Diário do Mercado na 3ª feira, 28.08.2018
Recuo moderado dos ativos domésticos e dólar em patamar recorde
Comentário.
Após alta de mais de 2% na véspera, o principal índice doméstico recuou 0,6% nesta terça-feira, com desempenho ruim das blue chips. Por aqui, seguem pesando aos investidores as incertezas eleitorais e a preocupação com a situação fiscal.
No exterior, os ganhos foram, também, moderados, mas levaram Nasdaq e S&P a novas máximas históricas de fechamento.
No mercado de câmbio, o dólar registrou firme fortalecimento frente às moedas emergentes, encerrando no segundo maior patamar nominal ante o real, desde a constituição do Plano Real, cotado a R$ 4,1370.
Os juros futuros seguiram a apreciação da divisa norte-americana e avançaram em toda estrutura da curva, especialmente nas taxas de longo prazo.
Ibovespa.
O índice operou com perdas durante a maior parte do pregão, puxado, principalmente, por Petrobras, Vale e Itaú. Na outra ponta, seguiram se beneficiando da escalada do dólar os papéis de Suzano, Klabin e Fibria.
O índice fechou aos 77.473 pts (-0,59%), acumulando recuo de 2,21% no mês e alta de 1,40% no ano e de 9,09% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 7,92 bilhões, sendo R$ 7,67 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 24 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 120,256 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, somando saldo positivo de R$ 2,795 bilhões em agosto, diminuindo o saldo negativo do ano para R$ 3,366 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, a confiança do consumidor divulgada pelo Conference Board subiu a 133,4 pts em agosto, ante 127,9 pts em julho e melhor que o consenso em 126,6 pts.
Câmbio e CDS.
Em dia de enfraquecimento das moedas emergentes ante o dólar, o real apresentou um dos piores desempenhos, ao lado da lira turca e do peso argentino. A divisa chegou a ser cotada em R$ 4,1450 na máxima intradiária, arrefecendo ligeiramente nos minutos finais de pregão, encerrando, entretanto, na segunda maior cotação desde a implantação do Plano Real.
O dólar fechou valendo R$ 4,1370 (+1,37%), passando a acumular alta de 10,17% no mês, 24,80% no ano e de 30,75% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 291 pts, ante 286 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, principalmente nos contratos de longo prazo. Após queda generalizada na véspera, as taxas sofreram correção em meio ao contexto adverso aos emergentes e forte valorização do dólar.
Para a semana.
No Brasil, taxa de desemprego, inflação pelo IGP-M, resultado primário e o grande destaque da semana: o PIB relativo ao 2T18. No exterior, PIB também nos EUA e França, sendo no primeiro ainda divulgados dados de renda, gastos pessoais e o PCE.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 28.08.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos