Diário do Mercado na 2ª feira, 04.09.2018
Mau humor nos mercados em dia liquidez reduzida
Comentário.
O feriado do dia do trabalho nos EUA reduziu sobremaneira o volume de negócios nos mercados domésticos, corroborando uma piora dos mesmos, intensificada pela presente cautela entre os investidores.
A aversão ao risco decorre do mau momento para os mercados emergentes, em meio à deterioração das condições de liquidez internacional e das crises de Argentina e Turquia.
Além disto, as incertezas que rondam o cenário eleitoral e as importantes pesquisas de intenção de voto, a serem divulgadas nesta semana, também contribuíram para a retração na colocação de novas posições pelos investidores.
Deste modo, o Ibovespa recuou moderadamente, ao passo que juros e dólar registraram firmes altas, encerrando não distante de suas máximas intradiárias.
Ibovespa.
A virada de mês trouxe alterações na carteira Ibovespa, reduzida a 65 ativos de 62 empresas – CPFE3 (CPFL Energia ON) e SAPR11 (Sanepar UNT) saíram do índice. O pregão foi marcado pelo baixo volume de negócios em razão do feriado norte-americano e pela cautela em relação ao cenário eleitoral.
O setor financeiro e a Petrobras puxaram o índice para o terreno negativo. Por outro lado, os papéis de exportadoras, a exemplo de Suzano e Klabin, tiveram firme alta.
O índice fechou aos 76.192 pts (-0,63%), acumulando recuo de 0,27% no ano e alta de 5,94% em 12 meses. O parco giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 4,7 bilhões, sendo R$ 4,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 30 (último dado disponível), houve retirada líquida de R$ 239,177 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, diminuindo saldo positivo de agosto para R$ 3,263 bilhões. Em 2018, há déficit de capital estrangeiro em R$ 2,899 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o PMI Manufatura subiu a 51.1 pts em agosto, ante 50.5 pts em julho – maior pontuação em 4 meses e acima do patamar que demonstra confiança. Já conforme a CNI, a utilização da capacidade industrial subiu a 77,3% em julho, contra 76,7% em junho.
A venda de veículos pela Fenabrave atingiu o maior volume mensal desde janeiro de 2015; foram vendidas 248,6 mil unidades em agosto, ante 217,4 mil em julho.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) teve firme alta nesta segunda-feira, em mais um dia ruim para as moedas de países emergentes. Ao lado do real, a lira turca e o peso argentino depreciaram fortemente. As citadas moedas lideram as perdas no ano frente o dólar, em uma cesta com as principais moedas.
A divisa fechou em sua maior cotação desde janeiro de 2016, valendo R$ 4,1500 (+2,09%), passando a acumular alta de 25,19% no ano e de 32,00% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 308 pts, ante 302 pts da última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular avançando de modo generalizado, notadamente nos contratos de médio e longo prazos. O volume de negócios foi também reduzido no mercado de juros, em razão do feriado nos EUA, o que corroborou a alta dos contratos, na esteira da escalada do dólar e da cautela em semana de divulgação de importantes pesquisas eleitorais.
Para a semana de 3 a 7 de setembro.
Em meio a uma miríade de indicadores, destacam-se no Brasil a produção industrial de julho e a inflação ao consumidor (IPCA) de agosto.
Nos EUA, serão divulgados o PMI Manufatura e os tradicionais destaques da primeira semana do mês; ADP (vagas no setor privado) e o payroll.
Na China, balança comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 03.09.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, todos do BB Investimentos