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Investimentos

Segunda-Feira, Dia 18 de Maio de 2020 as 22:05:15



PETROBRAS - Resultado no 1º trimeste/2020: Bons Números.


PETROBRAS - Resultado no 1º trimestre/2020
 
impairment prejudica lucro contábil, mas resultado vem acima do esperado
 
A Petrobras divulgou em 14.05, bons números em seu resultado do 1T20. Destacamos como positivo: 
 
(i)   os menores custos de extração (lifting cost); 
(ii)  um aumento nas exportações, principalmente de petróleo bruto e óleo  bunker; 
(ii)   redução nas despesas administrativas; 
(iv)  boa geração de fluxo de caixa livre. 
 
Do lado negativo, podemos mencionar: 
 
(i)    a queda nas receitas e margens; 
(ii)   a relevante baixa de ativos (impairment), que resultou em enorme prejuízo contábil; 
(iii)  a redução no volume de vendas de derivados de petróleo; 
(iv)  o prejuízo no segmento de refino. 
 
Em resumo, dadas as atuais condições de mercado, um resultado bom, mas com alguns contrapontos que requerem a atenção do investidor.
 
Destaques operacionais. 
 
A produção de O&G atingiu 2.909 kboe/d no 1T20, um aumento de 14,6% a/a. O forte aumento de 46% a/a na produção do pré-sal compensou o declínio em pós sal e águas profundas / ultra profundas (-15% a/a), baseado no ramp up dos sete sistemas que entraram em produção em 2018 e 2019, com destaque para os campos de Búzios e Lula.
 
Quanto ao refino, houve um aumento de 200 bps t/t no fator de utilização das refinarias, que chegou a 79%, um nível ainda baixo, mas já consideravelmente melhor. O volume de petróleo exportado subiu 25% t/t, chegando a um recorde de 896 mbp/d e compensando parcialmente a queda nas vendas domésticas (-6% t/t e -6,4% a/a). 
 
Custo de Extração:  US$ 5,88/boe
 
Com relação ao custo de extração (lifting cost), este atingiu US$ 5,88/boe, uma redução de 10,3% a/a, devido ao aumento da produção nas plataformas do pré-sal, principalmente nos campos de Búzios e Lula, além do impacto cambial por conta da desvalorização do real.
 
No geral, foi um trimestre bom em termos operacionais, com perspectivas de resultados piores no próximo trimestre, dado que as medidas de restrição de mobilidade tomadas para conter o surto de COVID-19 no país começaram a afetar o mercado apenas em março.
 
Destaques Financeiros. 
 
A receita líquida atingiu R$ 75,5 bilhões, -7,7% t/t, afetada principalmente pelo menor valor do petróleo e pelo menor volume de vendas de derivados no mercado doméstico (-13,5% t/t).
 
O EBITDA ajustado ficou em R$ 37,5 bilhões, +2,7% t/t, suportado pelo aumento das exportações (+10,5% t/t), principalmente nos meses de janeiro e fevereiro, além de um impacto positivo da desvalorização do real frente ao dólar americano. 
 
Assim, esses fatores compensaram parcialmente a forte redução das receitas com vendas de derivados no mercado doméstico, que caíram 13,5% t/t.. 
 
Em E&P, houve uma redução de 26% no lucro bruto t/t, por conta da redução do preço de petróleo e menor produção. Adicionalmente, houve um importante impairment que resultou em um prejuízo operacional de R$ 44,6 bilhões. Fazendo o ajuste no EBITDA para compensar esse efeito não recorrente (e sem impacto caixa), o valor chegou a R$ 32,4 bilhões, uma redução de 11% t/t, um resultado condizente com o atual cenário complicado para o setor. 
 
No segmento de Refino, houve um prejuízo de R$ 2 milhões, principalmente como consequência da reavaliação de estoques ocorrida pela queda no preço de petróleo, estimada em R$ 6,7 bilhões.
 
No segmento de Gás & Energia, o resultado foi marcado por uma queda nas receitas (13,4% a/a), mas com melhores margens, o que resultou em lucro operacional estável (+0,6% a/a) e pequena queda no EBITDA (-1,5% a/a), face as maiores despesas operacionais (por conta do pagamento de tarifas da TAG, vendida em junho/19).
 
Opinião do analista. 
 
Apesar de entender este trimestre como um resultado bom, dadas as condições de mercado desfavoráveis, entendemos que ele sinaliza uma piora para o 2T20, que terá mais meses afetados pelas restrições de mobilidade ocasionadas pelas medidas de contenção do surto de COVID-19. 
 
O lado positivo é que já houve uma recuperação parcial nos preços de petróleo, possivelmente sinalizando que o pior já ficou para trás, trazendo um otimismo para investidores que acreditam no potencial de longo prazo, considerando as boas perspectivas de aumento na produção total com os menores custos no pré-sal. 
 
Porém, cabe ressaltar que parte da tese de investimentos da empresa conta com uma recuperação mais consistente dos preços de petróleo, algo que entendemos já estar em curso, mas que envolve enorme incerteza.
 
No curto prazo, entendemos que as perspectivas de FCF devem ser prejudicadas pelos menores preços de petróleo, assim como as perspectivas de melhor dividend yield, já que de acordo com nosso modelo a nova política de dividendos deve ser posta em prática em um prazo mais longo (em 2024, ante a expectativa prévia de 2021). 
 
A trajetória de queda no endividamento pela ótica dívida líquida/EBITDA é outro ponto de atenção, dada a atual elevação na dívida bruta e as expectativa de declínio no EBITDA (vide nosso último relatório de revisão de preço). Porém, como mencionado em nosso relatório, considerando um novo equilíbrio nos preços de petróleo, há mais motivos para otimismo do que pessimismo.
 
Portanto, mantemos a recomendação Outperform com o preço alvo de R$ 23,50 para PETR4 e PETR3, ambos para o final de 2020.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da PETROBRAS no 1º trimestre/2020, elaborado por Daniel Cobucci, integrante do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: BB INVESTIMENTOS





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