na leitura inter anual. Nos EUA, a primeira prévia do índice de confiança pela Universidade de Michigan de julho, e no Japão, a prévia final da produção industrial de maio.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 11.07.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.