Diário de Mercado na 3º feira, 21.08.2018
Ativos domésticos pressionados na contramão do exterior
Comentário.
O bom humor nos mercados acionários pelo mundo não foi suficiente para contaminar positivamente os ativos locais, que seguem sofrendo com a volatilidade gerada pelo cenário político e proximidade das eleições.
O Ibovespa registrou forte recuo nesta 3ª feira (-1,50%), apresentando ligeira retomada no fim do pregão, fechando ainda acima dos 75 mil pts. A maior aversão ao risco entre os investidores se deu após a divulgação das pesquisas Ibope e MDA, com resultado ainda enevoado e pouco animador na ótica dos mesmos. Da mesma forma, o real sofreu e teve o pior desempenho entre as principais moedas, com o dólar encerrando em sua máxima, cotado a R$ 4,04. Fato que também corroborou para a elevação das taxas dos contratos de juros futuros, destacadamente daqueles de longo prazo, que agregaram prêmios relevantes.
Ibovespa.
O índice doméstico teve forte queda na presente sessão, mas conseguiu distanciar-se da mínima intradiária, aos 74.914 pts, com leve recuperação no fim do pregão.
As estatais recuaram firmemente, à exemplo de Petrobras e Eletrobras, da mesma forma que o setor financeiro. Na outra ponta, em linha com a escalada do dólar, Suzano e Fibria acumularam relevantes ganhos.
O Ibovespa findou aos 75.180 pts (-1,50%), acumulando recuo de 5,10% em agosto e de 1,60% em 2018. Já em 12 meses, ainda acumula avanço de 9,54%. O giro financeiro preliminar da B3 foi de R$ 10,77 bilhões, sendo R$ 10,30 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 17 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 67,154 milhões em capital estrangeiro da bolsa, acumulando saldo positivo de R$ 601,331 milhões em agosto. Em 2018, o saldo de recursos estrangeiros situa-se em R$ 5,561 bilhões negativo.
Agenda Econômica.
Sem destaques.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) seguiu a escalada da véspera e superou firmemente o patamar dos R$ 4,00, encerrando na máxima intradiária, aos R$ 4,0410 – maior cotação desde fevereiro de 2016. No exterior, a divisa perdeu força ante as principais moedas e ante a maioria das moedas emergentes, excetuando o Peso argentino e o Rublo russo. O real registrou o pior desempenho na cesta Bloomberg de moedas mais importantes, em razão, principalmente, da turbulência eleitoral.
O dólar comercial encerrou cotado a R$ 4,0410 (+2,12%), passando a acumular alta de 7,62% no mês, 21,90% no ano e 27,52% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 256 pts versus 245 pts da véspera.
Juros.
A estrutura a termo dos juros futuros sofreu generalizada elevação nesta terça-feira, principalmente na ponta longa da curva. A escalada do dólar foi o grande direcionador da alta, conjuntamente com a agitação do cenário político.
Para a semana.
No Brasil, criação de empregos (CAGED), confiança do consumidor (FGV) e IPCA-15. No exterior, nos EUA, FOMC - ata da última reunião, PMI manufatura e pedidos de bens duráveis. PMIs também saem na Alemanha, França e Zona do Euro, além do Japão. Na Alemanha, o dado final do PIB do 2T.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 21.08.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI. HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T. e RAFAEL REIS, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos