Diário de Mercado na 4ª feira, 25 .07.2018
Ibovespa retoma patamar dos 80 mil pts ante maior propensão ao risco
Resumo.
A expectativa gerada pela reunião sobre comércio internacional entre Trump e o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, derrubou as bolsas europeias, mas alavancou as norte-americanas, que ainda funcionavam quando da divulgação das primeiras informações. Os líderes convergiram para a redução ou eliminação de barreiras, tarifas e subsídios, colocando “panos quentes” na guerra comercial.
Por aqui, o Ibovespa respondeu positivamente ao ambiente mais benigno aos emergentes, retomando a maior pontuação desde 23 de maio. Com surpresas positivas, o início da temporada de balanços também contribuiu.
Já o dólar caiu à menor cotação em 2 meses, valendo R$ 3,70 – acompanhando depreciação generalizada da divisa no exterior. Os juros futuros continuaram recuando, seguindo a depreciação da moeda norte-americana.
Ibovespa.
O índice seguiu na esteira do otimismo dos últimos dias e abriu com firme alta. Após certo arrefecimento no início da tarde, o índice voltou a subir, encerrando próximo à máxima intradiária.
Os ganhos nas bolsas de Nova York, o ambiente externo mais propenso ao risco e surpresas positivas nos balanços corporativos domésticos foram os principais direcionadores.
O setor de bancos, Vale, Petrobras e B3 puxaram o bom desempenho do Ibovespa. Na outra ponta, Embraer, Rumo e Gerdau lideraram as perdas.
O Ibovespa fechou aos 80.218 pts (+1,34%), com volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 10,3 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 23 (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 209,850 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho passou a acumular ingresso de R$ 5,024 bilhões. Em 2018, o saldo ainda acumula saída líquida de R$ 4,922 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC da Fipe, que mede a inflação ao consumidor na cidade de São Paulo, desacelerou a 0,26% na 3ª quadrissemana de julho, ante avanço de 0,37% na leitura anterior – ligeiramente acima do consenso de 0,22%.
Importante ressaltar os resultados dos grupos Alimentação (de 0,77% para -0,04%) e Transportes (de 0,09% para -0,38%), que revelam a dissipação dos efeitos deletérios da greve dos caminhoneiros.
Por outro lado, o grupo Habitação acelerou de 0,55% na 2ª quadrissemana para 0,95% na 3ª. Já segundo o Tesouro, a Dívida Pública federal total subiu 1,01% em junho, chegando a 3,754 trilhões, ante 3,716 trilhões em maio.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) registrou firme desvalorização nesta quarta-feira, tendência predominante nas últimas sessões. No exterior, a divisa se enfraqueceu frente todas as principais moedas e especialmente ante as emergentes. O desempenho do real perdeu apenas para a Lira turca.
O dólar fechou cotado a R$ 3,7040 (-1,04%), acumulando recuo de -4,46% em julho. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos caiu pelo sétimo dia consecutivo, a 215 pts, ante 224 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com baixa relevante, seguindo principalmente a firme queda do dólar. O ambiente externo mais benigno aos emergentes e a deflação do grupo Alimentos do IPC da Fipe demonstrou o início da dissipação dos efeitos deteriorantes da greve dos caminhoneiros, contribuindo para a queda das taxas da seção curta.
Ademais, a possibilidade de elevação da Selic na reunião do Copom na próxima semana vem diminuindo e está, atualmente, praticamente zerada.
Para quinta e sexta-feira.
No Brasil, destaque para o resultado primário do governo central. Nos EUA, ganham relevo a confiança do consumidor da Universidade de Michigan, os dados do seguro-desemprego e a prévia do PIB do 2T18. Já na zona do euro, a decisão de amanhã sobre taxa básica do Banco Central Europeu estará no centro do radar dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 25.07, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.