BB-BI - Diário de Mercado, na 6ª feira, 31.08.2018
Alívio cambial e ligeira alta da bolsa no último pregão de agosto
Comentário.
Apesar da abertura auspiciosa, a bolsa brasileira não conseguiu sustentar firmes ganhos. Nos noticiários, dificuldades em negociações comerciais entre EUA e Canadá mantiveram os investidores na defensiva, e influenciaram negativamente as bolsas de Nova York, o que ajudou a enfraquecer o ímpeto comprador na Bovespa.
Já no mercado de câmbio, o real se alinhou a outras moedas emergentes e recuperou boa parte da desvalorização das últimas sessões, aliviando parte da apreensão com contágio das crises turca e argentina.
Os juros futuros reduziram os prêmios, direcionados especialmente por movimentações no âmbito eleitoral doméstico, catalisados ainda pela dinâmica cambial.
Ibovespa.
Diferentemente da significativa valorização do real ante o dólar, na renda variável a recuperação foi apenas tímida. Mesmo com forte escalada da Petrobras, e boa alta do setor financeiro, a queda da vale e desempenho misto do setor de siderurgia represou uma maior rodada de recuperação no ponderado.
O índice fechou aos 76.877 pts (+0,36%), acumulando alta de 0,54% na semana, recuo de 3,21% no mês, +0,36% no ano +8,55% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,29 bilhões, sendo R$ 8,05 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
No dia 29 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 205,267 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, somando saldo positivo de R$ 3,502 bilhões em agosto, diminuindo o saldo negativo do ano para R$ 2,660 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IBGE divulgou o resultado do PIB do 2T18, com crescimento de 0,2% ante o 1T18 (revisado de 0,4% para 0,1%) – na série com ajuste sazonal – ligeiramente melhor que o consenso (0,1%), reiterando o contexto de recuperação lenta da economia.
Já na comparação interanual, o PIB avançou 1,0%, frente crescimento de 1,2% no 1T18 – abaixo da projeção de 1,1%. Do lado da oferta, a Agropecuária recuou 0,4%, ao passo que a Indústria e os Serviços avançaram 1,2%. Pela ótica da demanda, destaque para o Consumo das Famílias com alta de 1,7% e para a Formação Bruta de Capital Fixo, que avançou 3,7%.
Câmbio e CDS.
Passada a formação da PTAX ao final da manhã, o dólar tombou frente ao real, em movimento atribuído à intervenção do BC através da oferta de swaps na véspera e também à redução da pressão advinda da Argentina, cujo governo sinalizou futuros anúncios para estancar as mazelas que acometem a situação econômica do país.
A moeda fechou a R$ 4,0740 (-2,10%), passando a acumular -0,72% na semana, 8,52% no mês, 23,13% no ano e 29,32% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 302 pts, ante 301 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros novamente caíram, importando não apenas a trajetória do câmbio, mas também em resposta à movimentação do cenário político no front interno, e à recuperação pontual das moedas emergentes no exterior, oriunda de uma redução na aversão geral ao risco de contágio das crises argentina e turca.
Para a semana de 3 a 7 de setembro.
Em meio a uma miríade de indicadores, destacam-se no Brasil a produção industrial de julho e a inflação ao consumidor (IPCA) de agosto.
No exterior, PMIs da Alemanha, França, Reino Unido e EUA. Também nos EUA, os tradicionais destaques da primeira semana do mês como ADP e o payroll.
Confira no anexo a pintegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª 31.08.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, todos do BB Investimentos.