Diário do Mercado na 3ª feira, 27.11.2018
A despeito de cautela no exterior, ativos domésticos têm ganhos
Comentário.
Notícias sobre a guerra comercial seguiram dando o tom de cautela nos mercados internacionais, não obstante, fatores domésticos catapultaram o Ibovespa (+2,74%), ao passo que o dólar – principalmente pela atuação do BC injetando US$ 2 bilhões via leilão de linha ¬– arrefeceu (-1,25%).
Os investidores seguiram na esteira do otimismo oriundo da agenda e indicações econômicas do governo eleito.
Ademais, a votação da cessão onerosa [do PréSal] preliminarmente programada para esta 3ª feira 27.11, deu novo fôlego ao movimento de alta e o Ibovespa encerrou praticamente na máxima – apesar de, posteriormente, a mesma ter sido adiada para 4ª feira, 28.11. Já as taxas dos contratos de juros futuros encerraram com ligeiros ajustes de alta.
Ibovespa.
O principal índice doméstico abriu a sessão em alta, intensificando ganhos a partir do início da tarde e a caminho do fim do pregão, encerrando praticamente na máxima ao retomar os 87 mil pts. Apenas 8 dos 65 papéis recuaram, incluindo Suzano e Vale. Na outra ponta, B3, Petrobras – apesar de novo recuo do petróleo, mas com a cessão onerosa no radar – e Bradesco lideraram os ganhos com fortes avanços.
O Ibovespa fechou aos 87.891 pts (+2,74%, acumulando alta de 1,93% na semana, 0,53% em novembro, 15,04% no ano e de 18,68% em 12 meses). O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,6 bilhões, sendo R$ 14,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos Na Bolsa
No dia 23 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 487 milhões da bolsa, aprofundando o saldo negativo de novembro para R$ 4,1 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 10,0 bilhões.
Agenda Econômica.
Os dados do IPC-Fipe registraram variação de 0,28% na terceira quadrissemana de novembro, desacelerando em relação ao avanço de 0,37% do último dado. O grupo Alimentação desacelerou de 0,80% para 0,34%, já Transportes passou de 0,25% para -0,09%.
A arrecadação federal de impostos obteve uma alta de 4,12% em outubro, atingindo R$ 131,880 bilhões. Melhor resultado desde 2016, quando marcou R$ 159,784 bilhões, na série atualizada pela inflação. No acumulado do ano, a arrecadação somou R$ 1,196 trilhão, somando um aumento real de 5,98% se comparado ao mesmo período de 2017, e 9,79% em valores nominais.
Nos EUA, a confiança do consumidor do Conference Board veio alinhado com as expectativas, recuando de 137.9 pontos para 135.7 pontos.
Câmbio e CDS.
Após seguidas altas, chegando a valer R$ 3,9250 ontem, o dólar comercial (interbancário) teve firme queda hoje (-1,25%), na contramão de um moderado fortalecimento da divisa no exterior. O principal direcionador para o comportamento da moeda por aqui foi o leilão de linha do BC no valor de US$ 2 bilhões.
O dólar comercial (interbancário) findou cotado em R$ 3,8730 (-1,25%), acumulando alta de 1,28% na semana, 3,89% no mês, 16,83% no ano e de 20,28% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 222 pts ante 221 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com ligeira alta. O DI para janeiro de 2020 encerrou em 7,01% ante 6,97% de ontem.
O DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,24% de 9,23%. O DI para janeiro de 2025 fechou em 9,77% de 9,76%.
Para a semana.
No Brasil: IGP-M, dados de crédito, PNAD contínua (emprego), resultado primário/nominal do setor público e PIB.
EUA: PIB, dados do mercado imobiliário, PCE e Ata do Fomc.
China: PMI manufatura.
Zona do euro: IPC alemão, francês e do grupo, PIB francês e taxa de desemprego da zona do euro.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado dna 3ª feira, 27.11.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CPNI, ambos integrantes do BB Investimentos
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