Diário de Mercado na 5ª feira, 23.08.2018
Panorama externo e incertezas eleitorais internas induziram a baixa
Comentário.
A sessão de hoje foi marcada pela elevação da aversão ao risco. No mercado global, destaque negativo sobre as economias emergentes, com a continuidade da guerra comercial entre EUA e China, além de conjecturas sobre um possível pedido de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump.
No mercado interno, persiste a irresolução do quadro doméstico de candidaturas para a eleição do próximo presidente da república, com o 1º turno do pleito marcado para o dia 7 de outubro próximo.
Ibovespa.
O Ibovespa chegou a testar os 77.000 pts na primeira hora de negócios, mas, a partir daí, perdeu forças e decaiu, operando em baixa o restante do pregão.
O índice fechou aos 75.633 pts (-1,65%), acumulando -0,52% na semana, -4,53% no mês, -1,10% no ano e +7,32% em 2018. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 10,032 bilhões, sendo R$ 9,674 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
No dia 21 (último dado disponível) houve ingresso líquido de R$ 335,948 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, somando saldo positivo de R$ 2,442 bilhões em agosto, mas acumulando saldo negativo de R$ 3,720 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA-15, considera uma prévia do IPCA fechado do mês, recuo para 0,13% em agosto, ante +0,64% em julho e +0,35% em agosto de 2017. O indicador passou a acumular + 3,14% no ano e +4,30% em 12 meses – abaixo do centro da meta de 4,5%.
O grupo Transportes foi o principal contribuidor para a desaceleração do índice geral, passando de +0,79% em julho para -0,87% em agosto (impacto de -16 pts-base) e o grupo Alimentação e Bebidas também favoreceu a redução, cedendo de +0,61% em julho para +0,01% em agosto (impacto de 1 pt-base).
Ambos se contrapuseram ao grupo Habitação, que mesmo baixando de +199% em julho para 1,10% em agosto, causou impacto de 17 pts-base no índice geral.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) sofreu impacto tanto do mercado externo, com a valorização da moeda norte-americana pelo mundo, como no mercado doméstico, com a visão de elevação da incerteza na corrida presidencial.
A divisa encerrou cotada a R$ 4,1200 (+1,45%) – no maior valor desde 21 de janeiro de 2016, em R$ 4,1700, que foi o fechamento máximo da moeda. Agora, passou a acumular +5,26% na semana, +9,72% no mês, +24,28% no ano e +31,25% em12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 279 pts versus 264 pts da véspera.
Juros.
A curva da estrutura a termo dos juros futuros avançou como um todo, acompanhando os temores do mercado interno e a movimentação do dólar. Assim, as taxas subiram como um todo, com destaque para a parte média, entre o DI abr/19 e DI jan/23.
Para a semana.
No Brasil, confiança do consumidor (FGV). No exterior, nos EUA, pedidos de bens duráveis. Na Europa, PMIs manufatura também sairão na Alemanha, França e Zona do Euro, além do Japão. Na Alemanha, o dado final do PIB do 2T.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 23.08.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T. RICARDO VIEITES, CNPI. ambos integrantes do BB Investimentos.
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