Diário do Mercado na 4ª feira, 15.04.2020
Ibovespa cai com Nova York, diante de percepção econômica
Comentário.
O índice brasileiro, em dia de vencimento de índice futuro e de opções sobre o índice, tentou até reagir no início da tarde e dar continuidade aos ganhos das duas recentes sessões, mas o exterior negativo terminou pesando. Em verdade, nos cinco últimos pregões, o Ibovespa vem circundando os 78.700 pts, parecendo necessitar de ingresso de “dinheiro novo” para manter sua sustentação, caso contrário poderá até sofrer realizações.
O cenário internacional adverso foi preponderante no dia, com o chamado “livro bege” do Fed, no qual o órgão relata sua visão sobre a economia norte-americana, citando: “a atividade econômica contraiu-se brusca e abruptamente em todas as regiões dos EUA como resultado da pandemia de Covid-19”, bem como membro do Fed declarou que a retomada econômica deverá ser lenta.
Também, os indicadores locais ampliaram o pessimismo: as vendas no varejo desabaram -8,7% em março versus fevereiro, em sua maior baixa mensal histórica, e a produção industrial teve queda de -5,4% em março contra fevereiro, sendo a pior variação negativa desde 1946.
Já o barril de petróleo tipo WTI caiu -1,19%, para US$ 19,87, e o tipo Brent caiu -6,45%, para US$ 27,69. Enfim, os investidores se retraíram e as bolsas de Nova York encerraram com perdas, contaminando os demais mercados acionários pelo mundo.
O dólar comercial subiu pela terceira sessão seguida, findando cotado a R$ 5,2410 (+1,00%). Os juros futuros curtos ficaram estáveis e os intermediários e longos baixaram.
Ibovespa.
O índice principiou cadente, mas reagiu no início da tarde, chegando por instantes a tocar o campo positivo por volta das 14h20, mas tornou a perder forças a partir daí, em direção ao fechamento.
O Ibovespa fechou aos 78.831 pts (-1,36%), acumulando +1,48% na semana, +7,96% no mês, -31,83% ano e -15,31% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 21,7 bilhões, sendo R$ 20,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 13 de abril, a Bovespa apurou ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 404,894 milhões, acumulando saída líquida de R$ 999,108 milhões no mês (após retirada líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 65,336 bilhões (acima a saída líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-10 variou +1,13% em abril ante +0,64% em março – consenso em +1,31%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) registrou sua terceira elevação consecutiva. A tendência doméstica acompanhou o comportamento da divisa no mercado internacional, no qual houve elevação da aversão ao risco sobre as economias emergentes, contaminada pela visão de piora nas expectativas já negativas de crescimento global.
A moeda encerrou cotada a R$ 5,2410 (+1,00%), acumulando +2,95% na semana, +0,87% no mês, +30,63% no ano e +35,50% em 12 meses.
Risco País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu para 293 pts frente a 265 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros curtos permaneceram estáveis, com os agentes aguardando novas informações para consolidar seus posicionamentos sobre a decisão do Copom, em 6 de maio próximo. Já os intermediários e longos cederam com a percepção no dia de um certo alívio na questão fiscal futura. Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,30%;
DI janeiro/2021 em 3,11%;
DI janeiro/2022 em 3,70%;
DI janeiro/2023 em 4,72% de 4,77%;
DI janeiro/2025 em 6,28% de 6,38%;
DI janeiro/2027 em 7,12% de 7,25%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comortamento do mercadona 4ª feira, 15.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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