Diário do Mercado na 4ª feira, 23.01.2019
Otimismo leva bolsa a novo topo histórico
Comentário.
Nesta 4ª feira, 23.01, o Ibovespa renovou pela décima vez em 2019 o recorde histórico de fechamento, aos 96.558 pts (+1,53%). O que apoia este otimismo com a renda variável é a perspectiva de melhora da economia e o “destravamento” de valor das empresas, alicerçado, na ótica dos investidores, pela agenda liberal e reformista do novo governo.
O principal índice doméstico encerrou praticamente na máxima, alçado por discursos dos principais ministros de governo. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, em Davos, projetou sanar o déficit primário de R$ 139 bilhões programado para 2019 com
(i) privatizações,
(ii) corte de subsídios e
(iii) devolução de recursos pelo BNDES.
Já Onyx, da Casa Civil, reiterou os planos de formalizar a independência do Banco Central e garantir, de forma intensa, a inserção do país no comércio internacional.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,7620 (-1,13%), maior queda percentual em mais de 13 pregões. Na mesma esteira, as taxas de juros futuros devolveram prêmios por toda a curva.
Ibovespa.
Descolado do exterior, o Ibovespa fechou em novo topo histórico, diante do otimismo gerado por falas dos principais ministros de governo. Apenas 5 dos 65 papéis do índice recuaram. B3, Bradesco e Vale lideram os avanços ponderados por seus pesos no índice. Já na outra ponta, Ambev e Cielo registraram firmes recuos.
O Ibovespa fechou aos 96.558 pts (+1,53%), acumulando alta de 9,87% no mês e no ano, e de 19,68% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,4 bilhões, sendo R$ 13,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 21 de janeiro (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 498 milhões, elevando o saldo positivo de janeiro para R$ 1,6 bilhão.
Agenda Econômica.
Apesar da alta de 0,30% ante dezembro (-0,16%), o IPCA-15 de janeiro – prévia da inflação oficial – registrou o menor valor para o mês desde o plano real, segundo o IBGE. No acumulado de 12 meses, o índice passou a registrar uma alta de 3,77%, abaixo dos 3,86% registrados anteriormente. O índice de Confiança Industrial divulgado pela CNI registrou um aumento de 0,9 pts em janeiro comparado ao mês anterior, marcando 64,7 pts.
Conforme dados do Ministério do Trabalho – Caged, foram cortadas 334,4 mil vagas de trabalho formal em dezembro, mas o resultado não chega assustar dado o encerramento dos contratos temporários de fim de ano.
Em 2018, 529 mil novos empregos foram gerados, interrompendo sequência negativa entre os anos de 2014-2017, quando foram eliminadas mais de 3 milhões de vagas formais de emprego.
Câmbio e CDS.
O dólar operava entre o recuo e a estabilidade, seguindo movimento majoritário de enfraquecimento da divisa no exterior. Mas o bom humor local em razão da fala do ministro Paulo Guedes acentuou o movimento de queda da moeda norte americana, que fechou próximo à mínima intradiária. Já o real registrou o melhor desempenho em meio a uma cesta com 24 das principais moedas globais.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,7620 (-1,13%), acumulando uma queda de -2,92% no mês e uma alta de 16,29% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 173 pontos ante 177 pontos da última sessão.
Juros.
As taxas de juros voltaram a renovar mínimas após a fala de Guedes, encerrando a sessão regular em queda ao longo de toda curva, em sintonia com o movimento de desvalorização do dólar.
O DI para janeiro de 2020 caiu de 6,47% para 6,44%. O DI para janeiro de 2021 passou de 7,23% para 7,18%. O DI para janeiro de 2023 encerrou em 8,29% ante 8,35% da véspera. O DI para janeiro de 2025 terminou em 8,78% de 8,86% da última sessão.
Para quinta e sexta-feira.
No Brasil: Arrecadação de impostos, IPCA-15, Confiança do consumidor CNI.
Nos EUA: PMI. Zona do euro: Decisão BCE.
Na Alemanha: PMI.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 23.01.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, integrante do BB Investimentos.
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