Diário de Mercado na 5ª feira, 11.07.2018
Novos embates na guerra comercial pressionam ativos domésticos
Resumo.
Novos desdobramentos da guerra comercial EUA x China assolaram os mercados na sessão desta quarta-feira. Desta vez, após nova ameaça de taxação a importados chineses por parte dos EUA, em discurso ainda na noite de terça-feira pelo presidente Trump, Pequim já sinalizou a adoção de contramedidas.
Com isso, os investidores retraíram-se diante de mais uma onda de incerteza, tendo ainda como agravante a queda de mais de 7% na cotação do petróleo no mercado externo, o que incrementou a aversão ao risco.
Com este pano de fundo a bolsa observou recuo enquanto o dólar se apreciou ante o real, e a curva dos juros futuros abriu ao longo de toda a sua extensão.
Ibovespa.
Com oscilação de pouca amplitude, mas em queda ao longo de praticamente todo o pregão, o índice refletiu destacadamente o noticiário externo, com mais um capítulo da guerra comercial EUA x China testando o apetite ao risco dos investidores.
A queda do petróleo no mercado externo também pressionou os ativos brasileiros, destacadamente a Petrobras.
O Ibovespa encerrou aos 74.398 pts (-0,62%), acumulando avanço de 2,25% no mês, queda de 2,62% no ano e alta de 16,55% em 12 meses.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 6 (último dado disponível), houve ingresso de R$ 19,125 milhões em capital estrangeiro na B3, o que reduziu a evasão acumulada no mês de julho a R$ 63,762 milhões. Em 2018 o saldo líquido é de evasão de R$ 10,011 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a inflação medida pelo IPC-Fipe relativo à primeira quadrissemana de julho variou 0,63% na margem mensal. Houve arrefecimento versus o dado do mesmo período apurado em junho (1,07%), e o número também foi menor do que o projetado por analistas (0,90%).
Já a inflação apurada pela primeira prévia do IGP-M de julho observou dinâmica semelhante. A margem mensal ante maio ficou em 0,41%, sendo que a mediana das estimativas do mercado apontava para 0,97%. O dado mostrou desaceleração contra o mês anterior (1,50%).
Câmbio e CDS.
Em meio a pontual alívio na tensão com a guerra comercial EUA x China no início da manhã, o dólar chegou a operar em queda ante o real. Porém, a pauta tensa persistiu, e o dólar tornou a avançar, de fato em escala global, ganhando terreno ante todos os pares no G10 e as principais divisas internacionais.
O dólar fechou cotado a R$ 3,8800 (+2,13%), acumulando alta de 0,14% em julho, 17,27% no ano e de 19,23% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos se elevou a 253 pontos, contra 244 do dia anterior.
Juros.
Direcionados muito por conta do dólar, os juros futuros operaram em alta ao longo de praticamente todos os seus vencimentos. O panorama de agravamento da guerra comercial, com os EUA na iminência de nova taxação a produtos chineses foi o principal noticiário a fazer preço na sessão.
Para quinta-feira.
Agenda recheada, com destaque para vendas no varejo no Brasil relativas ao mês de maio, sendo aguardada queda de 3,2% no conceito amplo, e queda de 0,7% no conceito restrito, que exclui dados voláteis como material de construção e autopeças, ambos impactados pela greve dos caminhoneiros.
No exterior, relevo para a última prévia da inflação ao consumidor em junho na Alemanha, enquanto nos EUA pedidos de seguro desemprego e inflação ao consumidor de junho.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 11.07.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos