Diário do Mercado na 3ª feira, 22.01.2019
Guerra comercial volta a derrubar mercados
Comentário.
Os mercados acionários internacionais já amargavam perdas significativas quando o noticiário sobre a guerra comercial aprofundou as quedas. A informação de que os EUA haviam rejeitado a visita de dois representantes do governo chinês em busca de avanços em um eventual acordo foi mal recebida pelos investidores, já em movimento de aversão ao risco com a desaceleração global, reiterada pelo FMI e pelas discussões em Davos.
Domesticamente, o Ibovespa também sofreu, conseguindo ainda fechar em patamar superior aos 95 mil pts (-0,94%). Já o dólar, que ganhava força globalmente, avançou ainda mais ante o real, encerrando cotado em R$ 3,80 (+1,20%), na maior alta percentual em dois meses. Na contramão, a curva de juros futuros arrefeceu.
Ibovespa.
O principal índice doméstico operou majoritariamente em queda nesta terça-feira, chegando a perder os 95 mil pts na mínima intradiária (-1,40%), puxado, principalmente por questões externas.
Apenas 12 dos 65 papéis avançaram. Via Varejo e Brasken lideraram as as altas, já na outra ponta, Petrobras, Ambev e B3 registraram firmes quedas.
O Ibovespa fechou aos 95.103 pts (-0,94%), ainda acumulando alta de 8,21% no mês e no ano e de 16,44% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,9 bilhões, sendo R$ 12,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 de janeiro (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 747 milhões, o saldo de janeiro agora é positivo em R$ 1,1 bilhão.
Agenda Econômica.
As vendas de imóveis nos EUA sofreram uma queda de 6,4% entre os meses de novembro de dezembro de 2018, já na comparação com o mesmo período de 2017, houve um declínio de 10,3%.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana teve a maior alta percentual em 2 meses, em meio ao aumento da tensão comercial entre EUA e China. O real registrou o pior desempenho em uma cesta com 24 das principais moedas globais.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,8050 (+1,20%), acumulando uma queda de -1,81% no mês e uma alta de 18,61% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 177 pontos ante 172 pontos da última sessão.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, na contramão de bolsa e dólar. O recuo refletiu entrevista de Ilan Goldjajn que levantou a possibilidade de avançar com a política estimulativa, o que, mais tarde, foi objeto de nota do Bacen informando que nada havia mudado desde a ata da última reunião do Copom.
O DI para janeiro de 2020 passou de 6,54% para 6,47% hoje. O DI para janeiro de 2021 fechou em 7,23% ante 7,34% da véspera. O DI para janeiro de 2023 ficou em 8,35% frente 8,44% da última sessão. O DI para janeiro de 2025 caiu de 8,92% para 8,86%.
No Brasil: Caged,
Arrecadação de impostos, IPCA-15, Confiança do consumidor. Nos EUA: PMI. Zona do euro: Decisão BCE. Na Alemanha: PMI.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 3ª feira, 22.01.2019, elaborado por RICARDO IEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.