Diário do Mercado na 2ª feira, 14.01.2019
Bolsa supera 94 mil pontos alheia a noticiário externo
Comentário.
Mesmo com predominante clima de incerteza no front externo – que imprimiu perdas nas bolsas norte-americanas e europeias – os ativos domésticos encontraram no noticiário doméstico espaço para avanços.
As palavras do presidente norte-americano no meio da tarde reduziram a animosidade comercial com a China, amenizando o impacto negativo do fraco dado da balança comercial do país oriental, divulgado na madrugada.
O noticiário também foi contrabalançado internamente com maior expectativa de avanço da reforma da previdência. Com isso, o câmbio sofreu leve recuo assim como os juros, com ambos mercados apresentando volumes baixos, enquanto a bolsa engatou nova valorização, renovando sua pontuação máxima intradiária e de fechamento, superando os 94 mil pontos.
Ibovespa.
A ligeira alta vista no início do dia foi se consolidando, com os investidores de olho nas expectativas locais, alheios ao sinal não tão otimista importado do exterior – embora este com ligeiro alívio no período da tarde.
Entre as altas do índice, destaque para Estácio, Via Varejo e Sabesp, esta última impulsionada com especulações quanto a uma possível privatização. Na ponta oposta, Natura, Lojas Renner e Usiminas registraram os maiores recuos.
O Ibovespa fechou aos 94.474 pts (+0,87%), acumulando alta de 7,49% no mês e no ano e de 19,06% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 13,69 bilhões, sendo R$ 13,29 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 9 de janeiro (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 64 milhões, o saldo negativo de janeiro passou a R$ 1,1 bilhão.
Agenda Econômica.
A balança comercial semanal brasileira apresentou um superávit de US$1,766 bilhão na segunda semana de janeiro. Em relação a dezembro houve crescimento de 17,9%, com destaque para o aumento em três categorias: manufaturados (36,7%), semi manufaturados (16,35%) e básicos (4,6%).
Os dados de importação e exportação da China surpreenderam negativamente o mercado. As exportações de dezembro apresentaram a maior queda em dois anos, caindo 4,4% na comparação com o mesmo período de 2017. As importações cederam 7,6%, registrando a maior queda desde julho de 2016.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana voltou a fechar em baixa, sincronizada com o exterior após a fala de Trump sobre um possível acordo comercial entre EUA e China.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,6964 (-0,55%), acumulando uma queda de -4,59% no mês e uma alta de 15,44% em 12 meses.
Juros.
Acompanhado pela queda do dólar os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa. O DI para janeiro de 2020 caiu de 6,63% para 6,57%. O DI para janeiro de 2021 encerrou em 7,37% ante 7,44%. O DI para janeiro de 2023 fechou em 8,42% ante 8,48% da última sessão. O DI para janeiro de 2025 passou de 8,95% para 8,92%.
Para a semana.
No Brasil: Confiança do consumidor CNI, Vendas no varejo, IGP-10, Volume do setor de serviços e Atividade econômica (IBC-Br).
Nos EUA: Livro Bege, Pedido de bens duráveis e Produção manufatureira (SIC).
Alemanha e França: IPC.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 14.01, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos.