Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Investimentos

29 de Abril de 2020 as 01:04:51



SANTANDER - Resultado no 1º trimestre/2020: POSITIVO, acima das expectativas


SANTANDER - Resultado no 1º trimestre/2020
 
Positivo, com sinais da crise do Covid-19, tanto na PCLD quanto nas tarifas
 
Nesta manhã ª feira, 28.04, o Santander Brasil divulgou o resultado do 1T20, apresentando um lucro líquido de R$ 3.853 milhões, marginalmente acima da expectativa de mercado.
 
Na nossa opinião, o resultado foi positivo, com algumas linhas impedindo com que o lucro líquido fosse ainda maior, sinalizando o que deveremos ver nos próximos trimestres. Os destaques positivos foram:
 
(i)    crescimento na carteira de crédito (+21,8% a/a e +6,5% t/t), especialmente PJ;
(ii)   inadimplência estável, ainda sem reflexos da crise do Covid-19 (+10 bps t/t);
(iii)  queda nas despesas administrativas no trimestre de 6,8%.
 
Do lado negativo, destacamos:
 
(i)  queda nas receitas (-6,7% t/t), especialmente cartão de crédito e seguros (-11,7% e -10,0% t/t);
(ii)  deterioração dos índices de capital, tanto Basileia, quanto capital Nível I;
(iii) queda de 148 bps no Índice de Cobertura, saindo de 208,5% no 4T19 para 193,7%).
 
Carteira de Crédito.
 
O crescimento da carteira de crédito foi o principal destaque positivo, na nossa opinião. Conforme apontamos no relatório de revisão de preços de ontem (27/04), tínhamos a expectativa de que a carteira crescesse diante o cenário positivo até a crise, aliado à corrida das empresas para obter liquidez, quando seus efeitos começaram a impactar a economia local. Isso justifica o crescimento robusto, tanto em SMEs quanto no atacado (Corporate e Large Corporate), carteiras que cresceram 9% e 20,4% t/t, respectivamente. Acreditamos que apesar de positivo, esse crescimento é pontual, não podendo ser projetado para os próximos trimestres, onde o impacto da crise se intensificará.
 
Qualidade da carteira.
 
Apesar de projetarmos uma deterioração na inadimplência de forma significativa para o ano de 2020, isso ainda não foi visto nos números de 1T20, conforme projetávamos.
 
O NPL90 subiu 10 bps, com destaque para MPE & Corporate que cresceu 30 bps. Entretanto, com o objetivo de antecipar o cenário dos próximos meses, a despesa de PCLD subiu 30,7%, alcançando 3,7% na razão PCLD / Carteira de crédito. Esses números ainda se encontram um pouco abaixo do que foi visto durante a crise 2016/2017, quando essa razão chegou a 4,6%, mas ainda projetamos um crescimento para os próximos trimestres.
 
Despesas administrativas.
 
Conforme divulgado pela companhia, essa linha da DRE é considerada estratégica para atravessarem a crise atual, tentando mitigar a queda nas margens. Diante disso, as despesas caíram 6,8% no trimestre, ajudadas também por uma base de comparação alta, visto que no 4T é normal um número maior, visto as despesas com marketing, propagandas e promoções.
 
Receita de Serviços e Seguros.
 
Conforme esperávamos, houve um recuo nas receitas de serviços e seguros, causada pela crise. Essa queda pode ser justificada como uma consequência de dois principais fatores:
 
(i)  diminuição do fluxo de pessoas nas agências, impactando linhas como conta corrente (-5,7% t/t) e seguros (-10% t/t);
(ii)  crise econômica, que leva os clientes a ficarem mais cautelosos, tanto quanto aos seus gastos como com seus investimentos, diminuindo as receitas de cartão (-11,7%) e administração de fundos (-9,6%).
 
Índice de Basileia e de Cobertura.
 
Devido a um aumento generalizado no risco do mercado, o que foi visto no primeiro trimestre foi um aumento considerável no RWA (Risco Médio Ponderado), que é o numerador do índice de Basileia.
 
Sendo assim, o índice de Basileia caiu 120 bps no trimestre, encerrando em 13,8%. Cabe destacar que o índice ainda se encontra em patamar confortável, em nossa visão, visto que o exigido por lei é 11,5%.
 
Entretanto, desde abril de 2020, com a resolução 4783 do BCB, essa exigência foi reduzida em 1,25%, válido por um ano, e com retorno gradual até abril/2022.
 
Outro índice importante para observamos no momento é o índice de cobertura, que em momento de crise, pode apresentar uma volatilidade e sinalizar a saúde financeira do banco. No 1T20, conforme esperávamos, houve uma queda de 148 bps, encerrando o trimestre em 193,7%. Consideramos que o índice atual ainda é saudável para o Santander enfrente a crise.
 
Perspectivas
 
O resultado foi positivo, surpreendendo alguns pontos, mesmo diante do contexto de crise ao final do trimestre. Para o 2T20, esperamos uma deterioração do cenário para os bancos, visto que os impactos no setor demoram um pouco a ocorrer.
 
Entretanto, o que vimos nesse resultado foi uma antecipação importante às dificuldades futuras, o que acreditamos que suavizará os impactos nos próximos resultados.
 
Sendo assim, acreditamos que o Santander tem capacidade de passar a crise de forma mais tranquila se comparada às crises anteriores, mas continuaremos atentos aos pontos que consideramos essenciais nesse momento: índices de capital e de inadimplência, além da retomada das receitas, tanto de crédito quanto fees. Sendo assim, mantemos nossa recomendação em Market Perform, com preço alvo para Dez/2020 em 36,00.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desemenho do SANTANDER no 1º trimestre/2020, elaborado por VINICIUS SOARES, CFA, e WESLEY BERNABE, CFA, ambos integrantes do BB Investimentos.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: VINICIUS SOARES, CFA, e WESLEY BERNABE, CFA, ambos integrantes do BB Investimentos.





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
PETROBRAS: Resultado no 4º Trimestre/2023: Empresa Robusta 21/03/2024
PETROBRAS: Resultado no 4º Trimestre/2023: Empresa Robusta
 
NETANYAHU nega possibilidade de interrupção de bombardeios em Gaza 30/10/2023
NETANYAHU nega possibilidade de interrupção de bombardeios em Gaza
 
BRASKEM - Produção e Vendas no 3º Trimestre/2023: Trimestre Negativo 30/10/2023
BRASKEM - Produção e Vendas no 3º Trimestre/2023: Trimestre Negativo
 
BMG - Resultado no 2o. Trimestre/2023: Ápice da Pressão de Custos 09/10/2023
BMG - Resultado no 2o. Trimestre/2023: Ápice da Pressão de Custos
 
SABESP - Resultado no 2o. Trimestre/2023: POSITIVO 09/10/2023
SABESP - Resultado no 2o. Trimestre/2023: POSITIVO
 
LOCALIZA - Resultado no 2o. Trimestre/2023 : NEUTRO 09/10/2023
LOCALIZA - Resultado no 2o. Trimestre/2023 : NEUTRO
 
GUIA TÉCNICO DE AÇÕES, 15.09.2023. NOVO RELATÓRIO - Avalie se convém investir 18/09/2023
GUIA TÉCNICO DE AÇÕES, 15.09.2023. NOVO RELATÓRIO - Avalie se convém investir
 
AMBEV - Resultado 2º Trimestre/2023: Desempenho Consistente. 04/09/2023
AMBEV - Resultado 2º Trimestre/2023: Desempenho Consistente.
 
BRADESCO - Resultado no 2º Trimestre/2023: Momento Desafiador 04/09/2023
BRADESCO - Resultado no 2º Trimestre/2023: Momento Desafiador
 
VIA - Resultado no 2º Trimestre/2023: NEGATIVO 03/09/2023
VIA - Resultado no 2º Trimestre/2023: NEGATIVO
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites