Diário do Mercado na 2ª feira, 11.05.2020
Ibovespa cede com questão fiscal e receio de segunda onda
Comentário.
O índice brasileiro esteve volátil, mas terminou declinando do meio da tarde em diante. Internamente, o mercado esteve impactado pela incerteza dos agentes em relação ao possível veto do Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao reajuste de servidores aprovado pelo Congresso, divergente da proposta inicial do governo.
Externamente, o reaparecimento de casos de coronavírus em países asiáticos trouxe preocupações aos investidores sobre a possibilidade da ocorrência da chamada “segunda onda” da patologia (lembrando que o mercado considera que o Brasil ainda está passando pelo pico inicial da pandemia).
Já os preços futuros para julho dos barris de petróleo caíram, com o tipo Brent fechando em US$ 29,60 (-4,42%) e o tipo WTI encerrando em US$ 25,08 (-4,17%), influenciando negativamente as cotações de ações de petrolífera pelo mundo.
Em Nova York os índices acionários terminaram discrepantes, com o Dow Jones em baixa, o S&P500 “de lado” e o Nasdaq em alta – com ações e tecnologia sendo melhores vistas pelos investidores nesse tempo de coronavírus.
O dólar comercial tornou a subir, após a pausa da sexta-feira, para R$ 5,8220 (+1,41%). Os juros futuros curtos fecharam em baixa, já os demais, com elevações.
Ibovespa.
O índice começou oscilante, mas depois colou na tendência do S&P500. Todavia, do meio da tarde em diante, com temores de “segunda onda” do coronavírus e dúvidas sobre a lado fiscal doméstico, seguiu decaindo em direção ao fechamento. Destaques negativos para a Vale e Petrobras, além do IRB. Já positivamente algumas ações do setor de alimentos e bebidas.
O Ibovespa fechou aos 79.064 pts (-1,49%), acumulando -1,79% no mês, -31,63% ano e -16,12% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da bolsa foi de R$ 21,5 bilhões, sendo R$ 19,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 6 de maio, a Bovespa contabilizou saída líquida de R$ 735,688 milhões, acumulando retirada de -R$ 3,201 bilhão no mês (após saque líquido de -R$ 5,069 bilhões em abril).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 72,607 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em alta e navegou ao redor de R$ 5,80 até o meio da tarde, avançando um pouco mais a partir daí. Um certo pessimismo em relação às economias emergentes deu o tom da sessão. O Banco Central efetuou leilão de swap cambial de US$ 500 milhões, mas somente no final do dia.
A moeda fechou cotada a R$ 5,8220 (+1,41%), acumulando +7,08% no mês, +45,11% no ano e +47,68% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 314 pts ante 319 pts da sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros curtos tiveram leves ajustes para baixo, ainda com a expectativa de cortes futuros da taxa Selic. Já os contratos intermediários e longos subiram, refletindo tanto incertezas internas, como externas. Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 2,76% de 2,77%;
DI outubro/2020 em 2,52% de 2,54%;
DI janeiro/2021 estável em 2,48%;
DI janeiro/2022 estável em 3,27% de 3,24%;
DI janeiro/2023 em 4,46% de 4,42%;
DI janeiro/2025 em 6,43% de 6,39%;
DI janeiro/2027 em 7,49% de 7,44%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do cmportamento do mercado na 6ª feira 08.05.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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