Diário de Mercado na 5ª feira, 25.10.2018
Trégua no exterior impulsiona bolsa e enfraquece dólar
Comentário.
A melhora de humor nos principais mercados pelo mundo – em NY; S&P, Dow Jones e Nasdaq avançaram mais de 1,5% na sessão – influenciou positivamente os ativos locais, puxando o desempenho do Ibovespa (+1,23%) e derrubando o dólar (-0,88%). Já a curva de juros futuros andou na contramão, agregando prêmios, comportamento justificado, na ótica dos agentes, pela cautela pré-eleitoral.
Ibovespa.
O índice operou em alta durante toda a sessão e ao final, apesar de certo arrefecimento, conseguiu se recuperar (+1,23%) de parte da queda da véspera (-2,62%), puxado, principalmente, pela melhora dos mercados acionários em NY.
O setor de bancos, Petrobras e Ultrapar tiveram maior participação entre os avanços. Já Cielo e Ambev ancoraram o desempenho do índice encerrando com fortes perdas.
O Ibovespa fechou aos 84.083 pts (+1,23%), acumulando alta 5,98% no mês, 10,05% no ano e de 9,67% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 16,7 bilhões, sendo cerca de R$ 16,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 23 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 776,356 milhões na bolsa, aprofundando o saldo negativo em outubro para R$ 2,215 bilhão. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é negativo em R$ 1,920 bilhão.
Agenda Econômica.
O IPC-Fipe variou 0,52% na terceira quadrissemana de outubro, repetindo a leitura anterior. Os grupos Alimentação e Vestuário aceleraram a alta em relação à leitura anterior, ao passo que as outras cinco classes de despesas arrefeceram.
Em setembro, o Brasil apresentou em um superávit de US$ 32 milhões em suas transações correntes [com o exterior], segundo dados do Banco Central. O resultado difere da projeção de saldo negativo de U$ 600 milhões do próprio BC. Entre janeiro e setembro o saldo é deficitário em US$ 7,435 bilhões.
O BCE manteve as taxas de juros da zona do euro inalteradas, a principal delas a 0%, a taxa de depósito continua negativa em 0,40%. Reforçando a perspectiva que as taxas permaneçam como estão até meados do próximo ano.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou em queda durante toda a sessão diante de uma melhora no apetite ao risco internacional. Na mínima, a moeda chegou a valer R$ 3,6820, mas encerrou, todavia, acima dos R$ 3,70. O comportamento da divisa ante as principais moedas mundiais foi misto, e o recuo por aqui colocou o real entre os melhores desempenhos nesta quinta-feira.
O dólar comercial (interbancário) findou cotado a R$ 3,7050 (-0,88%), acumulando uma queda de -8,52% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 11,76% e de 14,42% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 212 pts, ante 217 da véspera.
Juros.
Os juros futuros fecharam a sessão regular em alta, puxados pela cautela dos investidores decorrente da proximidade do segundo turno das eleições – na contramão da melhora no cenário externo e dos ativos locais. O DI para janeiro de 2020 fechou em 7,47% ante 7,40% de ontem. Já o DI para janeiro de 2025 encerrou a 10,19% frente 10,15% da véspera.
Para sexta-feira.
No Brasil, destaque para os dados de crédito do SFN e para o resultado primário do governo central de setembro. No exterior, a divulgação do PIB norte-americano e a confiança do consumidor da Universidade e Michigan estarão no foco dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 25.10.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos